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- Meu Deus, que cheiro é esse? - Vinicius arquejou enquanto John sugava a pele do seu pescoço e deslizava lentamente sua camisa.

- Quê? Sei lá, deve ser meu shampoo novo. - o outro respondeu sem dar muito atenção. - Deixa eu tirar sua camisa!

- Não, John! Tem alguma coisa queimando!

Ele tentou se levantar, mas o corpo de John pairava pesadamente sobre o seu.

- Você não vai sair daqui, meu amor. - o maior sussurrou em seu ouvido antes de selar os lábios de Vinicius com um beijo molhado.

- Você me chamou de quê? Ahhhh!

- Amor. - John riu do gritinho emitido pelo menino.

- Eu te amo tanto! - Vinicius mordeu delicadamente a bochecha do rapaz. - Só deixa eu ver se tem algo pegando fogo, porque esse cheiro...

- Sou eu que estou pegando fogo, Vinicius!

- Hmm, sei... - ele arfou pelos beijos que recebia. - Mas a casa vai acabar explodindo...

Então John se sentou com uma carranca que lembrava muito uma criança que havia acabado de perder seu doce.

- Não faça esse bico para mim. - Vinicius se desculpou enquanto se levantava. - Eu já volto.

- Se demorar muito eu vou dormir!- John resmungou assim que ele deixou o quarto.

Uma fumaça escura saia da panela de macarrão a qual ele havia esquecido completamente que botara para cozinhar, mas o fogo já estava apagado.

Ele tateou até a pia e segurou a panela embaixo da torneira para enchê-la de água.

- Você não deveria ir para o quarto com a panela no fogo, se eu não tivesse chegado a tempo... - a voz de seu pai soou calma atrás dele.

Vinicius deixou a panela cair derramando água para todos os lados com o susto.

Jonas estava mais magro, pálido e parecendo que não dormia há semanas.

- Pai! - Vinicius exclamou surpreso.

O barulho da panela caindo também assustara John, que entrou na cozinha preocupado.

- O que houv...- ele parou quando viu o rosto assustado de Vinicius e um homem parado à sua frente

- Por onde você esteve? - Vinicius perguntou assim que recuperou a voz.

John se pôs ao seu lado de forma protetora.

- Na casa da sua tia Guida... - Jonas respondeu com os olhos em John. - Quem é esse aí?

- Esse é meu... amigo. - Vinicius começou, mas foi interrompido.

- Namorado, ele quis dizer... O que você veio fazer aqui? - John indagou com ferocidade.

- Namorado? Que porcaria é essa?!

- Responda minha pergunta! - o rapaz repetiu com acidez.

- Vim visitar meu filho, por quê? Estou atrapalhando alguma coisa? - o homem rebateu com igual irritação.

- Olha...

- Sim, interrompeu sim. - John assentiu colocando-se à frente de Vinicius para encarar Jonas. - Íamos ter nossa primeira vez. - Sim, íamos transar. - John completou com escárnio ao ver a boca do homem se abrir.

- Que pouca vergonha! - Jonas esbravejou cerrando os punhos.

- É mesmo? E espancar o próprio filho é o quê? - John gritou de volta. - Escuta aqui, se você pensar em encostar, um dedo que seja, nele novamente... Você vai me fazer agradecer pelos cinco anos inúteis de judô que meu pai me obrigou a fazer, ouviu?!

Metamorfose.Onde histórias criam vida. Descubra agora