O veículo parou em nossa frente, e em alguns segundos, mais dois jipes pararam. Estávamos completamente cercados, e eu não via nenhuma saída possível.
- Esse é o fim? - Perguntei em voz alta para mim mesmo. - Mortos na quinta emboscada seguida?
Um homem alto saiu de dentro do primeiro carro. Ele segurava um fuzil, e apontava para nós, fazendo sinal para sairmos.
- Sair do carro e morrer? - Gritei. - Prefiro ao menos tentar!
Acelerei o máximo que pude, desviando do homem que começou a atirar em nosso carro, junto com todos os outros. Nosso veículo ficou seriamente danificado, com os vidros quebrados, que estilhaçaram e acabaram nos ferindo.
Meus braços estavam completamente furados pelos cacos de vidro, duas balas furaram a porta e atingiram minha barriga. Olhei para Ana e notei que ela estava em uma situação parecida, seu corpo estava cortado e um tiro havia atingido seu ombro, no mesmo lugar que da última vez.
Acelerei o máximo que pude, quando notei que os carros estavam nos seguindo. Desviei dos carros que estavam em nossa frente, mas a dor começava a tomar conta de mim.
- Você está bem? - Perguntei, querendo saber se havia mais algum problema que estivesse ainda encoberto.
- Meu rosto... - Gritou ela. - E meu ombro, baleado...
- Calma, vamos sair dessa! - Falei, tentando tirar sua atenção da dor.
O primeiro dos três jipes se aproximou de minha lateral direita, então movi o carro em sua direção e o empurrei para fora da estrada, fazendo com que ele batesse com força em uma árvore.
- Foi um, faltam dois... - Gritei, para que fosse ouvido com tanto barulho.
Mais alguns tiros acertaram a traseira do carro, me fazendo acelerar cada vez mais. Um dos veículos empurrou minha traseira, me tirando da rota e fazendo com que nosso carro girasse duas vezes.
Felizmente, consegui retomar o controle, enquanto os outros dois jipes tinham passado por nós. Aproveitei a oportunidade e freei, esperando que voltassem até onde o carro girou.
Os veículos deram a volta e vieram até nós, quando acelerei e passei por eles, rumo a Berlim. Nesse momento, lembrei de uma coisa que poderia ajudar.
- A arma! - Gritei para Ana, que entendeu de primeira. - Atire nos pneus.
A ruiva pegou o grande revólver com as duas mãos, instavelmente, apontou para fora do carro na diagonal e atirou, acertando o pára-brisa do carro que nos perseguia.
A cada segundo, as balas que haviam acertado meu abdome me faziam sentir mais dor. Finalmente, Ana acertou um dos pneus dianteiros, que estourou com um barulho alto.
- Foram dois, só falta um... - Falei alto. - Estamos quase chegando a Berlim, vamos conseguir!
O terceiro jipe acelerou até ficar à nossa esquerda, passando a poucos metros dos veículos que passavam na mão contrária. Um homem colocou o braço para fora e disferiu três tiros contra a porta do carro, acertando meu joelho, fazendo com que fosse praticamente impossível frear.
Alguns prédios se erguiam nas laterais da entrada, ao entrarmos em Berlim. Estávamos salvos, ou assim eu pensava, até que o homem acertou um disparo no pneu traseiro, me fazendo perder o controle.
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Apenas uma Viagem
AdventureO que acontece quando tudo que poderia dar errado, dá errado? O que acontece quando uma simples viagem de férias acaba virando uma luta pela sobrevivência?