Quando as Coisas São do Jeito que São [Revisão]

Guerreiro - James

"Quando criança, você esperava

E assistia de longe

Mas você sempre soube que seria

Aquele que trabalha enquanto os outros brincam"

(Warriors" - Imagine Dragons)

À noite com Vanessa é divertida. Vamos a um fast food qualquer e comemos algo, enquanto conversamos sobre várias coisas. Depois a levo em casa.

— Well, Jamie. O passeio foi ótimo, obrigada.

— Vamos repetir o programa? — pergunto.

— Sem nem pensar duas vezes! — responde imediatamente, sorrindo.

— Ótimo. Boa noite. — dou um beijo perigosamente perto de sua boca, antes de partir.

Monto na moto e dou partida. Ela é demais. Meu Deus, demais mesmo, penso enquanto dirijo.

Seu corpo inegavelmente latino, suas curvas... Ela não é só uma garotinha mimada. Ela é uma mulher provocante. Suas coxas grossas, sua fartura em seios e bumbum, sua panturrilha... Com todo o respeito, ela é putamente sexy. E sua companhia é tão divertida. Ela entende quando não deve insistir em uma pergunta. Ela é carinhosa e bem humorada. Ela é corajosa! Eu poderia me acostumar com isso.

Eu e Yan estamos passando um tempo na casa de Jonathan, pois colocamos a nossa antiga casa à venda. Aquela sempre foi uma casa cobiçada, sempre tinha alguém querendo comprar. Já chegaram a oferecer muito dinheiro por ela uma vez, mas meus pais não tinham interesse em vender – penso que eles nem tinham mais consciência do que faziam. Essa mesma pessoa que fez a grande oferta anterior, assim que sabe sobre a venda da casa, ofereceu um valor menor que o oferecido, tempos atrás, e aceitei. Como ele é uma pessoa da burguesia, nos pagou a vista. Ou seja, minha conta bancária está recheada. Tenho o dinheiro do seguro do pai e da mãe, o dinheiro da casa, mais o pouco que juntei minha vida inteira. Vou comprar um lugar para viver com Yan.

Ao chegar à casa de Jonathan, Yan me vê e corre para meus braços. O carrego e lhe dou um abraço. É surpreendente o tamanho do meu amor por ele.

— Desculpa a demora, meu pequeno! — olho para Jonathan — Ele deu muito trabalho?

— Que nada, seu irmão é um doce. Minha esposa o adora.

— John, sei que já abusei muito da sua hospitalidade, mas você pode me ajudar?

— Com o que? — ele pergunta, preocupado.

— Quero comprar um apê... Você tem jornal de hoje aí?

— Tenho sim.

— Okay. Só vou fazer Yan dormir. — Entro no quarto que eu estou "hospedado" com meu irmão e olho para ele.

— E aí camarada? Pronto para dormir? — pergunto àquele pequeno, que é à razão da minha vida.

— Sim. – Responde sonolento.

— Como você está? — pergunto.

— Estou com medo. — responde, e eu começo a me preocupar.

— Medo de quê, meu campeão? — ele se deita em sua cama, e eu me sento ao seu lado.

— Do papai e da mamãe!

— Yan...

— Eles ainda brigam... — responde, e como um clique, meu cérebro me lembra das brigas. Posso ouví-los claramente, como se fossem reais.

— Yan... Você pode... Pode vê-los? — pergunto tenso.

— Só quando eu durmo. — relaxo um pouco com sua resposta.

— Yan — lhe faço cafuné enquanto falo —, são só pesadelos. Eles vão passar. Prometo. Eu vou fazê-los passar. — dou um beijo estalado na sua cabeça — Agora dorme que eu vou procurar nossa casa. Boa noite. Eu te amo, campeão.

— Boa noite, Jam. Também te amo.

Saio do quarto com o coração na mão. Quando chego à sala, Jonathan me entrega uma garrafa de cerveja, que não é minha bebida favorita, mas bebo. Jonathan me entrega o jornal. Começo a procurar.

— Como foi o passeio com a gata?

— Normal. É estranho, dado o que aconteceu com a minha família.

— São nessas horas que descobrimos nosso porto seguro.

Reviro os olhos.

— Acho que me esqueci de pegar o número dela. — comento rapidamente com ele.

— E você vai repetir a dose?

— Que dose? Se ainda nem me servi dela. Não peguei nem na garrafa. — Jonathan me lança um olhar de sarcasmo. Eu vejo um anuncio.

"Apt. 3 quartos em bairro nobre. Urgência em venda. R$ 350 mil a vista"

Anoto o telefone para ligar no dia seguinte. Parece perfeito. Espero que seja.