Uma Jornada Começa

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   Vasculhei as caixas, e encontrei uma vara de pesca decente. Peguei algumas iscas da gaveta, e fui até a beira do rio tentar pegar algum peixe.

- Não se afaste muito... - Disse ana, que me beijou.

- Não vou deixar você tão cedo. - Respondi, rindo.

- Vou improvisar alguma coisa para cozinhar o que você trouxer. - Ana falou.

- Tente não atear fogo na casa... - Falei. - Sério.

   Ana me beijou novamente, e eu fui até o rio. Sentei na beira da água e preparei tudo e joguei a linha. Estava disposto a conseguir algo bom.

   Depois de uma meia hora, algo foi fisgado. Puxei a vara, e um peixe enorme veio à tona. Nunca fiquei tão feliz por ver um animal aquático.

   Aproveitei que estava ali, e já limpei o peixe. Sempre pescava, quando tinha tempo livre, portanto sabia bem fazer isso.

- Adivinha quem trouxe comida para casa... - Falei, animado, entrando na cabana.

- Meu Deus, olha o tamanho disso! - Ana disse, espantada. - E o peixe também é enorme... - Completou, rindo muito. Acho que finalmente entendi o que estava afetando o humlr dela. Era a falta de sexo.

- Conseguiu algo para assarmos ele? - Perguntei.

- Montei uma fogueira na rua, só falta acender. - Ela respondeu. - Até fiz alguns espetos com bambu que tinha atrás da cabana...

- Ótimo trabalho, amor... - Falei, a dando um tapinha no bumbum, atitude corriqueira que havia se perdido por entre os problemas da viagem.

   Acendemos a fogueira e recolhemos mais lenha de algumas árvores próximas. Cortamos a carne em pedaços finos e usamos os espetos que Ana havia feito para assar o pescado.

   Deixamos o fogo baixo até que tivesse aparência de peixe assado. Não tinha sal nem tinha sido temperado, mas estava muito bom.

- Acho que essa é a segunda melhor coisa que eu comi na minha vida... - Falei. - A primeira, por coincidência, também foi essa tarde... - Completei, e Ana riu alto.

   Decidimos dormir cedo, já que o dia tinha sido cansativo e estávamos satisfeitos com o jantar. Fiquei com o primeiro turno da vigia.

   Confesso que passei mais tempo observando a ruiva dormir do que cuidando da porta. Felizmente a noite foi calma, e nada de diferente aconteceu.

   Acordamos cedo, e recapitulamos nosso destino.

- Vamos para Oeste, porque segundo as anotações do pescador, é a direção da estrada mais próxima. - Expliquei.

- Tudo bem... Mas acho melhor levarmos algumas coisas, por exemplo a vara de pesca, porque em grande parte do caminho, ainda vamos passar por rios. - Ela respondeu.

- Concordo, nos alimentando melhor, pensamos melhor. - Falei.

   Arrumei nossas coisas, e levei a vara de pesca na mão. E lá fomos nós, em direção Oeste, para uma caminhada de 5 dias.

- Não esqueça de olhar frequentemente essa bússola, por favor... - Ana comentou. - Odiaria ter que passar mais tempo ainda nessa floresta.

- Vou tentar não fazer nós irmos para algum lugar mais longe ainda da estrada. - Respondi, com algo que pareceu uma risada baixa.

- Se tudo isso acabar bem, quando estivermos em um belo quarto de hotel, vou fazer uma surpresa para você... - Ana falou, com aquele sorriso do mal.

- Que tipo de surpresa? - Perguntei, curioso.

- Você só vai saber quando chegarmos lá, queridinho. - Ela disse, com uma risada.

- Tudo bem, senhora misteriosa... - Respondi, também rindo.

Apenas uma ViagemOnde histórias criam vida. Descubra agora