O sol da manhã refletiu no pára-brisa, fazendo com que eu acordasse. Não havia nuvens no céu, tudo parecia tranquilo.
- Bom dia, amor... - Disse a ruiva, notando que eu acordei e sentando em meu colo.
- Bom dia... - Falei, bocejando. - Dormiu bem?
- Você me deixou dormir? - Perguntou ela, ironicamente.
- Foi você que começou! - Respondi, rindo.
- Bom, vamos continuar a viagem? - Perguntou a ruiva. - Estou ansiosa...
- Vamos lá... - Falei, segurando em sua cintura e a beijando. - Ainda hoje devemos chegar a Berlim.
Ana saiu de meu colo e voltou para o banco do passageiro. Conferi o porta-luvas, e a arma continuava lá, junto com duas facas.
- Vamos parar no próximo lugar que venda qualquer tipo de alimento... - Avisei, tomando o último gole da Coca Cola que estava perdida perto dos pedais. - estou morrendo de fome.
- Concordo plenamente com você. - Disse ela, rindo.
Dei a partida e voltei para a estrada, sem muita pressa. Cerca de uma hora depois, avistei um estabelecimento com uma placa de "Restaurant".
- Será que aquilo é um restaurante? - Perguntei, desacelerando e apontando para o pequeno prédio.
- Acho que não deve ser uma loja de produtos de origem alienígena... - Respondeu ela, com um tom explícito de ironia.
- Se for, será que eles vendem antenas verdes? - Perguntei, tentando a irritar.
- Se venderem, você sabe para que eu vou usar, não sabe? - Ela respondeu, séria.
- Tudo bem, vou estacionar logo... - Respondi, rindo.
Entramos no restaurante e nos sentamos em uma mesa na parte mais afastada da janela. ficamos um de frente para o outro, esperando que alguém viesse nos atender.
Felizmente o garçom que chegou em nossa mesa falava inglês. Pedimos dois hambúrgueres, duas porções de batata frita e duas latas de Coca Cola.
Sim, eu sou viciado em Coca Cola e sexo, assim como Ana.
- Eu estava sentindo falta desses pequenos sanduíches que podem deixar as pessoas com colesterol alto... - Falei, depois de dar a primeira mordida no enorme hambúrguer que o garçom trouxe.
- É, isso realmente faz falta. - Disse a ruiva, comendo algumas das batatas. - Mas é melhor comermos isso rápido e continuarmos a viagem.
- Você está certa... - Disse eu, voltando à realidade. - Já perdemos muito tempo, ainda estamos correndo risco.
- Mas foi um tempo perdido que valeu a pena... - Disse ela, tocando em minha mão.
Acabamos de comer e pagamos a conta, saindo rapidamente pelas grandes portas de vidro. Andamos até o estacionamento e entramos rapidamente no grande carro preto, sem parar para apreciar a vista.
- Rumo a Berlim! - Falei, animadamente. - agora de estômago cheio.
- Se você não fosse magro, eu te chamaria de gordo! - Comentou a ruiva, rindo.
- E se você não fosse gostosa, diria que tem inveja do meu corpo. - Respondi, a fazendo rir.
- Vamos logo... - Falou ela, me dando um soco no braço. - Estou pensando em chegar viva em casa.
A tarde estava chegando ao fim, e via-se o pôr-do-sol no horizonte. Tudo que eu queria era chegar logo em casa, rever meu cachorro, minha mãe, e até cada um dos meus colegas de trabalho insuportáveis.
Repentinamente, um jipe fechou a nossa frente, me fazendo frear bruscamente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Apenas uma Viagem
PertualanganO que acontece quando tudo que poderia dar errado, dá errado? O que acontece quando uma simples viagem de férias acaba virando uma luta pela sobrevivência?