Um Aviso

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   Acordamos com o sol raiando pela janela da sala, e logo a dona da casa tinha preparado café para nós.

- Agradeça à senhora por mim. - pedi a Ana, que atendeu meu pedido.

- Agora precisamos ir até a estrada e deixar algum aviso. - Ela lembrou.

   Saímos da casa, e caminhamos até o carro. Chegando lá, avistamos algo nada agradável. O carro estava completamente destruído, com as janelas quebradas, portas amassadas, pneus furados e um papel colado no capô.

- Go away - Li perplexo - Vá embora.

- O que aconteceu aqui? - Ana perguntou - Quem ou o que fez isso?

- Eu não sei, mas não podemos atender a esse pedido... - respondi. - Não temos como sair daqui.

- Melhor voltarmos para a casa da velhinha, lá podemos colocar as ideias no lugar... - Sugeri.

   Voltamos até lá, mas a velhinha não estava em parte alguma.

- Será que... foi ela? - Perguntei.

- Quando saímos ela estava aqui, e duvido que aquela senhora caminhe mais rápido que nós... - Ana respondeu - Bom, ela não está aqui, então temos um novo problema.

- Vamos ter que ficar aqui, e esperar. - Falei.

- Infelizmente, é o que resta. - Ana respondeu.

   As horas se passaram, mas a velhinha não voltou, então decidimos comer alguma coisa. Entramos na despensa e abrimos o armário, então levamos um susto maior do que quando vimos o carro.

- Meu Deus! - Ana gritou, ao ver a senhora, morta, jogada dentro do armário.

- Ela... - Ana tentou falar, tremendo.

- Ela está morta. - Completei.

   A senhora tinha uma faca enfiada na barriga, e estava com uma expressão de terror em sua face.

- O que vamos fazer agora? - Ana gritou - Não podemos ficar aqui, corremos perigo!

   Atrás da casa, haviam algumas ferramentas. Peguei uma pá, cavei uma cova e enterramos a velhinha. Foi difícil mas era escolher entre enterrar a senhora ou deixar ela dentro do armário.

   Voltamos até o carro, que estava destruído, e com uma faca que estava na cozinha, riscamos o capô do carro, a única parte que não estava amassada, escrevendo SOS e uma seta apontando para o lado que estava a cabana.

- Espero que alguém passe aqui, e nos tire desse pesadelo. - Falei

- Se a estrada ainda estiver desviada, esse continua sendo o único caminho até aqui. - Ana respondeu.

- Nossos celulares! - Gritei, ao lembrar que tínhamos deixado eles no carro.

   Abrimos a porta, e procuramos em todos os lugares possíveis, mas e não estava em lugar algum.

- Agora, realmente, só nos resta esperar. - Lamentei.

- Vamos procurar algo para comer na casa - Ana sugeriu - Já que ainda não comemos, depois da última descoberta no armário.

   Achamos algumas frutas, mas nada suficiente para nos sustentar por muito tempo. Fomos até a horta da velhinha, e achamos vários pés de alface.

- Lembra quando você disse que nunca seria vegetariano? Então, acho que vai ter que mudar de ideia. - Ana riu.

- Só você para achar graça nessa situação... - Falei, e acabei rindo também.

   Voltamos para dentro de casa, acendemos o fogão a lenha que havia dentro de casa, já que não havia luz elétrica, e logo começou a chover.

- Dormir, depois de haver um assassinato aqui, não é uma boa ideia... - Falei. - Do lado do fogão tem um machado, vamos revezar a guarda até amanhecer.

- Tudo bem, já que não temos escolha... - Ana assentiu.

   Ana fez a segunda guarda, depois das 4 da manhã, mas algumas horas depois, me acordou aos gritos...


Apenas uma ViagemOnde histórias criam vida. Descubra agora