Capítulo 34

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M⃣I⃣C⃣A⃣E⃣L⃣L⃣A⃣

Depois do café da manhã, nos arrumamos e fomos pegar o Ruffs na área dos pets. Ficava na parte de trás do hotel e cheirava a grama e petisco de cachorro. Ruffs veio todo feliz abanando o rabinho. Bryan fez questão de ir até o estacionamento para entrarmos no carro, segundo ele assim estaríamos fora da vista de Edgar e de qualquer câmera do lado de fora do hotel. Só abrimos as janelas depois de uma hora na estrada. Tínhamos quer ser invisíveis e não deixar rastros para que Edgar não nos encontrasse. Então desde que saímos do hotel, Bryan pagou todas as despesas que estavas tendo só com dinheiro.

— Você pensou em tudo — digo durante nossa parada para o almoço. Estávamos comendo dentro do carro mesmo.

— Só estou pensando como se fosse eu que quisesse te encontrar, o que eu faria? Aí é só preencher as lacunas e despistar Edgar — disse Bryan com a voz limpa e serena.

— Você faz parecer simples — digo bebendo um pouco de água.

— Não é. Proteger alguém é uma grande responsabilidade, é preciso ser articulado e metódico — seu tom era um pouco mais sério agora.

— Desculpa ter te envolvido nisso tudo — digo envergonhada. Era um saco as pessoas terem que correr perigo por minha causa.

— Eu é que escolhi me envolver, e você não tem culpa de ter um tio maluco — disse Bryan e forcei um meio sorriso. — Se quiser me pedir desculpas, peça por estar me fazendo comer hambúrguer e batata-frita!

Dei risada. A tensão estava abandonando meu corpo. Bryan conseguia, intencionalmente ou não, me deixar relaxada e isso é muito estranho e novo para mim.

— Nada que uma caminhada no parque não resolva — eu disse brincando, mas Bryan levou a sério, pois depois do almoço ele nos fez ir a um parque perto dali. Quem gostou foi Ruffs que saiu correndo pela grama com a língua de fora.

— Dá para ver que ele ama parques — digo sentada ao lado de Bryan depois de uma breve caminhada.

— Apesar de ser um cachorro muito bem treinado, eu não tiro a alegria dele de ser um cachorro — disse Bryan e sorriu quando Ruffs se jogou na grama e rolou.

— Descobri que é mais fácil saber quando uma pessoa que sorri poucas vezes está feliz do que aquela que sorri o dia inteiro — digo e ele desvia o olhar de Ruffs para colocar sobre mim. — Por mais que seja pouco os sorrisos que saem de você, cada um é verdadeiro.

— Toda vez que te olho, eu sinto vontade de sorrir — suas palavras fizeram meu coração bater rápido.

Bryan inclinou-se um pouco e permiti que ele me beijasse. Um beijo lento e cheio de sentimentos. Ele sabia como ganhar meu coração e não estava tentando esconder isso.

***

A uma certa altura da estrada, palmeiras grandes e imponentes começaram a aparecer pelo caminho. A brisa parecia mais fresca e o sol mais quente. Vi algumas lanchas nas garagens de casas e não restou mais dúvidas que estávamos em uma cidade praiana.

— Chegamos — disse Bryan estacionando o carro em frente a uma casa amarela suave com janelas grandes de madeira e um jardim cheio de pequenas pedras.

— Você tem uma casa na praia? — perguntei surpresa.

— Sim, a comprei tem uns dois anos, minha família a alugava para passar as férias de verão — disse e era a primeira vez que Bryan me contava alguma lembrança do seu passado ou de sua família.

— Não sou muito fã de praia, mas eu gosto do calor daqui — digo apreciando os raios solares fora do carro.

— Não me aparece que você tomava muito sol no Brasil — ele fez uma careta. Mostrei a língua.

Atração FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora