"Eu preciso falar com você." Foi tudo o que ele pronunciou com aqueles olhos pequenos me encarando diretamente nos olhos.
"Eu não tenho nada pra falar, Jimin." Minha voz soou mais exausta do que eu pretendia.
"Eu não vou demorar, eu prometo." Insistia como sempre tamanha teimosia.
E meu lado mais fraco não suportaria negar: "Se é rápido darei-te uma chance, vá."
"Eu queria dizer que podemos ser amigos outra vez, eu não te amo mais." Ele parecia um tanto contente ao contar, como se a notícia fosse de deixar-me alegre, mas aquelas últimas palavras, possuidoras de nenhum sentido, machucavam-me.
.
.
.
Estava a caminho da tal festa. Qual eu teria ignorado total existência se não fosse por Seokjin. O mais arrumado possível, a caminho de uma casa que eu não conhecia.
Quando eu cheguei, fui recebido por Namjoon, que parecia contente em me ver, abraçou-me e fez-me entrar na casa. Eles todos sempre pareciam contentes em me ver presente, o que parecia extremamente estranho para mim.
Taehyung, com seu sorriso estranho e seu espírito de anfitrião apresentou-me para umas cinco pessoas que eu não tinha o menor interesse em conhecer e, por fim, um garoto de pé, em frente à sacada que encarou-me ao ouvir seu nome enquanto apagava metade de um cigarro no cinzeiro onde deixou. Jeongguk.
Sentei-me no chão, escutando a conversa e lendo brevemente algumas das mensagens no visor do meu celular. Quando distraído eu senti algo gelado encostar meu braço, causando-me um quase susto. Era apenas Jimin oferecendo-me uma garrafa de cerveja.
Ele sentou-se ao meu lado e aproveitava da sua própria bebida enquanto falava alto — coisa que fazia sempre que estava animado demais. Minha concentração na perda de tempo no celular era atrapalhada pelas suas gargalhadas infantis quais, pelas condições, eu quase me esqueci de como soavam.
Em meio a tudo isso eu tentava, simultaneamente, encarar e reparar nos detalhes de Jeongguk sem que parecesse muito óbvio para ele e para o resto dos rapazes. Eu não queria parecer nada, não queriam que meus olhos fossem mal interpretados. Eu apenas tinha curiosidade por ele, pelas coisas que Taehyung me disse. E sobre as que ele não disse.
"... O orfão..."
Era bem diferente do que eu imaginava — e eu não conseguia imaginar nada. Tinha os cabelos castanhos meio jogados de lado, tinha o nariz grande e os olhos tinham um contorno bonito. Por tão reservado que fosse, ele não parecia ter um estado de humor definido. Você via alguém sério, mas quando via de novo estava a rir com seu sorriso peculiar na cara, que mostravam seus dentes desproporcionais.
Era engraçada a forma como ele sempre precisava manter a boca ocupada, passava horas a mascar gomas e apenas substitui-as por um cigarro. Ele estava tentando parar, mas também fugia o esforço quando podia.
Era desconfortável ter próximo Jimin e Taehyung, guardar tudo o que eu tinha pra contar sobre os dias que passei com ambos. Eu queria ter a habilidade de esquecer tudo o que eu vi, o que eu senti. Eu poderia muito bem acordar um dia sabendo apenas o nome das pessoas, sem saber o que elas foram pra mim um dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Desfecho.
Hayran Kurgu[longfic | bangtan | drama | hoseok!pov | hopexall] "[...] Joguei tudo que carregava no chão, sem o menor cuidado, antes de atirar-me contra os lençóis brancos. Encarava o gesso, também branco, do teto e repensava sobre toda aquela semana. Tudo pare...