xxxviii.

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Harry não sabia quando tinha pego no sono, mas ele sofreu muito para acordar e atender o celular, nada contente ao ver quem estava ligando.

"O que quer de mim?" Perguntou sussurrando, sem querer acordar o Louis. Apesar de que ele precisava assumir que queria muito que o Louis abrisse os olhos. Ele queria ter certeza de que seu bebê estava se sentindo bem e não conseguia perguntar isso quando tudo que Louis fazia era dormir.

"É o seu pai, ele não está indo bem. Os médicos disseram que é estresse. Eu acho que você deveria vir até aqui e se desculpar pelo o que disse. Acho que vai resolver." A mãe do Harry disse.

Seus olhos se arregalaram. "Você tá brincando, certo? Eu não tenho mais nada para falar com ele. Ele não merece um pedido de desculpas ou minha simpatia. Ele nem mesmo estaria aí se não corresse atirando em pessoas. Esse é o carma dele."

"Harry, acredito que você esteja sendo muito mente fechada agora."

"Mente fechada? O cara atirou no meu namorado depois de bater nele. Eu acho que tenho o direito de ficar bravo e insistir que ele não merece desculpas", Harry respondeu, tentando (e falhando) deixar sua voz baixa. Ele levantou e andou até o canto oposto do quarto.

"Eu apenas penso que você deveria tentar e falar com ele sobre isso. Escutá-lo."

"Mãe, não há nada para ser escutado. Eu não quero mais me associar com ele. Ele foi quem decidiu que eu não sou mais parte da família, então deixaremos as coisas do jeito que estiveram pelos últimos anos."

"Não quer que as coisas mudem? Você não quer remendar as coisas com ele? Ele está envelhecendo, Harry. Ele vai partir antes mesmo que você perceba." Sua mãe comentou.

Harry tinha, muitas vezes, pensado sobre isso. Ele ponderou em tentar consertar a situação com seu pai. Ele pensou em como a vida seria, estar vivendo com o resto da sua família outra vez e, honestamente, ele não gostou da hipótese. Ele sabia que, sendo parte da família, ele seria constantemente julgado e ridicularizado. Ele sabia que nunca seria capaz de levar o Louis para os jantares, por conta do tipo de mente fechada que sua família tem com pessoas diferentes. E ele sabia que não conseguiria viver a vida sabendo que seu pai estava desapontado com ele.

Ele sempre quis crescer e impressionar seu pai. Ele sempre quis se tornar alguém para mostrar que é inteligente e forte, que não é um fracassado e que nunca foi. Porém, seu pai não conseguia olhar através da sua sexualidade. Ele preferiu deserdar seu filho antes mesmo de pensar em conhecer as conquistas do Harry com o passar dos anos.

Era como se o fato de o Harry ser gay definisse o resto de si. Por causa do sexo que ele preferia, imaginavam que ele seria um designer de moda que fala com um sotaque forçado para parecer mais elegante. Ou um cabeleireiro que passa o dia modelando os cabelos das mulheres enquanto bebe um smoothie de frutas. Ou era visto como um ator que seduz os garotos mais novos para os levar para a cama e dormir com eles por uma noite e os empurrar para fora na manhã seguinte. Harry não era imaginado como o respeitado detetive que se tornou e aquilo acabava com ele mais do que qualquer outra coisa. 

"Já acabamos. Não me ligue de novo". Harry disse simples, desligando logo quando acabou a sentença.

No outro lado da linha, sua mãe tirou o celular de perto da orelha e jogou a cabeça para trás. O pai de Harry a olhou, "Não vale a pena."

"Eu pensei que ele viria", falou. Ela andou até a cama do hospital e correu seus dedos pelo cabelo do marido.

"Eu não deveria- Eu deveria ter o aceitado do jeito que ele é. Is-Isso foi difícil para mim. Eu sempre o imaginei crescendo e tendo uma esposa, e filhos e um emprego estável. Eu não pensei que ele- Eu pensei que as coisas seriam diferentes."

A mãe do Harry sorriu. "Eu sei, querido. Mas você ainda pode conhecer quem ele é, o aceitar. Ainda há tempo."

O mais velho suspirou, "Não muito."

.

"Tenho uma boa notícia para você, Styles." Ed disse no celular.

"Ah, sério?" Harry perguntou, soltando uma risada. "O que tem para mim?"

"O hospital ligou para o namorado do Cris e ele me ligou, porque você e eu somos bem próximos e tal, e parece que o Cris será liberado para ir para casa em apenas alguns dias", Ed explicou.

"É ótimos ouvir isso!" Harry comentou, tentando enfiar um dólar na máquina automática. Tudo que ele queria era seu Cheez-Its, por Deus. "Está tudo certo com ele? Nada quebrado, né?"

"Não sei muitos detalhes, mas parece que ele está bem. Você pode querer dar uma passada lá para o visitar, porque ele está acordado e pode receber visitas", Ed recomendou.

"Vou tentar", Harry disse. "Ainda estou esperando o Lou acordar."

Ed suspirou. "Hazz, você precisa sair desse quarto antes que você se sufoque ou algo do tipo."

"Tanto faz, vou dar uma caminhada agora, para a sua informação. Estou saboreando um pacote de Skittles, porque a máquina se recusou a me entregar um Chezz-Its."

"Harry-"

"Eu sei, eu sei. Irei para casa dormir quando a hora de visitação terminar, o que é as sete da noite então ainda tenho umas cinco horas. Sem pressa. É do Louis que estamos falando. Ficarei esperando ao lado dele o máximo que eu puder."

"Sei que ficará, o que torna você um ótimo cara e namorado. Mas, ainda precisa cuidar de si mesmo, Harry."

Harry sorriu, contente por seu amigo se importar tanto. "Eu sei, Ed. Não se preocupe. Ficarei bem. Pare de se preocupar comigo e vá fazer alguma coisa com sua vida, trouxa."

Ed riu e, depois, ambos finalizaram a ligação. Harry andou de volta para o quarto do Lou, dando de cara com brilhantes olhos azuis o encarando.

"Oi."


Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora