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"Todas as coisas perversas, começam da inocência."

John entrou como um furacão pela boate lotada. Ele procurou o rosto de Vinicius em cada canto desconhecido daquele lugar.

Seu coração saltava com pesar, um pressentimento ruim o dominava.

- Vinicius! - ele começou a gritar esbarrando em todos a sua frente.

A música estrondosa cessou quando enfermeiros entraram para resgatar uma jovem em plena overdose.

Pessoas embriagadas e drogadas riam, se debatiam no chão, outras dançavam - ainda que não tocasse mais música alguma -, era a própria imagem do inferno.

John se encostou atordoado em um dos balcões para ter uma visão ampla do ambiente a tempo de ouvir a conversa de dois bartenders.

- Parece até uma sina! Toda vez que esse Edward vem... Isso aqui fica impossível! - um dos homens comentou enquanto remexia dois drinks.

O nome despertou a atenção de John que se aproximou para ouvir melhor.

- Fala baixo, cara! Se alguém escuta você falando do filho do patrão?! - o outro o repreendeu.

- Escutar? Eu duvido que tenha alguém lúcido nesse lugar além dos empregados. O tanto de drogas que rolou...

- É verdade... Que loucura! Viu que ele subiu com um...? - ele abaixou o tom de voz. - O garoto estava totalmente alucinado! Você precisava ver o tanto de "bala" que o Luiz colocou na bebida do rapaz. - ele apontou para um terceiro homem que sorria e tinha os braços cruzados sobre o balcão. - Olha como ele se diverte com esse caos! Se alguém descobre...

As pernas de John estavam duras. Ele não conseguia se mexer. Um pânico a qual ele nunca sentira antes afligiu cada parte do seu corpo.

- Sério? Já pensou se acontece o mesmo que aconteceu um ano atrás?!

- O QUE ACONTECEU HÁ UM ANO ATRÁS? - John gritou sentido seu rosto queimar.

No quarto Edward forçava Vinicius a responder aos seus comandos.

- Se você não fizer o que estou lhe mandando... terei que castiga-lo, litte intern... O que acha de umas chicotadas? - ele ofertou com a voz doentia.

- Não sei, não sei... - Vinicius murmurou perturbado. - Acho que vou dormir antes que o elef...

- Quieto! - Edward bradou com impaciência. - Não pode dormir, entendeu?! Senão vai sofrer um pouquinho. - ele colocou um dedo sobre os lábios de Vinicius e o pressionou.

Suas mãos desceram pelo corpo do menino e ele estava prestes a tirar sua última peça de roupa quando ouviu um estrondo.

- VINICIUS! - ele ouviu a voz de John berrar enquanto forçava a entrada.

Murmurando xingamentos Edward se levantou de abrupto e começou a vestir o menino com rapidez.

- JÁ ESTOU ABRINDO! - ele berrou de volta. - ESPERA FILHO DA PUTA!

Ele subiu a calça de Vinicius com pressa, jogou sua caixa de instrumentos sadomasoquistas para debaixo da cama e correu para a porta que John esmurrava.

- Que foi? - Edward perguntou assim que a abriu. - um sorrisinho de prazer vacilou em seu rosto ao ver o desespero estampado nos olhos de John.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELE?

Vinicius estava sentado na cama com um olhar vago e um sorriso débil.

Metamorfose.Onde histórias criam vida. Descubra agora