Uns vivem do passado,
Outros temem o futuro,
E eu na dádiva,
Como hei-de esquecer o passado
Se ele existe no presente?
Como posso não temer o futuro
Se o futuro me aterroriza completamente?
E sendo assim o presente
Uma mistura de passado e futuro certamente
Sinto-me impuro e incauto
Vivendo inseguro, mergulhado num hausto
Constantemente de sofrer
Assim a vida é insossa
Não tem qualquer sabor
E as cores de um mundo colorido
Tornam-se gradualmente incolor
E transparente...
Que faz descontentar
O sentimento contente
E passível é a vida
Sujeita a monomónicas de sofrer
E efémeramente passa
Sem nunca se conseguir ver