Quando as Coisas São do Jeito que São [Revisão]

Bêbada - Vanessa

Quero estar bêbado quando acordar

No lado certo da cama errada

(Drunk – Ed Sheeran)

-Vanessa... Para de chorar, respira e fala do inicio! – Julia me ralhou. Respirei fundo, peguei a garrafa de Vodca, dei um gole e comecei.

-Okay, como você sabe, eu e o Pedro terminamos. Terminei por que ele tentou me estuprar e me agrediu. Depois disso ele virou um perseguidor, não tinha paz...

-Como assim, Vanessa? Porque você não me contou isso?

-Eu tive medo. – Gritei – Medo de que ele pudesse fazer algo contra você ou contra mim. – Ela respirou fundo, mais um grande gole e continuei. – Certo dia, fui a um bar. E acabei flertando com o vocalista da banda. Mas ai Pedro me achou... Desgraçado... E ele começou a fazer escândalo e o tal do vocalista veio e deu uma surra no Pedro. Apenas resumindo. E eu comecei a sair com o vocalista. O nome dele é James. Ele é britânico e cuida do irmãozinho caçula. Nós estávamos bem próximos, até por que... – Mais um gole e senti-me bem alta e comecei a disparar tudo – Ele comprou o apartamento do meu irmão. E nós começamos a flertar mais... Mais... Bem, eu não sei, flertar de verdade. Mas estávamos adiando a brincadeira. Eram quase beijos e toques. Mas começamos também a sentir um grande carinho pelo outro. Só que o Pedro perseguidor, que, aliás, me deu um soco no dia que eu desmaiei na faculdade, me mandou um bilhetinho com uma matéria de jornal e um bilhetinho que insinuava que James tinha matado os pais. Eu juro que fiquei louca, nem me toquei em pesquisar. Não sei exatamente o que me deu, mas fui atrás dele, parei o ensaio da banda, e fui tirar satisfações, mas não consegui. Saí do bar e fui a outro, comprei uma cerveja, bebi tudo e fui andar por ai. De noite voltei e depois do show fui atrás dele que estava com uma ou duas piranhas, não lembro e eu tirei ele de lá, levei ele pro camarim e a 30 pauladas ele me contou que – mostrei cinco dedos para Julia e fui abaixando conforme falava – primeiro, o pai matou a mãe, segundo, ele se matou, terceiro, na frente do irmão caçula de James, e quarto, ele chegou na hora.

-E o quinto?

-Que quinto?

-Você colocou cinco dedos. – Ela pegou a garrafa e deu um gole.

-Foi? Não importa, eram só quatro.

-Vanessa, eu nem sei o que te falar.

-Sei lá, também não... Quer dizer, sei sim. Passa a garrafa aí.

-Não, você já bebeu de mais. Minha vez.

Passamos o resto da noite bebendo, e sinceramente eu não sei o que fizemos, realmente não lembro. Espero que nada que me comprometa.

�.