Capítulo 4 | Invasão

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"Eu não sou de ninguém
Não quero ninguém
Dei férias pro meu coração."
Humberto e Ronaldo (Não Sou de Ninguém).

Como não tenho planos para hoje, vou ver algum filme, resolvo ver todo mundo em pânico mas, acabo dormindo.

Acordo, olho as horas e são 14:30.
Faço meu almoço rapidamente e vou mexer em minhas redes sociais. Não há nada demais, só algumas mensagens da minha família querendo saber como estou, umas pessoas fofocando, Bella me enchendo o saco, tudo normal!

Pego meu notebook, entro no youtube e fico vendo alguns videoclipes de músicas. Até alguém me ligar, olho antes de atender e é um número desconhecido, resolvo não atender e recuso a chamada, odeio quando me ligam assim.
A pessoa liga mais três vezes e na terceira eu atendo.

— Alô.

— Oi, como cê tá? — eu conheço essa voz...ah é o FV.

— Estou sim e você?

— Tô também, tu demorou pra atender e ainda recusou as minhas chamadas, pensei que tinha acontecido algo.

— Deve ser por que seu número está no privado.

— Não posso ficar dando mole, sabe?!

— Hum.

— Bora sair?

— Para onde? — é melhor perguntar.

— Vem dá uma volta aqui no morro e aproveita pra conhecer.

— Pode ser, vou ligar para a Bella.

— Pode pá, quando chegar na entrada do morro me manda uma mensagem que eu e o Rick pegamos vocês.

— Tá. Tchau.

— Flw.

Encerro a ligação indo me arrumar.
Pego minha bolsa, a chave do carro, tranco a casa e vou para a casa da minha amiga.

Já que nem é tão longe, em 20 minutos eu chego, por causa do trânsito.
Desço do carro,passo pela recepção, subo as escadas e chego no ap dela, destranco a porta e entro.
A mesma encontra-se deitada no sofá com uma tigela de pipoca nos braços vendo tv.

— Vida boa hein, galinha. — ela quase pula do sofá e eu sorrio.

— Que susto menina, piranha. — Bella me abraça. — Por isso que você parou de me responder.

— Nem vi que tinha mandado mensagem. — falo a verdade deitando no sofá. — Que filme tu tava vendo?

— Lagoa azul.

— Você e seus contos de fadas longe de serem reais. — reviro os olhos. — Sai dessa.

— Não começa. — ela é romântica até demais. — Te conheço o suficiente para saber que um dia alguém irá quebrar seu gelo.

— Não vou dizer nada. — sorrio. — Tenho algo melhor para nós.

— E o que seria?

— FV me chamou para irmos no morro, conhecer.

— Sei. — sorri safada. — Acho que ele te chamou foi pra tu conhecer o quarto dele melhor.

— Não viaja e anda logo, vai se arrumar.

— Sério? — Isabella se espreguiça. — Tu acabou com os meus planos de passar o dia todo deitada vendo filme.

— Melhor ainda.

— Como se você não estivesse fazendo isso antes de vir também, piranha. — diz indo em direção ao quarto.

Enquanto ela se arruma desligo a tv, coloco a vasilha que estava com a pipoca na pia e vou até o quarto procurá-la.

Entro no quarto e deito na cama, ela deve estar tomando banho pelo barulho do chuveiro, alguns minutos depois a mesma sai do banheiro.

— Com que roupa vou? — indaga como se eu soubesse de todas as roupas dela.

— Não sei, que tal você decidir logo?

— Ui, tá ansiosa! — caçoa.

— Veste qualquer roupa aí antes que eu te jogue todas do closet.

— Mal humor do caralho, eu hein!

Dito isso, se arruma rapidamente e vamos.

Chegamos na rocinha e dessa vez não fomos barradas, ainda estamos na entrada e mando uma mensagem para Felipe avisando que estamos aqui.

Enquanto esperamos encontro Mari, a menina que conheci no baile.

— Oie. — ela me abraça.

— Vieram conhecer o morro melhor? — assinto, já que Bella por ciúmes ignorou.

— Preciso ir mas qualquer dia desses aparece no meu barraco.

— Te mando mensagem e você topa comigo, pode ser?

— Claro! — se despede. — Até mais.

— Que vexame, Isabella!

— Eu, né? — diz sarcástica. — Só a garota chegar aí tu me ignora.

— Não vou nem prestar atenção nos seus delírios.

Logo os meninos chegam. Nos comprimentamos.
Felipe liga o som, põe um pen-drive e coloca a música Rolê Na City - Pacificadores Part. Hungria Hip Hop, durante o caminho os pombinhos que estavam no banco de trás se pegaram o tempo todo e FV me olhava sempre.

Chegamos ao topo do morro, a vista aqui é linda, dá pra ver tudo, fomos até o banquinho que tem e sentamos.

— Nossa, aqui é lindo.

— Verdade.

— Foi aqui que meus pais morreram, eles foram enterrados ali. — diz apontando para um lugarzinho mais pela frente que eu ainda não tinha visto e lá tem muitas flores.

— Aqui realmente é lindo, super bem cuidado. Nunca imaginei que existisse esse lugar.

— Nem eu.

Ficamos mais alguns minutos ali conversando e olhando aquela vista.
FV nos chamou para irmos e concordamos.

Eles nos levaram pra uma sorveteria, depois pra praia que era perto, e por fim fomos pra casa do Felipe, ficamos conversando até perceber o horário, já escurecia.

— Estou indo, tu vai Isabella?

— Não vai, fica aí pô, depois eu levo ocês.

— Tenho que ir, se ela quiser ficar aí.

— Odeio essa sua indiferença. — murmura Bella. — Também tenho que ir.

Nos despedimos e vamos à pé até meu carro — eu havia deixado ele antes da entrada do morro — estávamos chegando perto da boca até que escutamos fogos.

Sabendo do que se trata corremos para um beco que ficava a duas ruas à cima e nos escondemos ali.

— Só o que me faltava. — maldita hora que resolvi vir aqui. — Agora eu morro mesmo.

— Para de ser pessimista, Maya. — me chama a atenção. — Não vai adiantar.

— Tá, tá. — resolvo não discutir.

Os tiros só estavam cada vez mais pertos e eu apenas fechei meus olhos, dava para escutar de tudo: gritos, tiros e passos.

Espera...passos? Bella me entreolhou, logo soube que eu não estava ficando louca, realmente tinha alguém por ali.
Vimos uma sombra atrás de nós. Somente consegui ver a silhueta, mas não conheci.

E AGORA?

❤...❤

A Sedutora e o Patrão - Trilogia Bandidagem: Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora