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"Então, estamos procurando por alguém sem conexão com o Zayn ou com o Louis? Talvez tenha sido só um acidente. Ele tentou entrar nas calças de algum cara e ele não gostou disso", Cris disse. Ele sentou de lado na sua cadeira, com seu pé pendurado do lado. Girou uma caneta nos dedos enquanto observava Harry andar para trás e para frente.

Harry correu os dedos pelo seu longo cabelo, "Eu não tenho mais nenhuma porra de ideia."

"Não há necessidade de linguagem vulgar, Senhor Styles", Cris comentou. "Apenes deixe as ideias entrarem em você, não force."

Harry continuou a andar, tentando descobrir alguma coisa - qualquer coisa - que poderia ajudá-los. "Tem que ter algo que estamos deixando passar, Cris."

Cris balançou a cabeça, "Tem sempre algo que deixamos passar. O que fazer quando só temos peças de quebra-cabeças espalhadas por toda a cidade?"

Harry silenciosamente concordou, sabendo muito bem que ele deveria apenas ir para casa e dormir no, bem, provavelmente no sofá do Louis, mas tanto faz. Ele só não conseguia deixar a pessoa que fez isso ficar impune. E se ela já fugiu do país?!

"Podemos pensar na possibilidade de ter sido um serial killer. Talvez Zayn estivesse no lugar errado na hora errado", Cris sugeriu.

Harry discordou. "Acho que veríamos mais disso a essa hora. E o caso inteiro parece tão pessoal. Talvez alguém que soubesse mais sobre o passado do Zayn. Talvez devêssemos procurar velhos amigos dele, aquele que o pai machucou o Zayn."

Cris bocejou, exausto de ter corrido por aí o dia todo. "Isso não pode esperar até amanhã?" 

"A justiça nunca espera, Harper", Harry comentou. Ambos riram e, depois, Harry concordou. "Acho que já está na hora de você voltar para o seu namorado ou sei lá o que."

Cris sorriu. "Na verdade, ele será meu marido qualquer dia desses. Bem, eu espero. Ele é... Ele é especial, sabe. Ele é como o Louis do meu, hm, você." Cris ficou vermelho. "Vou pedir para ele casar comigo. Não sei quando, mas será logo."

Harry sorriu também, animado por ouvir uma notícia tão boa. (Finalmente um pouco de positividade na sua vida). "Então, vá para casa. Passe um pouco de tempo com ele. São apenas, o que? Dez e meia? Vai ver seu homem."

O sorriso de Cris aumentou e ele foi guardar suas coisas. Parou antes de sair pela porta, virando para observar Harry curvado sob a mesa. "Você deveria tentar ir para casa também." Harry olhou para Cris enquanto ele continuava falando. "Aquele garoto precisa de você agora, Harry. Ele não sabe o que pensar, como se sentir. Vá confortá-lo, deixe ele se apoiar em você, esteja presente. Ele te ama, posso perceber isso no modo como olha para você."

Harry não respondeu e Cris saiu pela porta. Ele deu uma olhada na pila de papel em cima da mesa e suspirou. Sentou e pegou o celular para ligar para Louis.

"Alô, aqui é o Louis", Louis saudou pelo telefone. Harry sempre amava o jeito como ele atendia ligações. Era meio fofo em seu ver.

"Oi, amor. Eu só queria que soubesse que eu gostaria de passar a noite no seu apartamento hoje, se estiver tudo bem para você. Quero dizer, eu não preciso, mas quero de verdade. Apenas pedi por permissão, porque isso poderia te deixar confuso, sei lá. Eu só, ahn, isso é tudo." Harry disse, tentando não soar tão esquisito.

(Ele falhou).

Louis sorriu no outro lado da linha. "Sim! Por favor, venha pra cá. Eu já estou na cama, mas, mas, mas você sempre pode aparecer e eu vou te deixar entrar e nós, nós podemos ficar juntinhos. Eu realmente sinto falta de fazer carinho em você. Quero trocar chamegos com você."

Harry riu, "Claro. Estarei aí. Estou saindo do trabalho agora". Respondeu, jogando seu casaco em cima do ombro. "E, Lou?"

"Sim?"

"Eu te amo."

O sorriso de Louis pareceu se estender por milhas. "Eu te amo também."

.

Louis gostava muito de noite quietas. Ele gostava de conseguir deitar na cama por um tempo e ler por trinta minutos. Isso clareava a sua mente e o focava em qualquer outra coisa que não fosse seu relógio natural. Ele gostava de pensar como outra pessoa. Ele gostava de ler os pensamentos de outros, tentando descobrir o que iriam fazer. Havia algo poderoso sobre a leitura - algo inspirador - que o fazia trazer a história para a vida, fora de sua cabeça.

"O que está lendo essa noite?" Harry perguntou, seus braços estavam passados ao redor da cintura de Louis. Ele pressionou um gentil beijo no ombro do namorado.

Louis soltou uma risada fraca. "Sonho de uma Noite de Verão", ele respondeu, "É do Shakespeare." Louis se apertou mais no Harry, seus corpos bastante juntos. Era uma sensação boa estar tão perto de alguém, Louis pensou. Isso o fez se sentir como se estivesse começando a entender a razão pela qual pessoas como Romeu e Julieta fizeram coisas loucas, como cometer suicídio, por amor. Contudo, ele nunca iria fazer uma coisa dessas. Era muito sem noção para se pensar.

Louis levantou o olhar para Harry e esfregou seus narizes um contra o outro e, depois, o deu um beijo. Harry pensou que Louis e ele faziam um bom time, que eles sempre apoiavam o outro.

"Harry?" Louis falou em tom de pergunta, sem ter certeza de onde aquela conversa iria parar. Harry murmurou como uma deixa para Louis continuar a falar. Ele, por sua vez, virou-se de lado para encarar Harry, traçando figuras aleatórias na blusa de pijama do mais alto. "Você é o meu curador. Agora, eu sei que isso soa bem ruim", Louis tentou se defender, "Mas, é verdade. Antes de você, eu estava... Bem, eu estava na minha pequena bolha. Era uma bolha muito pequena consistida de apenas três pessoas: Liam, Zayn e eu mesmo. Graças a você, minha bolha se expandiu - explodiu! Eu fui apresentado a dura realidade do mundo. Mesmo quando isso se tornou demais para eu aguentar e quando todas as notícias ruins da TV me deixaram mal, você estava lá. Você é como uma terrível cola que me deixa em pé e eu não estou dizendo que te acho terrível, mas sim a cola que conserta meus pedaços quebrados. E isso é realmente brega e eu lamento por estar me tornando mais como você, mas, vamos encarar a realidade, você está me deixando parecido com você."

Tudo que Harry pode fazer foi sorrir e se inclinar para beijar Louis, porque, Deus, ele teria chorado se tivesse mais tempo para pensar sobre aquilo.

Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora