A Sedutora e o Patrão - Trilogia Bandidagem: Livro 1

Capítulo 26 | Humilhação

"A sua mente alienada não me representa não.
Nem aqui, nem na China dos anos noventa."
  Tribo da Periferia (Sem Rótulo).

Bella:

Depois que FV chegou para ver minha amiga, que por acaso estava acompanhada pelos pais que descutiam, resolvi ir até a lanchonete comer algo.
Pego um sanduíche, uma coca e sento na mesa. Começo a comer e alguém se senta à minha frente. É Rick.

Respiro fundo.

— O que tu quer?

— Me escuta, eu amo você nega, me perdoa.

— Você acha que eu vou me esquecer do que você fez tão rápido assim?

— Me dê uma segunda chance, por favor?

— Tu tem noção do que fez? — ele abaixa a cabeça. — Jogou fora um namoro de anos por algo com aquela puta lá que provavelmente foi minutos,tem noção da cara que as pessoas do morro me olham quando eu chego lá? Ficam rindo de mim. — ergue a cabeça e me olha de soslaio. — Mas mesmo assim eu ergo minha cabeça e finjo que as risadas e as piadas não são para mim, têm noção do preconceito que eu sofri? Das barreiras que eu tive que enfrentar para ficar contigo e no final ser humilhada e traída? — a essa altura já sentia algumas lágrimas sobre minha face. — Apenas me deixa em paz Ricardo.

— Eu te entendo, eu errei e pisei na bola feio, percebi o quanto minha vida sem você é sem graça, você me completa e eu não consigo ficar sem ti, fico envergonhado pelo que fiz e sei que não vai mudar, eu mereço ser deixado de lado, mas saiba que eu irei te reconquistar, só queria que me perdoasse.

— Eu já disse que traição não tem perdão, vai ficar com a consciência suja para sempre, agora eu posso comer em paz?

— Não irei te incomodar mas saiba que você voltará a ser minha ainda Isabella Avillar. — vendo que eu não diria nada, prosseguiu. — Te amo. — e sai rapidamente.

Isso que dá, as pessoas só dão valor depois que perde, se arrependem e querem voltar atrás mas nunca volta a ser a mesma coisa, pois existe algo chamado confiança, e quando ela é perdida não volta ser a mesma tão fácil, se é que volta né?!

Vou até o banheiro, lavo meu rosto na intenção de secar algumas lágrimas, retoco minha make e volto para à sala de espera.

Carla e Miguel González — pais de Maya — também estão aqui, reclamando até, por ela estar conversando com o Felipe.

— Ele é boa pessoa Carla, não precisa ficar preocupada com a Maya.

— Não estou preocupada com ela, e sim, com a imagem do nosso sobrenome correndo pela mídia por ela estar com um criminoso favelado.

— Credo Carla não fala assim, ela é nossa filha, não estou nem aí com o pessoal falando do nosso nome e sim com a saúde e a felicidade da minha filha.

— Isso tio, o que importa é que minha amiga está feliz com a vida dela.

— Você também está com um favelado? Se estiver coitada de seus pais. — Carla indaga.

— Se eu estiver ou não, isso não lhe diz à respeito, em pleno século 21 a senhora com preconceito? Que vergonha, realmente anos convivendo com sua família percebi que a senhora não tem conserto e que irá aprender da pior maneira possível.

— Olha os modos Carla, e se ela tiver?O que tu tem a ver com isso? Eles devem ser mais sensatos que você.

— Eles quem?