Saudações Ao Professor (Romance Gay)

A festa

Após um bom tempo conversando com a diretora, fui liberado para ir embora. Vanessa soube o ocorrido e reclamava da inspetora que não batia bem da cabeça.
"Estou te falando! Ela é doida!" Dizia Vanessa enquanto andávamos para o carro.
"Eu sei, quer dizer... ela disse que eu estava para fora de sala e brincando nos corredores!"
"Essa velha tem que ir é pra uma asilo se tratar isso sim!"

Logo após o dia em que pela primeira vez na minha vida fui para a diretoria, mamãe meio que ficou com um pé atrás comigo. Apesar de que ela também sabia que eu não andava brincando pelos corredores da escola, mas, o fato de eu ter chegado atrasado na sala pode ter vários motivos. Um deles é que eu poderia estar me agarrando com alguém.
Agora era sexta-feira, mamãe ficou cuidando do filho de seus patrões para ganhar um dinheiro extra. Enquanto eu fiquei em casa sozinho. Não por muito tempo.
Vanessa tocava a buzina do carro com todo o prazer. Desci as escadas e fui ao seu encontro.
Entrei no carro.
"E então? Vamos?!" Perguntou ela.
"Sim!"

A casa de shows estava lotada, não cabia mais um ser menor que fosse naquele lugar. A música estava altíssima e corpos se mexiam por todas as partes no ritmo dançante das batidas de eletrônica. Eu havia tomado apenas dois copos de bebida e já me sentia tonto, sentei em um degrau de uma grande escada onde também tinha um casal se pegando igual à uma luta que vi no Discovery entre uma anaconda e um crocodilo na água.
Eu estava pensando quando Vanessa veio até o lugar de onde estava e me puxou para dançar novamente. Não sabia direito como dançar, mas me deixei levar pela batida frenética e até um pouco melancólica da música.
Vanessa me deu mais um copo de bebida que parecia ser um coquetel de frutas. Tomei, mas pelo gostinho no final percebi a presença do álcool. Não liguei e continuei bebendo.

À essa altura do campeonato eu já estara mais bêbado que o necessário. Meu corpo agora não tinha noções de espaço ou de sensibilidade. Não me lembrava o que fazia depois de alguns minutos como se a bebida me fizesse esquecer oque eu havia feito à trinta minutos antes.
Eu só queria viver o agora, foi então que percebi que à um tempo eu me agarrava à um menino da festa.
Me afastei dele e saí a procura de Vanessa.
Ela também estava se agarrando com um garoto e ao me ver parou. Ela sabia que eu queria falar com ela.
"Oque foi? Já vai?" Perguntou ela a mim parecendo bem mais sóbria do que eu.
Falei que sim, ela se propôs a me deixar em casa mas recusei.
Minha casa não era tão longe da balada, então dava pra mim ir andando e mesmo assim, Vanessa gastou muito com nossos ingressos, então não podia deixar que ela fosse sem se divertir por minha culpa. Fui embora e encontrei com o garoto que eu havia beijado. Ele me olhou e veio até mim.
"Tem Whatsapp?" Perguntou.
"Não!" Respondi parecendo reconhece-lo.
Parecia que eu já havia visto aquele garoto em alguma lugar. Talvez sim, pois a maioria das pessoas dali eram da escola.
Eu não tinha Whatsapp, mas dei meu número pra ele e depois fui embora. Será que ele me ligaria? Aquela era a pergunta que eu só poderia responder na hora em que ele me ligasse.

Após um tempo andando e cambaleando pela rua deserta eu caí de vez. Percebi que havia arranhado a minha perna na altura da coxa, mas não foi nada de mais.
Pensei em descansar ali durante um tempo, mas além de eu estar em um lugar sendo um alvo na mira de qualquer mal feitor, também havia a possibilidade que se eu deitasse no chão ou me apoiar em algo seria como um travesseiro e eu dormiria rapidamente bêbado do jeito que estava.
Mas, uma moto parou na minha frente. Seria um estrupador ou um assaltante?
"Olá Richard!"
Levantei minha cabeça para reconhecer a pessoa que me conhecia, foi então que meus olhos não acreditaram no que vi.
"Professor?" Perguntei ainda incrédulo pensando que o álcool tivesse afetado demais meus sentidos que já estava tendo alucinações.
"Sim Richard, sou eu, Daniel".