Estávamos caminhando tranquilamente, até que vimos uma sombra passando ao longe. Longe demais para ter nos visto, pensei, mas por impulso peguei na arma que tinha posto na cintura.
- Você viu? - Perguntei a Ana.
- Vi, e acho melhor tomarmos cuidado. Mesmo que o que quer que seja não tenha nos visto, devemos tomar mais cuidado. - Respondeu.
Continuamos andando, agora olhando para todos os lados o tempo todo. Eu realmente estava com medo.
Andamos mais umas horas, e chegamos a uma curva do rio.
- Tudo bem, segundo o mapa, estamos no caminho certo. - Falei. - É só continuar indo para o Oeste, pelo meio da floresta mais densa...
- Já que não temos outra saída, vamos lá... - Disse Ana.
Entramos na parte densa da floresta, que era mais aberta que eu imaginava. A copa das árvores se juntava e impedia a passagem do sol, mas os troncos eram afastados o suficiente.
Andamos o resto do dia naquela paisagem que parecia não mudar nunca, frequentemente conferindo a bússola, para ter certeza que não andamos em círculos. Chegamos a uma clareira, e ironicamente notamos que estava escurecendo.
Deixamos nossas coisas sob uma das árvores com o tronco mais largo e curvado, e acendemos uma fogueira. Parei para pensar, e agradeci pelas maçãs serem tão suculentas que não teríamos problemas com encontrar água.
Estava totalmente escuro, e tínhamos sobreposto várias folhas grandes de uma árvore para dormir em cima. Estava relativamente confortável.
- Acho que hoje eu fico com o primeiro horário. - Ana disse.
- Antes eu tenho uma ideia melhor... - Falei. - Estou em débito com você...
Parando para pensar, fazer esse tipo de coisa era o único motivo para termos alguma motivação no meio desse pesadelo, além de evitar que brigássemos. A realidade nem sempre precisa ser encarada 24 horas por dia...
Derrubei Ana sobre as folhas, e a beijei, segurando em sua cintura. Beijei seu pescoço, e senti o corpo da ruiva se arrepiar.
- Algumas dívidas têm que ser pagas na mesma moeda... - Falei.
Baixei suas calças, e com um simples toque, senti que estava pronta. Novamente mordi sua calcinha e a puxei até a altura dos joelhos, ela passou as pernas por cima da minha cabeça e prendeu meu pescoço.
Comecei lentamente, mas logo acelerei. Em pouco tempo, a ruiva já estava gemendo e contraindo os músculos. Só então, ocorreu o momento tão esperado.
- Agora eu vou dormir... boa noite. - Falei, imitando a voz dela, depois de ajudá-la a se vestir.
- Eu te amo muito, Pedro. - Ana disse, com um suspiro profundo, ao olhar para as estrelas.
- Eu também te amo muito, Ana. - Respondi. Me virei, e logo peguei no sono.
Quando Ana me acordou, era a hora de cuidar o fogo e ficar de vigia. Levantei, a beijei, e sentei em frente à fogueira.
Algumas horas antes de amanhecer, ouvi algo se mexendo na árvore e me assustei, mas era apenas uma pequena coruja que estava me observando há algum tempo, e só alçara vôo naquele momento.
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Apenas uma Viagem
MaceraO que acontece quando tudo que poderia dar errado, dá errado? O que acontece quando uma simples viagem de férias acaba virando uma luta pela sobrevivência?