Capítulo Vinte e quatro
Passei o meu dia quieta, não estava conseguindo fazer algo pra me deixar mais animada ou contente, eu só conseguia pensar no dia de amanhã; assim que chegou, desperto com o despertador tocando e aparece o lembrete, que estava escrito: "Despedida às 9hrs." Lembro e me levanto sem nem pensar duas vezes! Pego meu vestido preto de renda, um saltinho escuro e desço para tomar meu banho. Fico o mais simples possível e tomo meu café da manhã. Rodrigo iria conosco, então liguei para que ele já viesse em minha casa. Mando mensagem para as meninas e todas vão também! Minha mãe deixou meus irmãos com meus avós, pois não seria bom eles presenciarem aquilo tudo.
Depois de todos prontos, esperamos o Digo e assim que ele chegou, fomos para o cemitério onde os corpos já estavam. Chegando lá, meu pai nos guia até onde deveríamos ficar, e vejo o meu grupo e o pastor já nos esperando. Cumprimento todos e só aguardamos até todos chegarem! Se achegou à nós, minhas amigas e também a diretora do nosso colégio, que fez a questão de comparecer!
9hrs em ponto começou o sepultamento. Estava de mãos dadas com o Rodrigo, do lado das meninas e dois homens carregavam o caixão com as duas dentro. Quando passou perto de mim, foi o motivo de choro para todas nós! O buraco onde seriam enterradas estavam abertos, um do lado da outra, mas esperaram para que antes, orássemos.
- Senhor nosso Deus e Pai, estamos hoje nesse lugar para entregar mais uma vez a vida de suas filhas, Anny e Amy em Suas mãos. É motivo de alegria ao sabermos que elas estarão contigo em breve, mas também de tristeza, pois já não mais estarão do nosso lado. Cremos que o melhor Tu já tinhas preparado para vida delas e sabes o melhor para nossas vidas, como ninguém! Essa é a nossa oração, e que Suas filhas se encontrem contigo em breve. Em nome de Jesus, amém! - orou em voz alta, o pastor Marcos.
Permaneço de cabeça baixa, até que Vinícius me chama para louvar junto com o grupo. Me disse qual seria a música, e começamos:
- " [...] Vem filho amado, vem em Meus braços descansar. E bem seguro te conduzirei ao Meu altar! Ali falarei contigo, com Meu amor te conduzirei. Quero olhar em Teus olhos, tuas feridas sararei. Vem filho amado, vem como estás! Pai, meu Pai. Meu Papai, Abba Pai [...]"
Consegui cantar somente a primeira vez, pois quando repetíamos, só conseguia chorar! Um pouco triste, mas com alegria e a paz do Espírito Santo me envolvendo e me acalmando! Enquanto louvávamos, foram descendo o caixão e logo não podíamos mais ver. Abracei meus pais, as meninas que estavam também chorando e o Rodrigo, que conseguiu conter o lamento! Deixo algumas flores ali perto, no chão, agradeço e me despeço de todos que ali estiveram. Dei carona para as meninas também e fomos em silêncio. É estranho ter essa sensação de que algo se foi, mesmo que pra um lugar melhor!
《 ♥ 》
Após aquele triste momento, Digo e eu fomos à praia para nos distrair. Sentamos na areia, bem junto um do outro e enquanto olhávamos o mar, Digo quebra o silêncio e começa puxando assunto:
- Ni, teve uma vez em que eu estava indo pra escola com uma galera... - enquanto ele falava, um filme passava pela minha cabeça, me fazendo lembrar e ter coragem de falar do que eu vi, na hora do acidente.
- Rodrigo! - falo o interrompendo, que me olha estranhando.
- Oi? Falei alguma coisa de errado?
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Vida de uma Adolescente Cristã I
SpiritualPRIMEIRO VOLUME A carioca Nicolle vive uma vida normal, como a de todas meninas da sua idade. Porém, uma única diferença que a faz brilhar nesse mundo, é por seguir a Cristo. Obviamente ela já sofreu ao ser insultada por sua escolha, mas er...