epílogo

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A reação natural do ser humano desde que respiramos é que, quando somos machucados, choramos, pois sabemos que com aquele ato em algum momento a ajuda virá. Mesmo que seja apenas um abraço e um "tudo ficará bem", você espera algo.
Mas quando a vida te trás um milagre, aquele anjo que evita com que todas as suas dores ao menos cheguem perto de você, que tira toda a escuridão e trás as cores para a sua vida. Pode ser um familiar, um amigo, um companheiro, ou até mesmo para os mais esperançosos - assim como eu -, a sua alma gêmea. Aquela pessoa que deixa tudo mais leve, lindo e fácil. Aquela pessoa que consegue te deixar com a mente e a responsabilidade de um adulto, mas ao mesmo tempo te deixa com a alma jovem e pura, como a de uma criança.
E após todos os anos do lado desse anjo, eu fui descobrindo que sim, ele é a minha alma gêmea. Apesar de todos os momentos difíceis, ele sempre esteve do meu lado.


Flashback: Formatura do colegial.

Arrumar o vestido sempre foi uma coisa que me traumatizou, sempre fiz isso para funerais. Mas hoje, vou me formar no colegial e entrarei na minha tão sonhada faculdade de música.
Escrever meus sentimentos sempre foi muito fácil, mas canta-los é como respirar, é como se eu tivesse nascido com esse dom.
Puxei o ar com força e ajustei o cabelo antes de colocar a beca e sair do vestiário, segurando o meu discurso em mãos, o papel estava um tanto amassado devido ao nervosismo. Mas eu segui em frente, pois sabia que ele estaria por perto caso eu precisasse.
- Boa noite formandos, familiares e amigos! - Cumprimentei, sorrindo nervosa. Sentia meus joelhos fraquejarem e me apoiei no púlpito. - Eu compreendo que muitos de vocês devem estar pensando que eu vou ficar muito tempo aqui falando e falando, mas não, como vocês eu só quero tirar essa beca e ir comer uma pizza cheia de queijo. - Fiz uma pausa ouvindo o auditório inteiro rir, aquilo me fez relaxar. - Eu só queria agradecer aos meus colegas que me proporcionaram a oportunidade de ser a voz de vocês esta noite. Agradecer à minha mãe, meu padrasto e as minhas incríveis irmãs pelo apoio quando eu precisei. - Respirei fundo, tirando o microfone do apoio e saindo da frente do púlpito, ficando mais perto do público.
- Em todos esses anos com meus colegas, aprendi muito com eles. Agradeço muito a vocês por nunca terem desistido de falar comigo pela minha timidez. Que como vocês podem ver acho que sumiu agora, não? - Prendi o ar, ouvindo as risadas dos meus colegas e olhei para a plateia, vendo Lauren sorrir para mim, sorri de volta e vi ela sussurrar um "eu te amo".
Após mais algumas palavras encerrei o discurso e fui mais aplaudido do que esperava. E depois de todo aquele tempo que mais me pareceu uma eternidade, aqui estou eu, jogado nos braços da minha namorada. Sentindo o seu coração bater forte enquanto eu pressiono meus lábios contra os seus.


Final do flashback.

Eu lembro de quando nos mudamos para uma república pois nossos empregos não nos daria dinheiro para alugar uma boa casa, bom pelo menos o meu não era o suficiente.
E então numa noite do verão, Lauren chegou, e fez a maior surpresa que eu já tinha recebido na minha vida.


Flashback: Maio de 2013


Eu estava sentado no chão do nosso quarto na república, então você chegou, com aquele sorriso de desculpas igual quando você quebra algo e me beijou.
Eu pensei, naquele momento, que você tinha feito algo horrível, mas então Ally, Dinah, Normani e Mel entraram no nosso quarto com sorrisos enormes.
- Hey, qual é a novidade? - Falei, cutucando a costela de Lauren, com o polegar.
- Bem, eu fiz uma coisa, com a ajuda da Ally. - Lauren continuava com aquele sorriso de desculpas enquanto falava, e eu comecei a ficar apreensiva.
- Hey, eu também ajudei! - Mel interrompeu. - Na verdade todas ajudamos, mas Ally ajudou mais porque ela é uma quase advogada.
- Deixem a Lauren falar. - Normani falou, mostrando presença pela primeira vez.
- Certo, ahm. Cam, você lembra das músicas que você compôs faz um tempinho? Aquelas da pastinha azul? - Lauren começou a falar, e eu lembrei-me.
- Claro que sim, L. - Falei, ficando mais calma, oras, se o assunto era músicas então tudo bem. - Você me ajudou a escrever aquelas, a pastinha azul era as que eu pretendia vender, mas umas colegas minhas disseram que não estavam tão boas assim. - Torci o nariz, lembrando.
- Então, acontece que elas estavam erradas. - Ally falou, sorrindo.
- O quê? - Perguntei, arregalando os olhos. - Lauren você deixou elas lerem?
- Bom, não apenas elas... - Lauren sorriu novamente como se pedisse desculpa.
- Posso explicar? – Dinah começou, mas logo continuou. - Enfim, vou falar de qualquer forma. Tá vendo essa pastinha verde junto com a sua azul na mão da Ally? Então aquilo é um presente para você que a Lauren conseguiu. - Suspirou, e logo arrancou as pastas da mão da Ally, sorrindo largamente e entregando-as em minhas mãos. - Feliz 3 anos de namoro com o senhora sapo. Felicidades, amo vocês! - A loira me abraçou apertado, do jeito que apenas ela sabe e saiu, com o mesmo sorriso que poderia rasgar seu rosto. E em seguida todos fizeram o mesmo, deixando apenas eu e Lauren no quarto.
- Eu não vou te forçar a nada, o que tá escrito ali é só se você concordar. - Lauren disse, sentando no final da cama.
- Tudo bem, eu vou ler. - Falei, abrindo a pasta verde.
E quando eu li a primeira frase, minhas pernas tremeram, as lágrimas acumularam no canto dos meus olhos e eu corri para abraçar Lauren.
- Como você conseguiu isso? Eu não... Eu não sabia que seria possível! - Eu a abracei mais forte. - É óbvio que eu vou aceitar isso, eu sempre quis isso, mas agora eu quero por nós. - Encostei a cabeça no seu ombro, permitindo as lágrimas de felicidade descerem pelos meus olhos, depois de tanto tempo sem ter esperanças para minha carreira.
- Babe, tem apenas um problema. - Lauren começou, sorrindo fraco.
- O que? - Perguntei, ainda a abraçando.
- Eles querem que eu componha com você. - Ela soltou fraco, mas eu sorri mais ainda. - Ahm, eles vão pagar bem, aliás se você quiser assinar, apenas nesse contrato nós já compraremos nossa própria casa e fora o dinheiro das músicas todas que você tem ai e... - E eu a interrompi com um beijo. Dizendo que sim, era aquilo que eu queria para nós dois.

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