Um sentimento novo...

13

Júlia

- Precisamos conversar Igor.
- Agora!

Olha de soslaio e sobe as escadas, parecendo não me ouvir.
Subo as escadas correndo em direção seu quarto, ele entra e tranca a porta logo atrás dele.

- Igor!!
- Igor!!
- Precisamos conversar!

Sempre ouvi de dizer que para um relacionamento dar certo, era preciso ter diálogo, e eu realmente queria saber o que se passava na cabeça de Igor.

- Me dá um tempo!
Ele respondeu do outro lado parecendo que ia explodir.
Decido para de insistir para que ele abra a porta, me sento do lado de fora esperando por um único movimento.
Felipe também está trancado em seu quarto e os minutos passam devagar enquanto aguardo qualquer reação.

Já se passa uma hora que estou aqui quando Kátia aparece nos corredores.

- Oque aconteceu aqui?
Ela se senta ao meu lado
- Está todo mundo num clima de enterro.

- Seus irmãos tiveram uma pequena briga.
- E agora nem um dos dois sai do quarto.

- Sério? Ela se espanta.
- Nunca vi eles brigar!
- Algo muito sério está ocorrendo.

- Talvez esteja.

- Bom é melhor dá um tempo.
- Eles precisam pensar.

- É você tem razão.
Me levanto e vou em direção a saída chamando minha mãe.

Assim que ela aparece Dou Tchau para a Kátia e a Ângela e vou embora.

Assim que cheguei em casa tomei um longo banho quente afinal precisava relaxar um pouco, após trocar de roupa desci para jantar.

Quando pisei o pé na cozinha meus pais estavam preocupados, perguntavam a todo momento se eu estava bem.
Eu apenas dizia que sim e não puxava assunto.
Minha cabeça estava uma bagunça e paciência me faltava.

Subo para meu quarto e vejo meu celular tocar, olho e vejo que o número é desconhecido.

- Alô

- Júlia?

- Sim eu mesma.

- É o Felipe, Venha até aqui,
- Você precisa falar com Igor.

Ele desliga simplesmente, e começo a trocar minhas roupas, pelo tom de voz de Felipe as coisas não estavam nada bem.

Chego em sua casa e Felipe vem ao meu encontro.
Ele me abraça e eu retribui sentindo um arrepio por todo meu corpo.

- Me desculpe por te querer tanto.
Ele sussurra em meu ouvido.

Fico estatística diante de suas palavras olhando em seus olhos profundos cheios de agonia.

- Venha comigo.

Não consigo me mover, suas palavras ainda fazem eco em minha mente.
É preciso que ele volte e me arraste para dentro.

Subimos até o quarto de Igor, e por incrível que pareça não vi ninguém na casa.

- Onde estão todos?
Pergunto.

- Deram uma saída.
- Você precisa falar com Igor.

Assinto e Bato em sua porta, enquanto observo Felipe sumir rapidamente da minha visão.
Ele estava estranho e suas palavras ainda vagavam dentro de mim.

Igor abre a porta mais calmo, ele parece melhor do que nunca e acho estranho isso, afinal a pouco tempo ele estava atordoado.

- Podemos conversa agora.
Entro e seu quarto e posso sentir a raiva se apossar de mim de forma descomunal.

- Podemos.
Ele tranca a porta e se senta na cama.

- Oque deu em você!
Esbravejo
- Porque você e Felipe estavam Brigando?

- Pare de gritar.
- Pelo amor de Deus!

- Vai responder ou não.

- Só estávamos discutindo por conta de você!
Ele se levanta e esbraveja na minha cara.

- Estou escutando
- Continue.

- Ele fica secando você!
- E não sou nenhum trouxa!

Estou com tanta raiva. Que tenho vontade de bater nele.

- E por isso foi tirar satisfação?!
- Igor você é ridículo, Felipe e seu irmão e me trata como se eu fosse irmã dele!! Minto para ele.

- Como você pode pensar tanta besteira a respeito de nos!!

- Júlia eu conheço os dois e parecem que estão me enganando o tempo todo.!!
- Estou cansado!!

A raiva me consome e Dou um tapa forte em seu rosto, deixando as marcas de meus dedos.

Saio pisando forte em direção a porta.

- O pior era que estamos mesmo enganando ele. Penso.

- Júlia onde você vai?
Escuto Felipe e vejo ao seu lado Igor.
Saio pela porta e Igor vem atrás de mim.

- Sai de perto de mim!
Grito e ele para de me seguir se continuassemos essa conversa eu provavelmente diria a verdade.

Eu estava apaixonada por Felipe. E no momento Era melhor guarda isso para mim, mesmo sabendo que Igor não me amava.

Caminhava sem rumos pela rua, não derramei nem sequer uma lágrima no chão, não estava arrependida de ter beijado Felipe, de quase ter ido para cama com ele.
Na verdade eu ainda desejava ele muito, e muito mais do que antes.
É como se eu nunca tivesse amado Igor e só agora descobri tal fato.

Parei em um bar e pedi uma bebida forte.
Bastou dois copos e já via tudo embaçado
Mas eu precisava beber mais.

Fui bebendo, Fui bebendo, até não aguentar me segurar de pé.
Me apoiava nos cantos e sentia uma paz que só o álcool conseguia me trazer.

- Chega por Hoje.
Alguém coloca as mãos em mim e me arrasta para fora.
Estou tão bêbada que não sei distinguir quem é.
A pessoa me leva até um carro e antes de entrar vômito bastante.
Ele segura em meus cabelos me ajudando e depois me coloca no carro,
Onde minha visão apaga.

Acordo com uma dor imensa, tento me levantar mas não tenho forças.

- Bom dia.
Escuto a voz de Felipe, e ergo meus olhos diretamente para ele.

- Bom dia.
Levanto meu corpo e olho ao redor vendo que estamos em um hotel.

- Onde estamos?

- Num hotel.
- Tome um banho e eu te explico tudo.

Assinto e obrigo meu corpo a se levantar.
Tomo um banho gelado e visto minhas roupas.
Tendo nostalgia do que eu fiz ontem.

- Meu Deus!

Coloco a mão na cabeça me lembrando do homem que me ajudou que certamente era o Felipe.

Saio do banho e ele me espera sentado na cama.

- Porquê me ajudou a sair do bar ontem?

- Eu nem sabia que você bebia daquele jeito. Ele solta um riso e fico envergonhada.

- Após sua Briga com Igor fui atrás de você, ele suspira.
- Você estava realmente mal, encontrei você em um bar e como vi que você estava bêbada fui te ajudar.
Pensei em te levar em sua casa, mas nem seu onde você mora. Ele ri
- E também não achei certo te lavar para minha casa por conta da família.
- Então trouxe você para cá, e dormimos aqui.

- Foi só isso mesmo?

- Só isso te garanto que não fizemos nada, não me aproveitaria de você bêbada.

- Obrigado.
- Obrigado por tudo Felipe....