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Vinicius estava sozinho na sala de aula.

Ele não encontrou ninguém ao chegar, nem nos corredores e muito menos viu alguém nas outras salas.

Cansado de esperar começou a resolver os exercícios de física que estavam no quadro. Ele estava em pé em frente ao objeto, concentrado.

No terceiro cálculo ele ouviu um barulho de passos e voltou seu olhar para trás, vendo John o observar com um sorriso sádico.

- John?! - perguntou tímido. - Só chegou você?!

O rapaz assentiu e caminhou até ele com um olhar destemido, sedutor.

- Nós estamos a sós. - ele sussurrou antes de mordiscar a sua orelha esquerda.

Vinicius sentiu todos os seus pelos se enrijecerem e se afastou por precaução.

- Alguém já deve estar chegando! - ele arfou encarando o chão por não aguentar mais a ferocidade daquele olhar.

John então o pressionou contra o quadro e segurou seus pulsos contra a parede fria com força.

- Não quero que chegue mais ninguém. - ele declarou excitado.

Vinicius sentiu suas pernas fraquejarem.

O hálito de John era quente e enviava correntes de desejo por todo seu corpo. As bocas estavam próximas e as respirações se misturavam.

O menino aproveitou para examinar de perto os detalhes do rosto do outro e sorriu ao concluir que absolutamente tudo era perfeito aos seus olhos.

- Você quer que eu te beije? - John o provocou.

- Muito, mas não sei se...

John então deslizou os lábios por seu pescoço e foi traçando um caminho de beijos molhados e quentes até parar novamente próximo de sua boca.

Vinicius mordia seu lábio inferior com força para não gemer.

- E agora? - John sorria de lado e passava seu dedo indicador sobre os lábios do menino.

- Por favor... O que é isso? - Vinicius arquejou com desespero.

- O quê? Eu gosto de você Vinicius, sempre gostei. Só quero poder te dar carinho e cuidar de você.

Vinicius sorriu com as carícias de John em seu rosto.

- Eu sempre te amei, desde a primeira vez.

De repente, da magia ao pesadelo, o rapaz se afastou bruscamente de Vinicius e soltou uma gargalhada diabólica.

- Você é nojento, sabia? Como pode achar que ficaríamos juntos?!

O olhar de John exibia agora um toque sombrio e todas as pessoas a qual Vinicius conhecia na vida apareceram e o humilharam com xingamentos. Seu pai se aproximou com um pedaço de madeira e atingiu seu rosto.

- SEU IMUNDO! - o homem esbravejou enquanto o menino rastejava pelo chão para evitar apanhar mais.

- Desculpa, por favor, me desculpa. - ele implorou ao pai.

Vinicius acordou com a pele suada e com seu batimento cardíaco acelerado.

Com lágrimas nos olhos ele lamentou que tudo que vivera naqueles segundos com John tivesse sido apenas um sonho, e ao mesmo tempo se martirizou por pensar em coisas tão sujas.

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