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Vinicius apoiou suas mãos no rosto de John para o puxar para mais perto, quando alguém bateu brutalmente na porta os afastando.

- Quem é? - John perguntou se recompondo.

- Sou eu John, Francine. Não vou sair daqui enquanto nós não conversarmos.

John revirou os olhos.

- Me espere lá embaixo. Já estou indo.

Os dois se encararam quando ouviram os passos se afastando. Vinicius foi o primeiro a falar.

- Feliz aniversário! - ele apontou para um pequeno relógio na mesa de cabeceira. Já são 00:00h.

John continuou o encarando sem resposta e Vinicius o abraçou pela cintura.

- O que você está fazendo? - ele empurrou o outro com força.

- Te desejando feliz aniversário. - Vinicius levantou retraído.

- Se você voltar a fazer isso, eu juro, juro que além de quebrar todos os seus dentes, eu nunca, nunca mais olho na sua cara.

Toda a alegria do menino pelo recente beijo se esvaiu e ele sentiu medo.

- Perdão! Não me odeie. Eu prometo que nunca mais vou fazer isso... Pensei que você tivesse gostand... Não, eu sou um idiota!

- É mesmo. Agora vai embora!

- Você me perdoou? - a voz de Vinicius soou fraquinha.

- Não sei, só vai embora!

- Eu prometo! Você é meu melhor amigo, não quero perde-lo.

- Vinicius, vou repetir... - ele ainda estava ofegante. - Não vou admitir que se aproxime de mim novamente! Quando todo mundo foi babaca com você, eu fui legal... Fui seu amigo! - ele deu ênfase na última palavra. - E é isso que recebo? Se contar pra alguém eu juro que...

- Foi um impulso estúpido! Tenho plena consciência de que você não queria isso... Eu agi mal, mas por favor me deixe consertar? Você é a última pessoa do mundo que eu poderia querer magoar.

O coração de Vinicius de entusiasmado agora batia desesperado e angustiado.

- Vai embora! Vou tentar deletar essa merda da minha mente.

- Mas John, só...

- PORRA! VOCÊ É SURDO? RETARDADO? VAI EMBORA!

O menino sussurrou mais um pedido de desculpas e saiu do quarto com os olhos marejados. Sua noite tinha tido altos e baixos, ele estava arrasado.

Como tinha o dom de muitas vezes parecer invisível, conseguiu passar por todos sem chamar atenção. A festa rolava normal, como se nada houvesse acontecido.

Ele caminhou sentindo o coração pesado. As últimas palavras de John martelavam em sua cabeça e lhe causavam dor. Seu telefone tocou e ele viu o nome de Juliana.

- Vini?

- Oi, Ju! - ele respondeu com voz de choro.

Vinicius já estava do lado de fora da mansão e Josué o observava de longe com curiosidade.

- Ei, que voz de choro é essa? Está tudo bem?!

Metamorfose.Onde histórias criam vida. Descubra agora