You must be mistaken.

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Depois que aqueles meninos se "apresentaram" na frente de todos, notei que eles foram cercados mais ainda quando desligaram o som, umas meninas até gritaram por eles.

— Não entendo isso. – Disse revirando os olhos.

— Eu também não, mulher é muito melhor. – Ela disse dando de ombros e eu dei um empurrão leve em seu ombro.

— Juliet! – Disse rindo e ela sorriu.

— O que foi? – Ela fez uma voz fina, o que me fez rir.

Juliet era lésbica e uma garota super feminina, eu amava as roupas dela, as maquiagens, o cabelo, tudo! Ela era super fã de Dragqueens e eu achava aquilo o máximo, ela até me estimulou a assistir a série Rupaul's Drag Race, mas eu tenho medo de pessoas muito maquiadas e/ou palhaços, sério.

Uma vez eu estava assistindo uns vídeos no Youtube pelo notebook da Ju e acabei demorando a assistir um porque vi um anúncio e me interessei, era de um filme de terror.

Por que eu vi aquilo? Era o trailer de um filme que eu estava evitando ver, eu entrei em crise e chorei por uns minutos enquanto não parava de tremer. No começo a Ju começou a rir, mas quando viu que era sério, ficou preocupada.

Eu realmente não entendo esse meu medo de palhaço....

Enfim, eu adorava o jeito que a Juliet era, ela me ajudou em vários momentos difíceis da minha vida e eu sou eternamente grata por tudo.

— Você acha que vai ser difícil a gente se enturmar? – Perguntei enquanto andávamos em direção a um banquinho.

— Por que seria? – Ela perguntou semicerrando os olhos por conta da claridade do sol.

— Sei lá, eu nunca me enturmei antes, você sabe, eu vivia no canto da sala compondo minhas músicas.

— Mas aqui é outro mundo, Hailee, você está mais madura, nós estamos, e vamos aproveitar isso ao máximo, certo? – Ela perguntou enquanto nos sentávamos no banco.

— Certo. – Disse sem jeito enquanto cruzava as pernas.

— Agora vamos observar... – A Ju disse cruzando as pernas e colocando a mão no queixo, eu dei uma risada e ela me olhou. – O que foi, Hailee? – Ela perguntou séria e eu balancei a cabeça negativamente, como se não houvesse nada.

Ela continuou olhando e depois de um tempo virou pra mim.

— Meu gaydar está fraco, tenho que ficar com alguma menina pra ele voltar a funcionar em sua potência máxima. – Ela disse suspirando e eu dei uma risada.

— Você é tão... Juliet. – Eu disse parando de rir e ela sorriu.

— Amo quando você diz isso. – Ela me olhou sorrindo e me deu um abraço forte, logo depois se levantando. – Vamos andar, quero ver se meu gaydar melhora. – Ela disse erguendo a mão e eu a segurei.

— E o meu heterodar é fraco. – Ela me olhou com reprovação e fez cara de nojo.

— Heterodar não, amiga, não, não faz isso, não é legal. – Ela revirou os olhos e riu, começamos a andar pelo campus de mão dadas e eu não estava nem aí se iria pegar fama de lésbica ou não, eu estava curtindo o momento, e com a minha melhor amiga.

(...)

— Como vocês podem ver no seu fluxograma, essa aula é de técnica vocal, mas como é o primeiro dia, vou fazer algo que os outros professores não costumam fazer: ser legal. – Todos da sala começaram a rir. – Eu to falando sério. – Ele manteu uma expressão séria e todos se calaram.

The OrphansOnde histórias criam vida. Descubra agora