x.

874 117 98
                                    

"Amor". Harry falou gentilmente para Louis, o qual estava com o pé contra a coxa de Harry e com sua cabeça apoiada no braço do sofá. "Louis, querido, está tarde. Tudo bem... Tudo bem para você se eu passar a noite aqui? Eu apenas não--"

Louis riu, chutando de brincadeira a coxa de Harry. "Tudo bem, Harry. Mas, já que são quase nove e meia, eu irei para a cama daqui a pouco. E, bem, eu não gosto muito de dormir com outra pessoa na mesma cama. Então, se você não se importar, poderia dormir no sofá?" Louis perguntou, sem querer parecer rude. Essa era a última coisa que ele queria ser. Ele, é claro, também não queria passar uma impressão errado para Harry. Ele gostava de Harry, o que poderia ser considerado uma conquista pela parte do outro garoto.

"Oh, sim, tudo bem. Quer dizer, eu acabo dormindo no meu sofá na maioria das noites, nada de novo. Além do mais, seu sofá é bastante confortável. Eu me sinto como estando em uma nuvem". Harry comentou, se afundando mais no sofá e rindo como uma criancinha.

E, Deus, Harry era fofo. Ele era absolutamente adorável, maravilhoso e Louis não ligava para suas imperfeições faciais. Nem mesmo para as algumas espinhas em sua testa, ou para o fato de que havia um cílio na sua bochecha, ou para seus lábios secos e rachados desesperados por uma hidratação. Para Louis, Harry era simplesmente perfeito. Era como se nada pudesse o fazer pensar de outro modo.

"E eu vou até dobrar meus cobertores do jeito que você me ensinou antes." Harry falou com um pequeno sorriso. 

Louis riu. "Você é o melhor." Louis honestamente acreditava nisso. Ele era o melhor. Ele era cuidadoso, gentil, de bom coração, simpático. Ele era verdadeiramente maravilhoso. Ele fez Louis sentir como nunca havia se sentido antes, o que era estranho. Mas um estranho bom-- um estranho bom de verdade, que Harry definitivamente conseguiria se acostumar.

"Você é ainda melhor". Harry comentou. "Você é melhor que o melhor."

As borboletas no estômago do Louis pareceram ter gostado das palavras de Harry e elas começaram a bater as asas. Ele riu como uma criancinha outra vez e, logo, Louis levantou do sofá antes que ele caísse nas palavras, no toque, no cheiro de Harry-- Deus, o cheiro dele. Harry cheirava a limpeza. Louis lembrava de roupas recém lavadas, macias e quentes, às vezes felpudas. Harry era algo que Louis poderia embrulhar a si mesmo, como um cobertor aconchegante.

"Eu acho melhor me arrumar para dormir. Não posso sair do cronograma, eu vou.. eu vou..., sim, tanto faz." Louis conseguiu sentir suas bochechas ficando vermelhas. "É melhor eu só ir dormir, uhm, vou pegar uns cobertores para você."

Harry sorriu pela infantilidade de Louis e assistiu o garoto saindo do cômodo e voltando com cobertores para a noite. Ele, com boa vontade, os pegou da mão de Louis e arrumou sua cama enquanto Louis se preparava para ir dormir, seguindo seu processo normal de todos os dias. Harry transformou o sofá em um ninho de cobertores, os quais definitivamente iriam o manter aquecido durante a noite. Então, Louis saiu do banheiro e continuou andando pelo corredor.

Louis parou de se movimentar quando viu Harry tirando sua camiseta, de costas para o mais baixo. Ele ficou boquiaberto, absolutamente surpreso por o esguio e estranho detetive ter um corpo tão atraente. Rapidamente, ele desviou o olhar, reorganizando as roupas dobradas que trazia em seus braços, e, logo, viajou alguns passos até entrar em seu quarto. Ele fechou a porta, particularmente não gostando de como ver o Harry o fizera sentir.

Louis tentou pegar no sono, porém isso se tornou bastante difícil, então ele levantou para pegar um copo de água, pensando que aquilo definitivamente iria o ajudar a dormir. Dessa forma, saiu do quarto na ponta dos pés e foi em direção à cozinha. Ele se assustou quando Harry acendeu a luz. "O que está fazendo, Lou?"

Harry esfregou os olhos, se sentindo cansado e desgastando, enquanto Louis respondia. "Apenas pegando água."

"Oh, bem, espero que durma bem". Harry falou com um bocejo.

