Capítulo 7 -Só não me deixe agora

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  -Pete! Acorde!-diz minha Mãe. -Hoje é aniversário do seu tio! Ele está no telefone, fale com ele desejando-o parabéns!
   -Oi... Tio. É... Feliz aniversário, que Deus te ilumine, tá. Muitos anos de...-permaneço por um tempo em silêncio. -Tcha...
  Já era tarde demais para continuar.
  -Okay, Pete. Vou respeitar seu sono. Pode passar para sua Mãe?-Diz ele, rindo.
  Tarde demais para eu passar para minha Mãe. Ela já o tinha pego.
   Durmo cada vez mais... Sinceramente, por mais que não tenha nada haver... Mas... Quantas coisas foram "tarde demais" na sua vida. Não que eu pense nisso como se fosse qualquer coisa, na verdade dou a cada pensamento sua importância. Acho que a Gália também. Rio ao pensar que confundo tudo à minha lembrança dela.
"Keep Running."
  Última frase da música "Na na na" de MCR. Escuto-a enquanto jogo alguns dos muitos jogos. Como posso ser tão chato às vezes, fazendo disto algo interessante?
"Nossa" penso. "Ela amaria isso."
  Pare de pensar nela, Pete! Ela estaria pensando em você agora? Ou está... Não. Isso é algo impossível... Mas eu encontrei... Mas antes de completar meu pensamento, já estou com o telefone em seu número!
  -Ali... Oi.-Digo.
  -Quem é?-pergunta ela.
  -Aquele cara estranho, amigo do Ethan.
  -Ethan...?
  -Esquece... Mas sou, ou melhor, era amigo da Gália. Por favor não desligue! Mas... Teria um minuto para conversar?
  -Sim... Mas Pete, esse seu nome, certo?
  -Sim.
  -Ela se foi... Você viu. Você estava lá no dia. No dia de seu...
  -Você também... Mas as pistas. Só por um minuto. Por favor. Bem, falarei com Ethan para ele vir aqui. Você poderá vir...?
  -Primeiro de tudo, não sei quem... Ah! O cara dos olhos do céu...
  -Vocês se merecem!
  -Às quatorze horas eu chego aí.. Eu... Tchau.
  -Tchau.
                               •
  -Cedo demais?-pergunta Ethan já na minha casa.
  -Não, ou sim... Depende do  quão apaixonado você está. Se muito....então será uma demora eterna. -rio e ele encara os sapatos.
  -Ah! Não vai me dizer que...
  -Oi!-fala Alison saindo do meu quarto.
  -Então quer dizer que vocês... Então o que estavam fazendo todo esse tempo?
  Nos entre olhamos. Lembro dos livros, dos estudos, das pistas... Do beijo. Não, não houve nada. E se houve eu esquecerei. Com certeza... Não.
  -Vocês vão me responder?-interroga Ethan.
  -Sabe o que fizemos? Nos beijamos, muito até. E falando nisso, eu gostei, Pete. Parabéns. Satisfeito, Ethan?
  Ela sai e ele me olha indignado, dizendo:
  -Isso é verdade!?
  -Não sei. Você com certeza teria que perguntar a ela. -rio ao ver seu rosto ficando avermelhado.
   -Por onde começaremos, Pete? -pergunta Alison.
   -Bem, tudo começa antes... Anos antes, na verdade. Quem a conhecida sabe: ela nunca desistiria de nada. Mas ela não acusava fugir como desistir, mas como procurar algo novo... E ela sempre me falava sobre...
  -Mas ela odiava pessoas covardes, ódio capaz de a fazer ela sentir repulsa.
   -Você a conhecida, ela não fugiria assim... Aconteceu algo, ou aconteceria, mas fugir para ela era muito mais que apenas covardia, muito mais que qualquer coisa. Ela sabia como amar e odiar algo, ela... Argh! Não sei, mas uma coisa sabemos, ela não sumiu, não tenho como saber isso, mas com certeza, foi fuga.
  Nos entre olhamos e Ethan diz:
  -E os livros? O papel? As datas? Ela havia deixado um, não? -confirmamos com a cabeça e ele continua: - Qual as datas?
  -15 de março; 16 de agosto; 17 de março; 18 de agosto.
  -Meu aniversário, dezessete de março. O aniversário da Thay... Dezoito de agosto. Mas se seu corpo foi... No mesmo ano que ela prometeu que viria ao nosso aniversário, mas ela fugiu no dia quinze, no dia dezessete era meu aniversários, então ela estava presente, ela deixou outra pista lá!
  -Como você sabe? -pergunto.
  -Apenas sei... E, se tudo estiver certo, no dia dezoito... Onde foi o aniversário de Thay, há uma pista... Com ela talvez.
  -Vocês estão brincando comigo, não é? Como que alguém deixa pistas como se tudo isso fosse... Um mistério a desvendar?
  - A Gália era um mistério.

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