Metamorfose.

10º

Juliana estava deitada sobre barriga de Vinicius enquanto sentia um calor percorrer seu corpo. Ela olhou para cima e viu que ele lia seu livro distraído.

- Seus pais vão demorar? - ela investigou.

- Sim. Os dois trabalham até tarde e hoje é sexta-feira... Dia do papai chegar podre de bêbado!

- Então vamos ficar um bom tempo sozinhos?! - ela deslizou a mão atrevida sobre a virilha do garoto coberta por um moletom.

Seu corpo rapidamente se endureceu.

- Vamos, mas...

Ele não conseguiu terminar de falar pois a menina jogou o exemplar do livro que ele lia no chão e montou sobre ele, beijando seu pescoço.

- Espera um pouco, não estou me sentindo bem...

Juliana o ignorou e continuou a beija-lo. O celular de Vinicius tocou os interrompendo.

- Alô? Quem é? - Juliana continuou a beija-lo depois do susto e era difícil se concentrar.

- Sou eu, John. - assim que ouviu, Vinicius a empurrou e ela caiu para o lado chateada.

- Oi, John... Aconteceu alguma coisa? - ele começou a andar de um lado para o outro.

- Não, é só pra confirmar você aqui em casa mais tarde. Vou ficar realmente chateado se você não vir.

- É claro que eu vou... - ele respondeu derretido.

- Ótimo! O motorista vai te buscar. Traz roupa de banho.

- Não vou... - o telefone ficou mudo.

- Você vai mesmo pra essa festa, Vinicius? - ela se levantou.

- Vou! Você deveria vir comigo. Por favor?

- De jeito nenhum! Não suporto esse garoto e nem nenhum dos amigos dele.

- Tudo bem, não vou insistir.

- Anjo? - ela se colocou em sua frente . - Já pensou no quão mal irá se sentir naquele lugar? Vamos ficar aqui? Juntinhos? Com muito amor e carinho.

Ele riu quando ela começou a distribuir vários beijinhos em seu rosto.

- Sua proposta é irresistível, mas não. Somos amigos e eu prometi.

Juliana rapidamente assumiu uma feição zangada e começou a juntar suas coisas irritada.

- Depois não adianta ligar quando algum idiota te magoar. Você estará cercado deles!

***

Ela saiu apressada e dirigiu até sua casa com o coração apertado. Quando chegou sua mãe logo notou que havia algo errado.

- Que foi, filha? - ela indicou seu colo e a menina se sentou e lhe contou sua preocupação.

- Ele não é criança, Juliana! Sabe muito bem se cuidar. Você tem que respeitar os limites das pessoas.

- Você não entende, mãe. Ele é inocente e muito sensível. Sabe quando você tem certeza sobre algo mesmo sem saber o porquê? Então... Aquele John não é uma boa pessoa, ele não faz bem pro Vini.