Second challenge.

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Quando saímos da prova do primeiro dia, estávamos ensopadas e tremendo de frio, o que fez com que apressássemos os passos até o dormitório.

Quando estávamos já prontas pra dormir, a Hailee ligou o abajur e eu fiquei sem entender.

— O que foi, Ju? – Disse me virando na cama e olhando pra ela, que estava na sua cama, do outro lado do quarto.

— Nós vamos entrar, né? – Ela perguntou, parecia preocupada.

— Isso é mesmo muito importante pra você, não é? – Perguntei me encolhendo na cama.

— Sim, é a única coisa que eu me apeguei em relação à minha mãe, ela falava nisso o tempo todo quando era viva, dizia que queria me ver na universidade e numa fraternidade reconhecida, ela disse que eu iria levar aquelas amizades pra sempre.

— Vai dar tudo certo, Ju, nós vamos entrar.

— Vamos fazer de tudo, ok? – Ela disse olhando pra mim e eu sorri.

— Me comprometo contigo, vamos fazer de tudo. – Disse sorrindo e ela sorriu em forma de agradecimento, apagando o abajur, tirando a visão que eu tinha do seu rosto.

(...)

— Nossa, as aulas de hoje foram muito chatas. – Disse enquanto entrávamos no quarto.

— Nem me fala, aquele professor se acha um Deus.

— Tirando o fato de que a matéria me deu sono.

— A voz dele me deu sono... – Ju disse revirando os olhos e eu concordei. – Hails. – Ela disse e eu olhei pra ela enquanto tirava meu tênis.

— Hm?

— O que você vai fazer em relação aos meninos? – Ela perguntou torcendo a boca.

— Não tem o que fazer, Ju, é passado, já disse. – Disse dando de ombros.

— Se é passado, então por que você não esquece aquilo? – Ela disse e eu suspirei.

— Eu queria, sabia, Ju? Mas toda vez que eu tento, eu lembro de como os dois anos que passei lá sem eles me deixaram mal, eu lembro de cada crise que eu tive e o Sammy não estava lá pra segurar a minha mão.

— Sammy?

— Sim, o Nate não sabia das minhas crises, eu era muito colada com o Sam, depois dos doze anos as minhas crises pioraram porque eu me afastei dele, mas o Nate nunca soube.

— Hailee, você sentiu algo pelo Sammy?

— Claro que não! – Respondi rapidamente.

— Qual é, Hailee, sou eu, a Juliet. – Ela disse se sentando ao meu lado na cama.

— Sei lá, Ju...

— Hailee Junk!

— Foi o primeiro garoto que eu gostei, ok? Primeiro. – Disse dando um sorriso fraco e ela deu um gritinho. – Cala a boca, louca! – Disse rindo e ela levou suas mãos à sua boca.

— Eu não acredito, Hai! – Ela disse ainda sorrindo. – Você tem que falar com ele, com os dois, você tem que esquecer esse passado que te machuca.

— Eu sei, mas é que...

— Você não é espírita? Vive falando da evolução da sua alma pra ter uma vida melhor na próxima vida? Então por que não segue isso? Por que não se desapega do que te faz mal no passado? Segue em frente, Hailee. – Ela disse segurando minha mão e eu assenti com a cabeça.

The OrphansOnde histórias criam vida. Descubra agora