xxi.

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Harry estava em pé no lado de fora do seu apartamento, na varanda, com um cigarro entre seus lábios. Ele lentamente removeu o cigarro da boca e soltou a fumaça, o relaxamento passou por cima dele como ondas do mar.

Ele quase nunca fumava ou, pelo menos, tentava não fumar. Eram situações especiais como aquela que ele ficava estressado demais, sem conseguir se impedir de acender o isqueiro. Mas eram nesses momentos que ele conseguia pensar de forma clara, sem nenhuma distração.

Ele não tinha tido tempo suficiente sozinho quando seu celular começou a tocar-- um som que ele estava ficando cansado de escutar. "Alô?" Perguntou com a voz fraca.

"Oi, Harry." Louis exclamou. "Eu só queria te dizer-- Te dizer o quão bonito você é. E, e você faz eu me sentir muito bem."

"Lou, você está-- Você andou bebendo?" Harry questionou.

"Pfft, você é bobo". Louis riu. "Tão boboca.".

Harry correu a mão pelo cabelo. "Estou indo para aí. Está no seu apartamento, não é?"

O outro lado da linha permaneceu estático, mas, depois de um tempo, Harry conseguiu escutar Louis outra vez. "Mm, não."

Harry fechou os olhos. "Então, onde está?"

Louis olhou ao redor do bar onde estava e para o estranho que ficou o encarando durante toda a noite. Sua voz se tornou mais fraca enquanto falava, "Estou no bar, Harry, e tem esse cara esquisito olhando para mim. Estou meio assustado e, e não sei muito bem o que eu deveria fazer."

Harry deixou escapar um suspiro, tentando não ficar bravo. Ele não podia se aborrecer, não com o Louis. Ele deveria ficar bravo com Zayn. Zayn era o garoto que havia machucado Louis e feito Deus sabe mais o que.

"Em qual bar você está?" Harry perguntou entrando no apartamento e procurando sua jaqueta.

Harry sentiu que Louis estava prestes a chorar somente pelo som da voz dele quando começou a falar outra vez. "Aquele... Aquele a um quarteirão da sua casa."

"Estou a caminho", essas foram as últimas palavras que Harry falou antes de finalizar a ligação.

.

Quando Louis se sentou no bar, ele automaticamente sabia que não pertencia às vadias ou aos velhos homens casados querendo transar. Ele sabia que aquele lugar era sujo demais para ele e que deveria apenas ir embora. Por outro lado, o garçom, que era bem bonito, perguntou o que ele gostaria de beber e, então, Louis respondeu, "Uma Coca, por favor." O garçom riu e trouxe whisky com muitas pedras de gelo.

Louis bebeu um gole e descobriu que não era tão ruim quanto parecia. Era refrescante, não apenas a bebida em si, mas também o significado simbólico, ou, pelo menos, Louis pensou que fosse simbólico. Ele estava se soltando, experimentando coisas novas, virando tudo em apenas um gole. Então, era claro que ele não iria parar.

Depois de algumas bebidas, o corpo de Louis não estava concordando direito com sua mente. Ele estava tonto e falava palavras feias, e estava começando a suar em quantidades loucas. De qualquer forma, isso não impediu alguns homens de o abordar com sorrisos largos e más intenções depois de ele já ter ligado para Harry.

O homem que esteve o observando foi o primeiro a sentar perto de Louis e, depois, um de seus amigos foi para o outro lado. Louis se sentiu encurralado. 

"Qual é o seu nome, gracinha?" O primeiro cara perguntou.

Louis primeiramente ignorou o homem, porém quando ele o segurou pelo pescoço, foi forçado a falar. "É-- Eu sou o Louis."

"Não é uma boneca?" O segundo exclamou. "Tenho certeza que você ficará bonito demais em vestidos."

Louis se contorceu no banco, esperando que o garçom voltasse da cozinha para o salvar. Mas, ele não voltou e Louis estava preso embaixo da mão daquele estranho, que definitivamente queria o machucar.

"Eu- Eu não sei. Não uso vestidos." Louis comentou, sem querer causar confusão.

"Talvez não devêssemos te levar para nosso caminhão para vermos como você fica, huh, bebê?" O segundo homem perguntou enquanto mexia no cabelo do Louis. 

"Bem, eu realmente não--"

"Que porra vocês estão fazendo?" Harry gritou, correndo na direção dos pervertidos que estavam assediando seu Louis.

Harry imediatamente segurou o que estava brincando com o cabelo do Louis e o empurrou contra o balcão. Ele disparou alguns socos no rosto dele antes do outro esquisito tentar mexer com Harry também. Porém, seu estado embriagado o fez oscilar e cair de bunda no chão.

"Harry... Harry, por favor, para com isso!" Louis gritou enquanto Harry continuava batendo no homem embaixo de si.

Assim que Louis tocou o braço de Harry, o mais alto parou o que estava fazendo e olhou para Louis. Foi como se Louis conseguisse trazer claridade para a vida de Harry com apenas um toque gentil.

"Harry", Louis disse fraco.

Harry puxou Louis para um abraço. "Lamento não estar aqui antes."

"Me desculpa ter saído e ficado bêbado." Louis falou, apertando Harry mais forte.

Harry beijou o topo da cabeça do outro e fechou seus olhos. "Está tudo bem, querido."

.

Era três da manhã quando Louis acordou e começou a andar pelo seu apartamento. Harry dormia no sofá e estava se despertando quando Louis começou a subir para se juntar a ele.

"Lou?" Harry perguntou sonolento.

"Senti sua falta."

Harry riu, "Você estava a menos de sete metros de mim."

"Qualquer distância que estou de você é longe demais." Louis falou, se esfregando em Harry.

"Olhe só para você ficando todo poético." Harry disse, esfregando seus olhos dormentes para olhar para baixo.

Louis se inclinou e beijou Harry, antes de perguntar o que estava preso na sua cabeça, "Por que você não o prendeu ainda?"

Harry suspirou, "Você quer mesmo falar sobre isso agora?"

É claro que Louis queria. Ele queria saber por que o cara que matou Zayn não havia sido preso. Por que ele ainda estava por aí? Ele deveria estar na prisão pelo crime que cometeu. Mesmo se Zayn fosse uma má pessoa, todos merecem justiça ou, pelo menos, Louis acreditava nisso.

"Zayn merece justiça". Simplificou.

"Estamos trabalhando nisso. Estamos tentando ligar todas as pistas e provavelmente teremos terminado no final da semana."

"É quarta-feira." Louis avisou.

"E ele estará com algemas na sexta." Harry assegurou. Louis o beijou mais uma vez, selando a promessa.

"Harry?"

Harry murmurou um "humm?" Esperando Louis continuar a falar.

"Minha cabeça dói."

Harry deixou escapar uma curta risada, imaginando que aquela foi a primeira vez que Louis tocou em álcool. "Apenas tente dormir. Vou trazer Advil para você de manhã. Apenas durma, amor."

Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora