xxiv.

603 81 37
                                    

Quando Harry passou no apartamento do Louis depois do trabalho para ver o que tinha de jantar, não obteve nenhuma resposta. Ele havia batido diversas vezes, sabendo que Louis sempre abria a porta na terceira batida, porque "três é um número especial", ele sempre disse. Dessa forma, Harry naturalmente ficou preocupado.

Por que Louis não estava em casa? Louis sempre chegava antes das cinco, porque o jantar era as seis e meia e ele sempre levava uns trinta minutos para preparar a comida e, depois, uma hora para cozinhá-la. Se ele não estava em casa, então onde estava?

Apesar de Harry preferir sempre olhar as coisas de um ângulo positivo, ele não conseguia se segurar e pensava negativamente. Louis poderia ter sido sequestrado e estar envolvido em um esquema de comércio sexual. Louis poderia ter sido morto e estar, naquele momento, deitado no fundo de algum beco sujo e coberto por fezes de ratos. OU ele poderia ter sido sequestrado, forçado a transar e, depois, morrido lá mesmo!

Okay, talvez algumas das hipóteses do Harry fossem um pouco, muito exageradas, porém ainda eram possíveis. Louis poderia estar em qualquer lugar de Nova Iorque e era o trabalho de Harry encontrá-lo, morto ou vivo.

(Preferivelmente vivo).

Harry ligou para a única pessoa que ele podia confiar de verdade, porém essa pessoa não estava atendendo rápido o suficiente para o gosto do detetive. "Certo, seu filho da puta, atenda a merda do celular ou então, Deus me ajude, eu vou enfiar meu pé tão forte na sua bunda que você--"

"Alô?", um Cris cansado falou, "O que você precisa, Styles?"

"Ah, obrigado Deus por você não estar morto também-- Espera, por que parece tão casado às seis da noite?", Harry arquejou. "Ew, você não estava dormindo com alguém, estava?"

Cris revirou os olhos pela pergunta do outro e mudou, desconfortavelmente, de posição na sua cama. "Outra vez, o que você precisa?"

"Ah, certo, não consigo me focar no fato de você transando. Enfim, Louis sumiu. Ele se foi. Tipo, não está em casa", Harry exclamou.

Cris se sentou. "Qual é o grande problema? Ele deve estar por aí. Tenta ligar pra ele."

"Porque eu definitivamente não tentei ligar para ele ainda", Harry disse com um tom sarcástico. "Ele sempre está em casa às seis, porque seis e meia é a hora do jantar. Ele não pode simplesmente ter perdido o jantar. Ele não é assim. Isso é... É inaceitável no mundo dele."

"Okay, primeiro de tudo, respire fundo, cara. Você está parecendo aquele porco do Looney Tunes, o Gaguinho, e eu não consigo entender uma palavra."

Harry escutou Cris e deu algumas fortes respiradas. "Louis está sumido e isso é tudo que eu sei. Agora, o que fazemos?"

"Whoa, whoa, nós não fazemos nada. Você liga para o polícia, eles têm alguém para procurar por ele. Nós não lidamos com pessoas desaparecidas."

"Leva quarenta e oito horas para começarem a procurar, até lá ele pode morrer, Cris! Eu sou um detetive e você também, nós conseguimos fazer isso por conta própria."

Cris passou os dedos pelo cabelo e abaixou o olhar para seu namorado. Ele não queria nada mais além de ir para o segundo round, mas, encarando a realidade, Harry tinha problemas. O fato do Cris ter sido a primeira ligação do Harry significava algo e Cris não queria deixá-lo na mão naquele momento.

Cris saiu da cama, dando um suave beijo no seu amável namorado antes de deixar o quarto, antes de pegar uma blusa. "Bem, venha me buscar na minha casa. Vou tentar descobrir um jeito de saber onde ele esteve pela última vez."

.

Quando Harry se aproximou da calçada, Cris pulou na porta do passageiro e colocou o cinto de segurança. "Primeiro", ele começou, "Vai se foder por sempre ser um empata foda. Segundo, é melhor você se ajoelhar aos meus pés porque eu consegui localizar o celular dele, que aparentemente não está com ele." Cris entregou seu celular para Harry pegar o endereço digitado no GPS.

"Isso significa que podemos analisar a cena e ver se alguma coisa nos leva para onde ele está agora", Harry concluiu, virando em uma rua.

"Sim, eu sei. De nada."

Harry encarou Cris e sorriu. "Obrigado, Crisy-poo."

"Vai chupar uma rola", Cris retrucou, olhando para o outro lado.

"Pode ser a sua?"

"Pervertido da porra."

Harry riu, "Sério agora, muito obrigado por vir comigo. Eu realmente preciso de você, Cris."

Cris começou a rir, "Não fique todo flertador comigo agora, Styles."

"É um pouco tarde demais para isso, não é?" Harry falou. "Ei, veja se você consegue encontrar qualquer coisa relacionada com o cartão de crédito dele ou ligações recentes. Podemos conseguir chegar a algum lugar com isso."

"É você quem manda, chefe." Cris disse, saudando Harry.

"Vire à esquerda em cinco metros", o GPS ordenou.

"Seu desejo é uma ordem", Harry respondeu. Ele virou na rua indicada e o GPS disse que o destino estava à direita. Ele estacionou e ambos, ele e Cris, saíram do carro. "Um beco?"

"É", Cris falou enquanto olhava ao redor. "Ah, aqui vamos nós", ele tinha pego o celular do Louis com uma luva de látex que sempre carregava consigo.

"Parece que aconteceu uma briga, tem lixo espalhado por todos os lugares. Aqui tem algumas pegadas também."

Cris se ajoelhou para ter uma melhor visão das marcas de pés. "Para mim, estão parecendo ser de botas de trabalho. Um pedreiro usa coisas assim."

Harry pensou a respeito dessa afirmação. Louis não conhecia nenhum pedreiro, o que significa que era um estranho, sem dúvidas tinha acontecido uma luta. Depois, Harry percebeu algo que o deixou enfurecido. Ele sabia quem estava com Louis. O único problema era, ele não tinha ideia de como o rastrear.

"Entre no carro. Preciso que você descubra quais trabalhadores da área estiveram no The Pub na última semana. Procure por gastos perto ou maiores de cinquenta dólares", Harry falou.

"No que está pensando, chefe?" Cris perguntou, seguindo Harry de volta para o carro.

"Acho que sei qual bêbado filho da puta sequestrou o Louis." Harry conseguia apenas esperar que ele estivesse bem.

Clean Criminal » Larry (Portuguese Version)Onde histórias criam vida. Descubra agora