A sensação de estar com ele me preenchia por completo, eu tinha um sorriso estampado no meu rosto e podia sentir os raios de luz entrando no meu quarto, mas eu não queria abrir os olhos. Talvez por medo de algo mudar, talvez por querer que aquele momento se perpetuasse pela eternidade.
Abri os olhos vagarosamente e fitei o teto, desci minha mão pelo meu corpo e notei que um lençol ainda me cobria, sorri instantaneamente lembrando da noite passada e me virei, avistando o Nate ao meu lado, sorrindo pra mim. Minha mente se tornou uma confusão e eu me levantei da cama assustada, envolvida no lençol.
— O que você está fazendo aqui? Cadê o Samuel? – Perguntei aflita olhando pros lados e fiquei mais aflita ainda quando notei que ele estava sem roupa, mas também coberto pelo lençol. O sorriso no seu rosto era malicioso, mas ao mesmo tempo me assustava.
— Ele vai te machucar tanto, Hailee. – Disse negando com a cabeça enquanto o sorriso permanecia estampado em seu rosto. – Tanto. – Deu ênfase.
— Como você pode saber disso? – Perguntei aflita. – Sai daqui, Nate! – Disse apontando pra porta enquanto segurava o lençol com a outra mão.
— Você me conhece, eu sou sincero com tudo. – Ele se sentou na cama e eu virei o rosto, mas ele logo se aproximou já com uma bermuda enquanto eu me afastava dele. – Você sabe que eu sou escroto em quase tudo o que eu faço, a única coisa que eu não fui escroto foi em amar você. – Ele olhou em meus olhos de uma forma tão verdadeira que eu não sabia nem o que falar. – Mas você escolheu o Samuel, e eu só quero te avisar... – Ele pegou sua blusa que estava jogada na poltrona e a vestiu. – Ele vai te machucar tanto que você vai desejar nunca mais amar, porque a dor que ele vai te causar... – Deu uma risada irônica. – Não tem cura, não tem cirurgia, não tem terapia nem tempo que repare.
— Você acha que vai me assustar com isso? – Dei uma risada de deboche. – Eu não acredito em você, eu acredito nele e no que ele sente, eu sei que é verdadeiro. – Arqueei uma sobrancelha enquanto segurava o lençol no meu corpo e ele balançou a cabeça negativamente enquanto dava uma risada irônica.
— Você acha que eu estou falando dos sentimentos dele, Hailee? Eu não tenho direito de julgar os sentimentos de ninguém. Ninguém. – Falou seriamente.
— Do que você tá falando, então? – Perguntei com certo receio quando percebi que o assunto era sério.
Seu olhar desceu pra altura do meu pescoço e depois voltou para o meu rosto.
— Só você não vê. – Senti um peso no peito e abri os olhos rapidamente com a respiração ofegante, me sentando na cama e olhando pros lados, avistando o Sammy sentado enquanto me abraçava de lado com um olhar preocupado.
— Tá tudo bem, Lee, tá tudo bem. – Ele disse olhando em meus olhos com ansiedade pra saber o que tinha acontecido, enquanto eu notei aonde estava a minha mão. – Foi só um pesadelo, já passou. – No meu colar. Eu segurava o meu colar que tinha ganhado de um estranho com tanta força que minha mão começou a doer, fazendo com que eu o soltasse, abrindo e fechando a minha mão, sentindo certo incômodo.
— Eu preciso falar com o Nate. Onde ele está? – Disse me levantando da cama e vestino uma roupa rapidamente.
— Acho que no quarto de algum amigo, mas pra quê? Por que isso agora? – O Sammy falava enquanto eu me vestia, mas eu não conseguia dar atenção, eu só queria resolver aquele sonho.
Saí do quarto com passos largos, batendo de quarto em quarto, até avistar fumaça no corredor.
— Que porra é essa? – Perguntei quando abri a porta e avistei o Nate fumando algo, juntamente com dois garotos.
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The Orphans
FanfictionHailee, Sammy e Nate, abandonados em um orfanato quando tinham apenas dois anos de idade. Trágico? E se eles crescessem sem nenhum sinal de um adulto querendo adotá-los? Hailee não teve a mesma sorte de Sammy e Nate, irmãos, que foram adotados aos q...