@martafz

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Nome: Marta.

Idade: 22 anos.

Cidade: Lisboa / Portugal.

Ensino superior: Licenciatura em Biologia, professora de ciências nas horas vagas.

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1 - Qual gênero você mais gosta?

R: Eu digo sempre que é fantasia, mas a verdade é que tudo o que eu leio tem romance pelo meio. Não gosto de novelas, mas adoro tudo o que é diferente e tem algum tom cor-de-rosa pelo meio.

2 - Quando começou a escrever?

R: Parece que foi há duas vidas atrás, em 2007.

3 - O que te inspira?

R: Tudo e nada. A minha última história foi programada enquanto arranjava as unhas, deixei só a mente vaguear para o lado errado. Mas é inevitável que filmes, livros, conversas do dia a dia me inspirem. Para criar pessoas e interações entre pessoas em realidades diferentes é preciso muita vida real primeiro, mesmo que acabe a escrever tudo menos sobre a minha vida. Não consigo escrever sobre mim nem sobre os meus.

4 - Alguém te incentivou?

R: De certa forma sim. Eu tinha um grupinho de amigas no msn (tão século passado, eu sei!) e criamos o hábito de criar histórias sobre a nossa banda favorita em que cada uma escrevia uma frase. A certo ponto, quando chegava a minha vez, eu já não conseguia enviar apenas uma frase e tinha de ir escrever a minha parte para o Word. Elas incentivaram-me a criar a minha própria história naquela altura, mesmo que eu escrevesse pior que um analfabeto.

5 - Sua família sabe que escreve?

R: Não, de todo. A minha personalidade não deixa muito espaço para uma parte artística e que requer sensibilidade, seria um choque para todos.

6 - Tem ou pretende publicar algum livro?

R: Não. Tenho um livro a ser publicado aqui, tenho outro escrito, tenho um super desafio de fantasia para ser escrito, mas apenas haverá publicação se receber alguma proposta tentadora. Auto-publicação não está nos meus planos.

7 - Qual foi sua maior dificuldade em escrever um livro?

R: Dos quatro que já escrevi sem dúvida que foi o ato de escrever em si. Nunca tive bloqueios de não saber o que escrever a seguir nem de como desenvolver a história até ao fim, mas tive muitos períodos de tempo em que não me apetecia escrever de todo (e ainda tenho). O meu último livro foi ignorado totalmente enquanto fazia o curso na universidade. Nunca abri o documento durante 3 anos.

8 - Soube lidar bem com as críticas?

R: Sim. Talvez aos 14 anos apenas me tivesse metido nisto da escrita porque queria elogios fáceis, mas quando comecei a encarar a escrita como um desafio e a escrever aquilo que eu queria ver escrito e não a pensar no que os outros queriam ler tudo melhorou. Eu tinha uma beta-reader que era capaz de dizer "apaga isto tudo, está horrível e sabes fazer melhor do que isto" e isso ajudou-me muito a melhorar e a tentar fazer bem e melhor.

9 - Qual foi a sua reação ao ser um dos vencedores do Wattys2015? Esperava por isso?

R: Eu sei que quando as pessoas dizem "Não estava nada à espera" soa sempre a falsa humildade, mas no meu caso... Eu não estava mesmo nada à espera. Eu celebrei como se estivesse num casamento cigano quando Uprising teve 100 leituras no wattpad, por isso receber um watty era totalmente impensável.

10 - Como você escreve? Utiliza algum método?

R: Bem, eu já fui mais metódica do que sou hoje, muito pela minha vida profissional também. Eu não acredito em inspiração, para começar. Acredito em sentar o rabo na cadeira, ligar a música, fechar internet e obrigar-me a escrever até não dar mais. O meu método é obrigar-me a escrever mesmo que não goste de como está a sair. O que importa é estar escrito. Depois no dia seguinte edito e ainda não parece perfeito mas com a terceira, quarta edição já parece legível. Se eu estiver à espera de inspiração divina ela nunca chega. Oh, também acho importante anotar todas as ideias que me vão surgindo no dia a dia. Isso é um exercício constante. Mesmo que não consiga escrever naquele instante eu tenho de anotar os diálogos que me surgiram e isso é metade do trabalho feito. 

