Estávamos dormindo abraçados no banco de trás do carro, quando de repente fomos acordados pelo barulho de uma árvore que acabara de cair ao nosso lado. Ao olhar pela janela, notamos que a chuva havia diminuído, e podia se ver uma luz fraca ao longe.
- Deve ser uma casa - supôs Ana - deveríamos ir até lá quando amanhecer e pedir ajuda.
- Parece uma boa ideia... - Respondi - mas vamos voltar a dormir agora.
- Você parece o Soneca, aquele dos 7 anões - Ana falou, rindo de mim.
- Você que é a anã aqui. - respondi, mostrando com a mão a altura de Ana, que era muito baixa perto de mim.
- Ah, vai dormir! - Disse ana, me dando um soco no braço, ainda rindo.
Éramos um casal feliz, acima de tudo.
Logo que acordamos, fomos em direção à suposta casa que gerava a luz que vimos na noite anterior.
- Espero que não more nenhum assassino em série nessa floresta. - Riu ana, ironizando a situação.
Andamos cerca de 200 metros, e notamos que havia uma pequena cabana em meio às árvores. Uma cabana aparentemente abandonada, para nossa surpresa.
- Batemos na porta? - Sugeri
- Você bate na porta, eu fico aqui esperando, qualquer perigo, eu corro - Falou Ana, que nunca perdia uma piada, qualquer que fosse a situação. - Tudo bem, eu vou junto... - desistiu ela
Bati na porta, e logo uma velhinha que parecia ter 200 anos abriu.
- Do you speak english? - Tentei me comunicar.
A velhinha apontou para o ouvido. Deduzi que fosse surda.
- Ótimo, nossa única esperança é uma velhinha alemã surda - Eu disse a Ana.
- Cheguei a duvidar de que aquele curso de libras viria a calhar - Ela respondeu.
Ana conversou algum tempo com a velhinha, e acabou descobrindo que a cidade mais próxima ficava a mais de 100 quilômetros, mas que poderíamos passar um tempo ali, até que conseguíssemos uma carona.
- Se é realmente nossa única opção... - Respondi a Ana
- É, isso ou empurrar o carro por 100 quilômetros. - Ana ironizou.
- 50 quilômetros eu, 50 quilômetros você? - Falei, tentando descontrair.
- A senhora me disse que come o que planta aqui, temos como nos manter até ter outra saída - Ana disse, tentando me acalmar.
É, não foi uma decisão fácil, mas acabamos aceitando nos hospedar na casa da velhinha. A primeira noite foi tranquila, comemos um ensopado de vegetais, que estava muito bom.
A casa da senhora não era muito grande, mas tinha um sofá confortável onde pudemos dormir.- Quem diria que acabaríamos assim - Ana falou - Hospedados em uma casa desconhecida, esperando por algum tipo de "resgate".
- Amanhã vamos até o carro e indicamos que precisamos de ajuda, com sorte alguém passa e nos encontra. - Falei
- Uma ótima ideia - Ela respondeu - Agora vai pra lá que eu estou sem espaço
- Tudo bem, giganta - disse eu, rindo
Ana me deu um soco no braço, me beijou e dormiu.
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Apenas uma Viagem
AventuraO que acontece quando tudo que poderia dar errado, dá errado? O que acontece quando uma simples viagem de férias acaba virando uma luta pela sobrevivência?