xxii.

720 98 74
                                    

Oi gente   :) 

Tem uma hora que começa a narrar uma lembrança do Harry. Prestem atenção, porque não tem nenhuma indicação falando quando sai da narração "atual" e começa essa memória.

Boa leitura. Lembrem de votar.

★☆★☆ 

Havia alguma coisa que fez Harry ficar nervoso assim que chegou à porta do quarto. Algo que se agitou na boca do seu estômago, quase o fazendo vomitar cedo naquela manhã.

"Vou pegar uma vitamina de gengibre pra você", Louis propôs, "Deve acalmar seu estômago".

Apesar de aquela ter sido a coisa mais doce que Louis ofereceu, Harry recusou e insistiu que ele ficaria bem. Contudo, não foi esse o caso.

Seu estômago estava em nós e sua mente girando fora de controle. Ele se sentia como se não controlasse nada na sua própria vida.

Exceto por Louis.

Louis era a única coisa boa que estava passando pela vida de Harry. Harry sabia que ele voltaria para casa, para o Louis, e o jantar estaria pronto, pois Louis era assim. Louis gostava das coisas prontas. Ele gostava de planejamentos e calendários e cronômetros, porque todos eles tornavam a vida mais simples; eles serviam como os salvadores da vida do Louis. Para Harry, Louis era o seu salvador de vida.

Louis conservava um balanceamento que era muito necessário na vida do Harry. Ele tinha a capacidade de trazer organização e controle do tempo. Enquanto isso, Harry conseguia abrir Louis para as infinitas possibilidades da vida. Harry apresentou coisas que Louis nunca havia imaginado. Ele ensinou Louis a como amar e ser amado. Ele mostrou para Louis o que significava sorrir e ser verdadeiramente feliz. Ele expôs que o mundo não era perfeitamente alinhado ou simétrico ou reto, mas ainda tinha beleza nele.

"As estrelas são dispersas." Louis apontou quando eles estavam olhando para o céu no telhado do edifício que Louis morava, apenas há alguns dias.

"Mas, elas criam essas constelações incríveis. Deuses, animais, grandes e pequenos pontos de navegação, todos criados por essas coisas que o homem não controla. Não é maravilhoso?"

Louis não conseguiu parar de pensar no quanto aquilo o fazia lembrar de amor; algo indescritível, algo que nunca foi criado por um homem, porém, ao invés, algo maior.

"Sim", Louis falou sorrindo e levantando sua cabeça do peito do Harry para o beijar. "Elas meio que me lembram você; desorganizadas, mas bonitas de qualquer jeito."

Harry balançou a cabeça, tentando tirar aquelas memórias da sua mente por enquanto.

Ele bateu na porta do dormitório e esperou alguém abrir. Quando ninguém fez isso, chamou um dos policiais para derrubá-la.

O loiro permaneceu parado com os olhos arregalados e uma expressão de puro choque enquanto Harry fazia uma prisão formal. "Niall Horan, você está sendo detido pela morte de Zayn Malik. Qualquer coisa que disser pode e será usada contra você..." As palavras saíam da boca dele, porém Harry não tinha consciência do que falava. Ele estava tão acostumado a repetir essas frases que elas começaram a parecer insignificantes.

Harry escoltou Niall até a sala de interrogação assim que voltaram para o departamento. Louis assistiu Harry fazendo isso. Niall encarou os olhos do Louis e tentou lutar para ir em direção à ele, mas Harry tinha um aperto forte e não havia chances de aquilo acontecer.

"Sente-se, Sr. Horan." Harry exclamou, empurrando Niall para a mesa. O jovem cambaleou, mas eventualmente sentou. "Me diga porquê está aqui."

"Você acha que eu matei o Zayn." Niall murmurou.

Harry assentiu e sua voz saiu severa, "Eu sei que você o matou."

Niall se inclinou para trás na cadeira, "Posso apostar agora mesmo que tudo o que você tem não irá me levar para uma cela na prisão."

Harry, irritado, abriu uma das pastas à sua frente. "Mensagens de texto e de áudio me fizeram acreditar que você teve um motivo bem forte." Harry leu um dos textos em voz alta, "Sinto sua falta. Mal posso esperar para ver sua bela boquinha esticada em cima de mim de novo."

"E daí?"

"Sr. Horan, nós temos razões para acreditar que você estava sendo sexualmente e mentalmente abusado pelo Sr. Malik. Não estava?"

Niall tentava, de verdade, não chorar. Mas, ele precisava se livrar dos dez meses de tortura que Zayn havia o enfiado. Era como se em tudo lugar que ele fosse Zayn estivesse três passos atrás de si ou, até mesmo, respirando no seu pescoço. Ele estava cansado de ser tratado como o animal de estimação de alguém.

Assentiu fracamente, sem ser capaz de abrir a boca para formar uma sentença coerente.

"Ele te tocou. Ele te manipulou. Ele fez você se sentir amado quando tudo que ele queria mesmo era seu corpo. Ele nunca se prendeu emocionalmente, porque tudo era apenas sexo para ele. Então, por que você não fez uma denúncia? Por que não o denunciou por estupro?" Harry perguntou.

"Porque eu o amava pra caralho!" Niall gritou. Ele piscou o resto das suas lágrimas e respirou fundo. "Eu o amava e isso era tão estúpido, eu era tão estúpido. Amar alguém que só te machuca não é certo. Não é saudável. Mas, sempre tem algo de puxando para perto da pessoa. É como se ela fosse o ímã e você apenas um clipe de papel qualquer. Você não consegue se segurar, apenas se gruda."

E tudo o que Niall falou era verdade. Ele amou Zayn e se machucou, pois amar Zayn era como cair no inferno. Ele era o mentor do demônio, uma cobra venenosa na realidade.

"Mas isso não te impediu de o matar, não é?"

"Detetive, eu passei uma semana inteira na cama berrando como uma porra de um bebê por causa da morte dele. Você honestamente pensa que eu o mataria?"

Niall estava certo. Por que matar a pessoa que ele amava?

"Você tem algum hábito, Sr. Horan? Gosta das coisas organizadas de uma determinada maneira?"

"Se está insinuando que eu tenho TOC, não, eu certamente não tenho e não percebo nenhuma correlação com esse caso."

Harry fechou rápido a pasta. Se não tinha sido Niall, então, quem foi?

"Quem machucaria o Zayn? Quem queria tanto uma vingança que chegaria nesse ponto?" Harry questionou, sua voz aumentando a cada palavra.

"Eu não sei!" Niall gritou outra vez. Ele caiu de volta na cadeira de metal, achando complicando falar sobre o assunto. "Procure pelas pessoas que tentaram se aproximar do Louis. Zayn era possessivo. Ele amava Louis... Mais do que conseguiria me amar algum dia."

Harry respirou profundamente, imaginando que fosse ajudá-lo a pensar. "Ele nunca conseguiria te amar ou amar qualquer outra pessoa. Ele era doente! Ele era um bastardo imprudente que apenas desejava sexo! Ele nunca amou você ou Louis ou outra pessoa além dele mesmo, isso é algo que você precisará entender."

Com suas palavras finais, Harry saiu da sala, avisando o guarda para ficar de olho em Niall. Ele não conseguia parar de pensar que, talvez, existisse mais coisa na história do Zayn. Tinha que ter e ele desejava descobrir.

Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora