xxxix.

566 78 63
                                    

Harry quase derrubou seu Skittles por causa dos olhares direcionados a ele. Duas mulheres estavam em pé perto da cama do Louis, a mais nova delas olhando diretamente para Harry com um sorriso. Ela se aproximou de Harry e ele estava confuso com o que deveria fazer.

"Oi, você deve ser o Harry. As enfermeiras estavam falando de você", a mais nova cumprimentou, levantando a mão para apertar a de Harry. "Sou Lottie, irmã do Louis. Ele provavelmente nunca me mencionou ou qualquer outro membro da nossa família."

Harry continuava surpreso, mas, de qualquer forma, passou seu Skittles para a outra mão e apertou a de Lottie. "Yeah, não, ele já falou sobre vocês. É - wow - é estranho conhecê-las. Uhm, por favor, sentem-se". Lottie sentou no lugar que Harry gesticulou e sorriu com o gesto.

Uma mulher de aparência mais velha permanecia em pé, com um sorriso envergonhado em sua face. "Sou Johannah, a mãe do Louis", ela se apresentou, levantando sua mão como Lottie havia feito.

Harry a cumprimentou também, com um largo sorriso em seu rosto. "É bom te conhecer. Wow, você é muito bonita, percebo de onde Louis puxou." Johannah, então, foi sentar ao lado de Lottie.

Johannah e Lottie riram junto com Harry. Toda a situação parecia bastante estranha, mas Harry estava meio que agradecido por ter mais alguém com ele lá. Ele poderia aproveitar a companhia, talvez isso iria o prevenir de ficar louco.

"Como ele tem estado?" Johannah perguntou, olhando Louis. "A enfermeira não nos contou nada."

Harry levantou os ombros, parando ao lado de Louis enquanto passava sua mão pelo cabelo do namorado. "Pelo menos, ele ainda está vivo. Não acordou nem nada, pelo que sei. Ele simplesmente está deitado aqui, dormindo. Dormindo, somente."

"É meio estranho, huh?" Lottie questionou. "Nós aqui o esperando acordar enquanto ele está sonhando sobre Deus sabe lá o que."

Harry sorriu para baixo, vendo Louis. "Eu gosto de pensar que ele está sonhando com coisas felizes, como louça limpa e gatinhos brincando."

Os três riram e Lottie falou, "Ele sempre fala sobre gatinhos. Ele os ama."

Harry riu. "Eu planejo pegar um para ele no seu aniversário. Acho que ele vai gostar de um cinza fofo."

Quando Harry pensou que estava começando a se encaixar, foi quando as coisas ficaram ainda mais estranhas.

Lottie lançou um olhar para sua mãe e, em seguida, pigarreou. "Você é o namorado do Louis, então?"

Harry se sentiu pequeno naquela posição, como se ele fosse uma formiguinha em comparação a Johannah e Lottie. Ele sempre se sentia assim com seu pai. Se ele dissesse a coisa errada seria punido e, por alguma razão, ele se sentia daquele jeito na frente dos membros da família do Louis.

Porém, Harry estava mais corajoso do que quando mais novo. Ele não tinha medo de quem era ou o que as pessoas poderiam pensar. Ele tinha Louis ao seu lado e em seu coração, e aquilo era tudo que ele precisava.

Ele assentiu, lentamente no começo, mas depois com mais confiança. "Sim. Sim, estamos juntos."

"Você o ama?" Lottie questionou, curiosa sobre a relação dos dois.

Harry sorriu. "Sim, eu o amo." Soltou uma curta risada. "Ele é a única pessoa que eu amo de verdade, para ser honesto."

"Ele ama você também?" Johannah perguntou, com sua voz suave e baixa. Harry pensou que ela estava prestes a chorar, mas ele não sabia exatamente por qual motivo.

Harry olhou para Louis e sorriu mais ainda. "Sim, ele ama. Eu senti isso logo na primeira vez que nos beijamos."

Johannah se contorceu na cadeira e, em seguida, levantou, enquanto enxugava uma lágrima. E pegou sua bolsa. "Vou sair para dar uma caminhada. Foi muito bom te conhecer, Harry". Ela disse, sua voz embargada. Permaneceu tudo em silêncio por um momento e Harry baixou a cabeça, entristecido pelas ações da mãe do Louis.

