HEARTS DRAGON: Zoey a última Guardiã

Portas Escondem Segredos

Zoey

Rapidamente chegamos a casa no meio da floresta, o que é impressionante devido eu achar que estávamos bem longe. Meu coração estava acelerado pela breve corrida que demos até ali, respiro fundo e olho para Ethan ao meu lado, ele estava atento, observando a singela moradia a nossa frente, suspiro, meu coração de certa forma se aliviou de um peso terrível após ele ter me perdoado, mas eu sabia que estava me entregando cada vez mais a esse sentimento que nutria por ele, exatamente o contrario do que eu faria a pouco tempo atrás.

- Sinto um cheiro estranho vindo daí. - Ele aponta para a cabana. - Algo forte, mas que já começa a perder a força, não sei explicar, é um cheiro estranho, como se dissesse que algo ruim ocorreu há pouco tempo.

Afirmo lentamente com a cabeça, concordando, então digo:

- Também percebi algo aqui, mas acabei deixando de lado, pois pensei que fosse apenas minha impressão.

Ele balança levemente a cabeça e estende o braço para mim, apoio minha mão sobre o mesmo e sorrio brevemente, subimos os pequenos degraus rapidamente e entramos na casa.

Enquanto Ethan observa a sala, eu me desvencilho de seu braço e vou para a pia da cozinha, abro um pouco a torneira, uma água barrenta e mal cheirosa sai de dentro do encanamento, faço uma careta de nojo e espero, logo a água se torna límpida e sem cheiro me permitindo colocar as mãos embaixo da corrente, limpo o sangue seco até acima dos pulsos, enxugo as mãos em um pano que encontro em uma das gavetas, assim que termino me viro para a mesa e noto algo que ainda não havia reparado, mais da metade da comida já havia desaparecido desde que deixei a casa, sorrio levemente e pego um pequeno cubo de abacaxi em um dos potes de doce e coloco na boca apreciando o doce sabor, quando ergo a cabeça me deparo com Vinícius, ele estava parado no corredor bloqueando o acesso aos quartos nos olhando um pouco assustado.

- Ahh... - Ele fala de forma quase inaudível, olhando para Ethan de cima a baixo e depois para mim. - Olha, eu não quero nem saber o que vocês estavam fazendo, mas precisam logo de um banho, estão mais horríveis que um tiranossauro Rex após o almoço.

- Nós sabemos. - Diz Ethan, erguendo as sobrancelhas e esboçando um sorriso divertido, de forma irônica.

- Tiranossauro Rex? - Digo reprimindo uma risada para não engasgar.

Ele dá de ombros e um sorriso se forma no canto de seus lábios, termino de comer mais um abacaxi e fico observando os dois.

- Pode me dar licença para que eu possa ir tomar um banho então? - pergunta Ethan ficando frente a frente com Vinícius, eles eram quase da mesma altura, com apenas dois ou quatro centímetros de diferença para Vinícius, sendo este mais alto.

Vinícius da um passo para o lado sem desviar os olhos de Ethan, que entra no corredor e começa a analisar as portas, tentando identificar qual seria a do banheiro, vejo ele tocar a maçaneta da porta do quarto onde encontrei Safira, mas antes que consiga gira-la, Vinícius fala ironicamente, encostando as costas na parede e colocando as mãos nos bolsos:

- Siga em frente e vire a direita, provavelmente encontrará sua toalha pendurada em um cabide, a menos, é claro, que queira ver sua amiga dormindo.

Abaixo a cabeça e rio disfarçadamente, por mais idiota que aquilo tenha sido, devo admitir que foi um pouco engraçado. Escuto as pisadas fortes de Ethan no assoalho e uma porta bate com certo barulho, ergo a cabeça e vejo Vinícius me olhando, ele aponta com o polegar para o corredor e diz:

- A garota Camila está naquele quarto adormecida, a coloquei na cama após aquelas plantas terem-na curado, e até agora não acordou ainda, desde então o passarinho e a gata estão me mostrando algumas coisas na casa, como roupas limpas e produtos de higiene.

Concordo com a cabeça e fico olhando a floresta pela janela do outro lado da sala, imersa em pensamentos, então ele me pergunta:

- Como sabia que ela era uma fada? Pelo que entendi você não têm tanto contado com nosso povo.

- Há algo que sempre destaca uma fada, e é a simetria, os dois lados do corpo são perfeitamente iguais, foi devido a isso que soube que ela era uma fada.

- Entendo. - ele diz pensativo se sentando no sofá de maneira casual.

Fico parada, apenas refletindo sobre tudo o que vem ocorrendo, havia tanto a descobrir, tantas perguntas, mas parecia que estávamos longe de descobrir todas as respostas.

- Acho que vou descansar um pouco. - digo andando até o inicio do corredor e masageando as temporas com os indicadores.

Havia quatro portas, atrás de uma delas estava Camila, e o corredor ainda se estendia mais a frente onde bifurcava em duas direções uma na direita, onde Vinícius disse que ficava o banheiro e outra para a esquerda, lugar o qual eu ainda não havia explorado.

- Tudo bem, este primeiro quarto a esquerda possui algumas roupas femininas. - Ele diz.

- Ok. Humm, o que tem lá no final do corredor, no lado esquerdo? - Pergunto indo em frente e encarando o local.

- É uma porta, mas está trancada, ela vai dar no lado de fora da casa, eu acho. - Ele diz em um tom despreocupado.

Toco a porta com a ponta dos dedos, sinto uma energia estalar e uma faísca surge queimando meus dedos e a madeira, imediatamente abaixo a mão e observo, aquela porta tinha algumas gravuras curvilíneas muito apagadas que pareciam formar o desenho de uma borboleta, e então algo acontece, o lugar que havia sido queimado se regenera e volta a ficar no mesmo estado que antes, fico boquiaberta, mas antes que eu posso me mover, pequenas garras me apertam fortemente em meu ombro perfurando a pele, sinto uma dor extremamente forte no local onde foi machucado, inclino a cabeça para ver quem causou isso, para minha surpresa era Anjo, uma aura negra estava envolvida em torno dele, descia lentamente por todas as suas penas, que estavam cinzas ao invés de brancas, e se infiltrava em minha pele por meio dos furos que ele havia feito, por que ele estava fazendo isso? Minha visão começa a ficar embaçada e a minha mente começa a se inclinar para a escuridão, um olho parece surgir na porta, não, não era um olho, apenas um ponto negro, muitos deles surgem na minha frente,meu corpo começa a tremer e minhas pernas ficam bambas, eu não consigo me mover, olho, então, para a figura da borboleta, ela começa a ficar mais definida, começa com um brilho na ponta das antenas e logo toda a imagem brilha fortemente, uma luz quase ofuscante, meus joelhos cedem e eu caio para frente, mas ao invés de bater na porta, eu a atravesso.

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Olá leitores, (que talvez queiram me matar), sei que fiquei dias sem postar nada, me desculpem, sinceramente, passei por maus bocados nesse final de ano e a vontade de escrever foi para o espaço.

Mass, agora eu estou de volta a tona e vou escrever normalmente.

Bom, espero que tenham gostado deste capítulo.

Beijoss a todos :3 e até o próximo capítulo.