11 - Escreveu por partes ou esperou o livro estar completo para postar?

R: Como sempre escrevi para publicar online sempre fui publicando capítulo a capítulo. No entanto nunca fui fã do escreve-corrige-publica. Sempre tive mais de dez capítulos de reserva antes de publicar seja o que for. Hoje em dia, com o fim da Uprising, tenho mesmo de usar o método fácil. Escrevo e publico.

12 - Como se sente quando alguém elogia seu trabalho?

R: Mesmo tantos anos depois eu ainda me surpreendo, mesmo que isto volte a parecer falsa humildade ou cliché à vencedor dos Oscares. Quando alguém me diz que não consegue parar de ler para ir dormir, que leu tudo seguido sempre que tinha um tempinho, que são meus fãs (como?!) ou que eu sou um exemplo e a sua escritora favorita eu fico meio sem chão e o resto das assoalhadas. É muito gratificante quando escrevo aquilo que EU quero, sem pensar nos outros, mas mesmo assim há alguém que se relaciona e consegue gostar mais do que eu.

13 - Qual livro seu foi vencedor no Wattys2015? Em qual categoria?

R: Uprising, na categoria de "As Mais Populares".

14 - Está planejando algum livro para 2016? Pode falar sobre?

R: Sim, estou. Espero acabar Uprising ainda este mês e republicar Paranoia (apenas publiquei os capítulos iniciais). Paranoia é basicamente um thriller com muito mistério e plot twists e muitos puzzles para montar que envolve o mundo da fama e do dinheiro e o mundo da demência. Eu sei que ficou super confuso o que aqui disse, mas é uma história muito diferente da Uprising, mas muito minha, logo é um imenso puzzle para montar do início ao fim, como sempre.

15 - Deixe uma mensagem para escritores iniciantes!

R: A minha mensagem para quem está a começar é apenas uma: escrevam. Parece idiota, mas é apenas isto que é preciso. Escrevam muito, leiam muito e voltem a escrever ainda mais. Apaguem, voltem a escrever e quando pensarem que está perfeito vão reler e perceber que não está e voltamos ao início. Para além disso, escrevam diferente e não se contentem com pouco nem com comparações. "Quem me dera escrever como o autor X". Não, tentem escrever o melhor que sabem e tentem melhorar sempre, mesmo quando já acham que sabem tudo. Tentem escrever aquilo que gostariam de ver escrito e ainda não existe e tratem as vossas personagens como cebolas. Cebolas com camadas de folhas boas e outras menos boas, mas muitas camadas. Estão a criar pessoas e pessoas são como cebolas ;) E para quem quer ser reconhecido no wattpad apenas tenho a dizer para serem participativos e lerem muito. Ler e comentar outras obras ajuda mais do que fazerem publicidade nos perfis dos users ou via inbox, o que até se torna chato. E não desesperem se não tiverem votos ou comentários nos primeiros meses. Eu publiquei 20 capítulos apenas com uma leitora e valeu a pena. Se for bom vai chegar onde deve chegar e pronto ;) Boa sorte a todos.

Pergunta extra: Dê a sua opinião sobre este projeto.

Já participei em vários livrinhos com entrevistas, mas a maioria fazia perguntas sobre os meus gostos musicais ou perguntas pessoas sem nexo e muito pouco centradas na escrita, por isso este projeto foi uma agradável surpresa. Obrigada pelas perguntas certeiras e por dar a conhecer todos os vencedores lusófonos dos wattys.

Espero que tenham gostado da entrevista com a martafz, acessem o perfil dela e conheça além da sua história que venceu o prêmio, outras que estão por lá.

Quem se identificar com ela e com as suas respostas, pode deixar estrelinhas e comentários.




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