Lottie finalmente decidiu falar. "Ela sempre quis um neto, talvez você e o Lou possam adotar", sorriu pelo próprio comentário. "Lou é o bebezinho dela, ela faria qualquer coisa para protegê-lo. Ela só sente como se tivesse perdido uma gigantesca parte da vida dele. Ele frequenta a faculdade agora e mamãe não sabe quase nada sobre isso. Ela não sabe como ele está vivendo e isso é assustador para ela. Quando recebeu a ligação do hospital, na hora ela começou a fazer suas malas, e a minha também. Ela estava tão preocupada, você deveria ter visto. Ela quase não conseguiu dirigir até aqui. Tudo que resmungava era 'ele está bem', repetidamente. Ela ficou muito aliviada em vê-lo aqui. E eu sei que ela está tentando aceitar o Louis, Harry. Ela está mesmo, de verdade. Mas deve ser difícil para ela - uma mãe que não teve a oportunidade de conhecer de verdade seu filho."

"Por que ele deixou sua família? Por que ele nunca fala em ir para casa visitá-los?" Harry perguntou, genuinamente curioso.

Lottie levantou os ombros, ainda sentada na cadeira. "Eu não tenho certeza do que aconteceu. Pessoas estavam embriagadas, coisas foram ditas, Louis saiu e nunca voltou para nos ver. Mas, ele manda cartas de vez em quando. Ele tem uma ótima memória, então todas nós normalmente recebemos cartões de aniversário e cinco dólares. Mamãe e papai insistiram em pagar pelo apartamento do Louis, e pagaram, mesmo Louis reivindicando que conseguiria viver por conta própria. Eles se importam, eles sentem falta dele, eu acho."

Harry beijou o topo da cabeça do namorado e se virou para ficar de frente a Lottie. "Ele é um garoto maravilhoso. Sua mãe deveria ficar orgulhosa. Ele é um gênio e eu não estou dizendo isso só porque namoro com ele. Estou dizendo porque é verdade. Ele realmente quer ajudar crianças também. Era para ele estar na biblioteca lendo para crianças agora mesmo, eu precisei ligar para lá e avisar que ele não conseguiria aparecer."

"Ele sempre esteve muito envolvido nessas coisas de voluntariado. Ele ajudou o abrigo de animais algumas vezes, mas parou quando seu TOC ficou tão sério que ele nem mesmo aguentava ficar lá sem enlouquecer."

"Ele melhorou", Harry admitiu. "Acho que o pior que eu vi foi quando ele não conseguiu sair do seu apartamento porque as almofadas do sofá e da cama não estavam arrumadas. Ele precisou me ligar para eu ir ajudá-lo. Ele estava chorando e frustrado e rasgou seu colchão. Para ser sincero, me assustou pra caralho. Eu não sabia no que estava me metendo, mas tudo se resolveu."

Lottie suspirou. "Muito tempo atrás, ele pegou tudo do quarto e jogou por todo o chão, porque não conseguia deixar seu quarto arrumado do jeito que queria. Ele estava chorando e meio louco. Eu fiquei parada atrás da porta assistindo minha mãe tentar acalmar a fera. Ela segurou as mãos dele para cima e lentamente o puxou para um abraço. Eles permaneceram daquele jeito por bastante tempo e ela apenas sussurrava em sua orelha, nada que eu consegui escutar. Isso me fez perceber o quão especial a relação deles era. O quão importante ela é para ele e ele para ela."

A menina indicou para que Harry se sentasse e assim ele fez. Eles conversaram por um tempo, apenas histórias sem noção sobre Louis. Eventualmente, começaram a falar sobre si próprios, compartilhando algumas informações pessoais. Harry pensou que aquilo era bem melhor do que ficar parado ao lado de Louis o esperando acordar, segurando sua mão e falando coisas estúpidas que surgiam em sua mente.

Em um momento, Johannah voltou e insistiu para os dois mais novos irem andar, beber um café e pegar algo para comer. Nenhum reclamou e ambos saíram do quarto.


Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora