Quando acordei vi Daniel ao meu lado, dormindo como um anjo.
Levantei da cama nu e fui até o banheiro. Tomei um belo banho e depois de ter terminado saí do banheiro e sentei ao lado de Daniel que já estava sentado.
Ele sorriu quando me viu.
"Bom dia!" Falou.
"Bom dia!" Retribui.Após o café da manhã eu peguei meu celular e vi vinte e cinco chamadas perdidas da mamãe.
Mas o que me surpreendeu foi as cinco chamadas perdidas de Matheus. E ele tinha ligado de manhã. Botei o celular no bolso e antes que eu pudesse andar de volta o celular tocou.
Olhei e vi que era Matheus. Daniel estava tomando banho, então eu resolvi atender.
"Alô!"
"Ai graças a Deus, Richard! Você sumiu! Tá todo mundo preocupado contigo!"
"Era isso que eu queria quando resolvi sair de casa, agora tchau!"
"Não, não! Espera!" Gritou ele do outro lado da linha. "Preciso te contar algo!"
"Oque é?"
"É uma coisa muito importante!"
Aquele mistério tava me matando. Será que mamãe havia tido um infarto ou Carla havia arrombado minha casa ou algo assim?
Não podia nem sequer pensar na possibilidade.
"É sobre minha mãe? Aconteceu algo com ela?!" Perguntei aflito.
"Não! Não aconteceu nada! Eu queria te dizer que te amo muito... e que... e que... e que faria tudo pra ficar com você!"
A conversa começou a me entediar. Mas eu fui educado:
"Tudo bem! Mas você sabe que eu amo apenas uma pessoa!"
Ouve um silêncio na linha. Parecia que Matheus estava falando com alguém e eu ouvi alguém dizer "achamos eles!"
Meu coração pifou.
"Richard? Richard você está aí?" Perguntava Matheus do outro lado da linha.
Desliguei o celular rapidamente e Daniel saiu do banheiro.
"Estava falando com alguém, amor?!" Perguntou ele.
Ele reparou na minha expressão -boca aberta, olhos arregalados, lágrimas brotando...
"Temos que sair o mais depressa possível daqui!" Falei.Arrumamos nossas coisas muito rápido pegando tudo para ir embora.
Peguei minha mochila e Daniel a sua e fomos embora, mas quando eu tentei abrir a porta percebi que ela estava trancada.
"Onde está a chave?!" Perguntei nervoso.
"Aqui!" Disse Daniel tomando a frente e abrindo a porta. "Ela não abre!"
"O quê?!" Falei com o coração na boca.
"A polícia já deve ter informado o hotel sobre nós! Eles não vão nos deixar sair daqui!"
Daniel deu um passo para trás e correu dando um chute na porta que acabou com o cadeado que estava nos mantendo trancados no lado de dentro.
Olhei para ele e depois virei para a janela atrás de mim. Lá estavam eles, vindo nas viaturas passando pela entrada do hotel.
Corri com Daniel pelas escadas de emergência e voamos para a garagem do hotel.
Pegamos o carro e saímos acelerando pela rua. Eu olhava apreensivo para trás vendo que a polícia nos perseguia.
Daniel tentava tirá-los de vista, mas havia um carro à nossa frente.
Ele ultrapassou a faixa passando para a contramão e voltou para a o lado certo da estrada desviando rapidamente de um carro que quase atingiu o nosso.
Eu respirava fundo.
Havia um ônibus na nossa frente. Era perigoso ultrapassar a faixa mas não havíamos escolha então ele ultrapassou novamente a faixa e antes que eu pudesse fazer algo um caminhão apareceu na nossa frente.
Era como se o tempo tivesse parado.
Eu ia morrer agora, mas ao lado de Daniel. Antes que o caminhão nos atingisse eu segurei sua mão bem forte e então...
O carro foi atingido.
Estilhaços, objetos, etc.
Tudo sendo arremessado na minha direção enquanto meu corpo era bruscamente jogado para frente.
Vidros cortavam meu rosto, meu corpo se debatia no carro e minha consciência foi perdida.Minha respiração era ofegante. O sangue escorria pelo meu rosto que estava apoiado sobre os restos de carro que ainda existia.
Abri meu olho. Minha visão estava embaçada, mas eu o vi ali do meu lado. Seus olhos fechados como se estivesse em um sono profundo.Acordei pela segunda vez enquanto os paramédicos me tiravam do carro. Me separando de Daniel.
Eu não podia deixá-lo!
Eu queria morrer, queria estar junto à ele.Flashes de Daniel rondaram minha cabeça. Todas suas lembranças armazenadas em minha mente vieram à tona.
Ele estava lá, no primeiro dia de aula. E depois em casa, depois na casa dele me olhando e sorrindo atrás da xícara de café e me abraçando e dizendo "Te amo".
Eu o amava, ele era tudo oque me deixava completo.
Tudo estava branco, os lençóis acima de meu olhos balançavam e balançavam, mostrando ao meu lado o rosto meigo de Daniel.
"Te amarei até o fim dos tempos!" Dizia ele.
Seu sorriso mais sincero.
"Não se vá! Por favor!" Implorei, mas ele sumiu.Acordei sentindo um cheiro de álcool e olhando um teto branco.
O barulho dos aparelhos eletrônicos me trazia agonia e então lembrei de Daniel.
"Daniel! Daniel!" Minha voz saira rouca e quase não dava para eu ouvi-la.
Uma enfermeira chegou no lugar e se espantou ao meu ver de olhos abertos.
"Oh meu Deus!" Disse ela.
Mas eu não queria saber de mim.
Retirei o tubo de respiração do nariz tentando me livrar dos malditos aparelhos.
Levantei-me tentando sair da cama de hospital, mas uma dor avassaladora tomou conta da minha costela direita fazendo-me voltar a deitar.
A enfermeira pedia para que eu parasse de me mexer, mas a dor que eu sentia em meu peito era mais forte do que qualquer outra que eu estava sentindo.
As lágrimas caiam pelo meu rosto sem parar enquanto eu gritava o nome dele desesperadamente.
Minha cabeça girava e a mulher tentava me conter, mas eu tinha que ver Daniel.
Uma tristeza arrebatadora invadiu meu peito me deixando em cacos.
Daniel! Apareça! Por mim!
Pelo nosso amor!
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Saudações Ao Professor (Romance Gay)
Roman pour Adolescents"Não foi apenas uma pequena queda, eu saltei do topo de uma colina." Richard é um garoto que se julga feio e desajeitado. Tendo como melhor amiga Vanessa, ele sempre a ouviu contar suas histórias sobre seus romances e aventuras, enquanto Richard sim...