Você crê?

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Capitulo Quatorze

      Chegamos em casa, vou direto para o meu quarto e me jogo na cama. Olho para o celular e já são 23hrs. Decido pegar alguma roupa que ainda restava no meu guarda-roupa, pois a maioria levei pro Acre, e fui pro banho. Quando termino, volto pro quarto me tremendo de frio e vejo Clara sentada na minha cama, com a cabeça abaixada, ainda no telefone.

- Tá bom mãe. Vou orar e daqui a pouco estou aí, você acha que ela aguenta até lá? - quando ouço isso, corro em direção dela e sento em sua frente.

Assim que percebe minha presença, ela levanta o rosto, enxuga as lágrimas e se despede dos pais.

- Amiga, o que aconteceu? - pergunto muito preocupada.

- Minha madrinha, sofreu um acidente e... - começa a chorar, sem conseguir terminar de me explicar.

A abraço e assim que se recompõe, volta a falar.

- Está internada. Minha mãe disse que foi gravíssimo e que já tinha acontecido há uns dois dias atrás, mas não me contou antes, acredita? - disse em meio à soluços.

Fico sem saber o que falar, só consigo imaginar isso e não pensar no pior que pode acontecer.

- Vai dar tudo certo, amiga! Amanhã vamos pra igreja, intercederemos por ela, e ela vai sair dessa. Nosso Deus opera milagres, você lembra? Se essa ainda não for a hora dela, ela vai continuar aqui! - falo e volto a abraçá-la.

Ficamos ali por um tempo, até que minha irmã entra no meu quarto e fica parada na porta, sem reação. Clara olha pra ela, tentando parecer melhor e a chama.

- O que houve Elsa? Por que você tá chorando? - pergunta Jhiu preocupada. E sobre esse apelido? Nem eu sabia que ele existia...

- Aconteceu um acidente com a minha madrinha, mas vai ficar tudo bem. - tenta acalmá-la e sorri.

Elas se abraçam, Jhiu olha pra mim e senta do meu lado.

- Vamos comer? Que tal um brigadeiro? - falo tentando mudar de assunto.

- Vou tomar banho primeiro e te ajudo quando sair. - responde sorrindo em meio às lágrimas que ainda estava em seu rosto.

A observo levantar e pegar seu pijama. Vou até a cozinha com minha irmã e começamos a fazer o brigadeiro. Minha mãe sente o cheiro e fica nos observando na entrada do cômodo. Sorrio e ela se aproxima.

- A essa hora, lindas? Não está muito tarde pra gordices não? - pergunta passando o dedo na colher de leite condensado.

- A Clara está mal, mãe... - explico o que houve. - Aí viemos fazer isso pra tentar fazer com que ela se distraia. Depois você fala com ela, quando sair do banho.

Concordou e deixei minha irmã terminar de fazer, enquanto contava tudo pra ela, sobre a viagem. Jhiu também me pergunta sobre o orfanato e elas parecem muito curiosas com o que houve.

Ouço um barulho de porta se abrindo e logo vejo a Clara saindo do banheiro. Minha mãe me olha e vai falar com ela.

        Lavo as coisas que usamos pra preparar o doce e volto para vê-las, que estão abraçadas. Minha mãe dá um beijo nela, vem para dar em nós e volta para o seu quarto. Pegamos três colheres e o pote onde o brigadeiro estava e subimos pro quarto. Deitamos em nossas camas, Jhiu do meu lado e Clara no colchão do lado da minha cama. Ficamos assistindo uma premiação internacional, até que percebo que as duas já dormiram. Recolho a bagunça que fizemos, desço, escovo os dentes e me jogo - novamente - na cama e apago!

Vida de uma Adolescente Cristã IOnde histórias criam vida. Descubra agora