Louis sorriu suavemente, levando o copo para seu quarto. Ele parou na porta, "Boa noite, Harry. Espero que durma bem". Em seguida, fechou rápido a porta, sorrindo sozinho.

Ele nunca havia se sentido mais vivo.

.

Harry foi para o trabalho depois de ter tomado café da manhã com o Louis e lido algumas das tirinhas do jornal matinal de domingo (ele precisava de algumas risadas para conseguir sobreviver o resto do dia). Ele se livrou do seu casaco pesado, o colocando no encosto da sua cadeira, ao mesmo tempo em que Cris se aproximava. 

"Ah, muito bom você ter se juntado a nós, Styles. Aproveitou sua noite, não é mesmo?" Cris perguntou com um sorriso.

Harry revirou os olhos. "Foi boa, obrigado. Estou contente de voltar ao trabalho, aonde eu posso ver seu charmoso rosto." Harry falou e piscou um dos olhos.

Cris bateu, de brincadeira, no braço de Harry e mudou de assunto. "Walker conseguiu achar impressões digitais nas coisas que pegamos no quarto do hotel. Aqui estão os resultados." Ele entregou para Harry uma pasta. "Acho que você vai precisar parar de andar com esse seu coleguinha."

Harry pensou sobre as palavras de Cris conforme o rapaz andava para longe. Ele se sentou e olhou os papéis. Ficou chocado em ver o que o laboratório tinha processado. E Harry não acreditava que precisava fazer aquela ligação, que o único rapaz pelo qual ele tinha sentimentos era... Era o que? O que ele era? Um assassino? Um criminoso?

Nada disso parecia certo.

"Ei, Doutor, já terminou a autópsia do Zayn Malik?" Harry perguntou enquanto escrevia algumas notas. "Acho que devo fazer uma visita a vocês dois daqui... Quinze minutos?"

"Tudo bem, Styles, ele já está quase terminado. Mas um segundo par de olhos seria bom", o Doutor disse. A conversa foi curta e Harry rapidamente desceu alguns andares para checar a autópsia, esperando que o Doutor tivesse palpites sobre possíveis armas usadas.

"Para o que estamos olhando aqui?" Harry questionou, jogando um jaleco por cima da sua camisa.

"Bem", o Doutor começou, puxando para trás a manta fina e revelando a face de Zayn. "É óbvio que ele estava em uma briga, há hematomas espalhados pelo corpo e uma costela fraturada. Nós estamos procurando por alguém que sentisse que a vítima tinha feito algo errado para ele. Malik foi esfaqueado três vezes nas costas, mostrando que o assassino queria vingança. Eu iria começar tentando procurar alguém enfurecido, alguém tão zangado com a vítima que poderia chegar aos extremos."

Harry assentiu com a cabeça, olhando para as fotos que o Doutor entregou. "Você sabe que tipo de arma foi usada para o assassinato?"

"Definitivamente algum tipo de lâmina, um pouco cega. Tesouras, talvez." O Doutor respondeu. "Provavelmente a primeira arma que o culpado viu pela frente. Eu acho que você deve procurar por alguém inexperiente. O trabalho manual foi desleixado, com certeza algo que você não veria vindo de alguém que tem muito anos de prática."

"Então, ele é jovem?"

"Certamente. Eu diria que foi a primeira vez que cometeu um delito, baseado em toda a informação dada pela autópsia e o procedimento do crime." Respondeu.

Harry assentiu durante a fala do Doutor, pensando nas pessoas que eles haviam interrogado. "Você acredita que o assassinato tenha sido feito de um modo limpo? O suspeito parece ser metódico?"

O Doutor ponderou as possibilidades. "Pode ser. De acordo com as fotos da cena do crime". Comentou, pegando algumas fotografias para entregar ao Harry. "Ele pode ter sido bastante organizado. As roupas da vítima foram arrumadas, endireitadas para não haver nenhuma dobra ou ondulação. Você deve querer analisar possíveis armas usadas, ver se elas foram limpadas."

"Parece bom", Harry disse, recolhendo todas as fotos que o Doutor mostrou. "Obrigado, Dr. Volto a te ver depois se eu precisar. E, a família Malik estava perguntando se eles irão conseguir planejar o funeral logo."

"Até o final de amanhã tudo deverá estar organizado e eles podem me procurar para organização o que precisa." Disse, limpando algumas das suas ferramentas.

"Ótimo, obrigado. Te vejo depois, Doutor." Harry disse, saindo da sala com a missão de conectar os pontos.

Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora