ix.

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Harry deixou escapar um suspiro antes de entrar na sala de interrogatório. Ele odiava fazer todo esse questionamento. Eles definitivamente não eram sua parte favorita do trabalho, porém deviam ser feitos. Ele entrou no pequeno cômodo, sentando-se na mesa em frente ao garoto.

"Nome?" Perguntou, preparando seu bloco de notas e os arquivos. O jovem adulto não disse nada à princípio. Ele não demostrou nenhuma emoção e permaneceu quieto até Harry começar a ficar impaciente. "Tudo bem, Sem Nome, me diga se você conhece essa pessoa". Harry deslizou pela mesa poucas fotografias que Louis havia o dado, com o objetivo de ganhar algum tipo de reação do suspeito. Harry colocou, também, fotos da cena do crime em cima da mesa depois de ter afastado as outras. "Talvez o conheça melhor desse jeito, huh?"

"Eu não conheço ele, de verdade." O suspeito falou.

Harry levantou uma sobrancelha. "Vocês estavam nas mesmas aulas e compartilhavam um amigo em comum. Como não o conhece?"

O outro encolheu os ombros. "Eu conheço a Oprah da TV, mas eu não a conheço de verdade."

"Certo, Espertinho". Harry disse, ficando frustrado cedo demais no interrogatório. "Você sabe quem ele é? Já tinha o visto antes? Alguma vez já parou para conversar com ele?"

"Eu já o vi por aí, ele sempre estava andando com grupos de pessoas. Deve ser um extrovertido ou coisa do tipo. Eu nunca conversei de verdade com ele". O suspeito respondeu.

Harry murmurou enquanto escrevia em seu bloco de notas qualquer informação útil. O suspeito se contorcia na cadeira, poderia ser por estar mentindo. "Você já conversou com o melhor amigo dele?" Harry perguntou, mostrando uma foto de Louis e Zayn juntos. Louis havia contando para Harry que quando a foto foi tirada, eles tinham acabado de passar o dia todo caminhando por uma montanha em Colorado e ambos estavam desgastados. 

"Ah, Lou? Sim, nós fomos parceiros de laboratório." O suspeito explicou.

"Engraçado você conhecer seu melhor amigo, mas não ele." Harry disse.

"Como se você soubesse quem era o melhor amigo do seu parceiro de laboratório."

Harry não respondeu o comentário e, ao invés disso, pegou mais algumas fotos de outra pasta de arquivos. "Bem, parece que você e Zayn eram amigos também. Eu tenho aqui uma gravação do colégio que mostra você e ele andando juntos. Parece que vocês conheciam muito bem um ao outro. Eventualmente isso acabou?"

"Sim", ele assentiu, "Todas as coisas boas devem chegar a um final."

"Por que isso acabou, Mr. Horan?"

Niall deu de ombros. "O garoto era meio estranho. Ele tinha fetiches, uns estranhos. Eu não queria me associar com um esquisitão."

"Então, o que? Ele te deixou bravo? Te pegou desprevenido e você bateu nele, foi isso?" Harry questionou, aumentando o tom de voz.

Niall permaneceu calmo, frio e tranquilo. "Nunca aconteceu. Eu simplesmente parei de andar com ele, de falar com ele."

"Registros telefônicos mostram que ele te ligou múltiplas vezes no mês passado. Se importa de explicar sobre o que foram as ligações?" Harry pediu, mostrando os números para Niall.

Por que esse garoto não estava cedendo? Harry se perguntou, ele estava falando a verdade ou ele era um bom mentiroso?

"Não tenho ideia."

"Você sabe por que alguém iria querer o machucar ou matar? Algum inimigo que você saiba?" Harry perguntou, tentando tirar algo do sujeito.

Niall balançou a cabeça. "Não consigo pensar em ninguém", soltou um riso abafado, "Ele provavelmente bateu na bunda errada."

Harry não prestou atenção no comentário rude, ele apenas escreveu sobre o comportamento de Niall e se levantou. "Acredito que seja tudo por hoje, Sr. Horan. Nós provavelmente iremos te ligar de novo."

Então Harry saiu, parando para falar com Cris, que estava esperando atrás da porta. "Traga para mim aquela caixa com as coisas que você encontrou no quarto de hotel do Payne. Vou precisar que o laboratório faça testes de impressão digital."

.

"Louis?" Harry chamou assim que, gentilmente, bateu na porta do apartamento do Louis mais cedo naquele dia. "Lou, está em casa? Trouxe a janta. Tenho certeza de que segundas-feiras significam comida chinesa, certo?"

Louis foi destrancar a porta, cuidadosamente vendo se era, de verdade, o Harry e se ele estava sozinho. Deixou o mais alto entrar no seu apartamento e, depois, fechou e trancou a porta sete vezes. Louis sorriu de maneira fraca, se afagando no seu casaco. "Oi, Harry."

Harry arrumou as coisas na mesa de jantar e se virou, vendo os olhos inchados de Louis e suas bochechas vermelhas. Suas mãos foram em direção ao rosto do garoto e seus polegares gentilmente afastaram as lágrimas. "O que tem de errado, amor?"

Louis levou as mãos de Harry para longe do seu rosto, porque só Deus sabia a quantidade de germes que tinham nas mãos, e também porque ele queria abraçá-lo. Envolveu seus braços ao redor do tronco de Harry e o segurou apertado. "Ele se foi. Eu... Eu não tenho mais um melhor amigo", Louis disse baixinho.

Harry massageou círculos nas costas de Louis, tentando o acalmar. "Tudo ficará bem. Nós iremos encontrar quem o machucou e porquê, depois tudo irá melhorar. Você apenas precisa dessa conclusão, é isso." Harry disse com um sorriso fraco. Ele pressionou um rápido beijo no topo da cabeça de Louis.

Louis se afastou para olhar o garoto que mais o respeitou. "Harry, eu-eu quero que você me beije."

Seus olhos verdes se arregalaram. "O que?"

"Quero que você me beije". Louis falou suavemente, porém com mais convicção dessa vez. "Só me beije como você beijaria qualquer outro garoto."

"Louis, eu não acho que você queira que eu--"

"Por favor", Louis adicionou, "Apenas dessa vez. Eu só preciso me sentir próximo de alguém."

Naquela hora, Harry não desejava discordar com o menino que tinha o enfeitiçado. Assim, ele lentamente se inclinou para frente, com seus olhos agitados, e beijou Louis.

Foi um beijo simples, nada extraordinário ou surpreendente, sem língua, sem mordida, somente lábio contra lábio. Mas, Harry achou que isso teve o poder de virar seu mundo do avesso e o colocar de cabeça para baixo.

 Os dois se afastaram na mesma hora e Harry estava tão atônico para tentar fazer aquilo uma segunda vez. Louis abraçou Harry de lado, com sua orelha encostada no coração do outro. "Por alguma razão, Harry, você me faz sentir menos como um maluco por germes e mais como uma pessoa."

E aquelas deveriam ser as palavras mais doces que Harry já tinha escutado.

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Não esqueçam de votar para eu saber se estão gostando da tradução. E desculpa qualquer erro, essa semana foi bastante corrida e ainda não tive tempo de revisar o capítulo. 

Até!!! 




Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora