"Se já estamos misturando as meias
E dividindo o mesmo edredom.
No meu guarda-roupa tem sua gaveta
No seu banheiro já tem maquiagem e batom."
Maiara e Maraisa (Bengala e Crochê).11 meses depois...
Minha pequena ou pititinha, como o Felipe gosta de a chamar, completou ontem 11 meses.
É uma criança maravilhosa, não tenho nada de que me queixar.É domingo e estamos na pracinha conversando sobre planos para o futuro.
— Eu quero que a pititinha vire dona de tudo isso.
— Eu não vou a proibir de qualquer contato com o morro. — digo a contragosto. — Mas o mínimo é uma escola fora daqui.
— Não amor, ela tem que entender a realidade, imagina ela virar aquelas patricinha. — revira os olhos. — Credo.
— Cuidado. E ela vai ser o que quiser. Não vou a impedir de escolher o futuro, se quiser ser advogada irei apoia-lá tanto quanto se for dona do morro.
Pego Dani nos braços enquanto ela sorri constantemente para mim.
Quando escutamos fogos.— Merda! — pega o radinho. — Eles tão perto. — diz e eu vejo o desespero em seus olhos.
Mas a polícia chega rapidamente aonde estamos.
— Não mexe com elas, seus merdas. — ele fala em um tom alto quando eles estão perto de chegar
— Felipe não.
— Corre! — olho para ele em pânico. —
Por ela amor. — beija a testa da nossa pequenina que insiste chorar baixinho.— Cuida da nossa pititinha. Eu te amo Maya.
— Eu vou te salvar meu amor, nós vamos te resgatar. — digo decidida subindo o morro. — EU TE AMO FELIPE. — começo a chorar. — Nós vamos te resgatar amore.
Subo correndo, me escondo nos becos até chegar em casa.
Dani chora descontroladamente.— Vai ficar tudo bem pequena. — a abraço.
~
Passaram-se 3 horas desde que saí da pracinha, minha pequena encontra-se vendo Xuxa enquanto continuo inquieta e finalmente escuto o barulho dos tiros cessarem.
Fico abraçada com minha pequena até que a porta é aberta. Mas não é o Felipe.
— Patroa, patroa.
— Quê?
— Mandaram eu vim ver se cêis duas tão bem.
— Estamos bem, cadê o Felipe?
— Ele deu fuga. — quê? — Mais não.
— Não o quê?
— Não posso te falar véi.
— Já começou agora termina. — Dani resmunga e a deito no colo, balanço ela que dorme rapidamente.
— Na rua debaixo.
— Quê? — pego a mochilinha dela, e um lenço para a tampar do sol.
Bato a porta e desço até a rua debaixo.
Vejo alguns corpos no chão e uma multidão em volta de algo lá na frente.Caminho rapidamente até chegar juntamente a multidão.
Rick e Nego, que até agora eu não havia visto, tentam me impedir de ver.
O corpo de Felipe caído, saindo sangue é algo assustador, mas mesmo assim seus olhos continuam abertos, que agora me encaram.
Ele pede para não deixarem eu ver isso, mas eu não consigo.— Te amo Felipe, te amo, te amo. — só consigo dizer isso até me tirarem do local.
Rick e Nego seguiram para o hospital, me deixaram em casa enquanto Flávia e Fabrício (seu filho), Bella e Natan (seu filho) e Mari e Júlia (sua filha) me esperaram.
Não quero saber de papo nesse momento, subo para o nosso quarto, tranco a porta, coloco Dani na cama e desabo.
Um choro descontrolado. Nada pode acontecer com o Felipe, bem agora que estamos bem, e eu o amo tanto.
Tento chorar baixo mas é algo inevitável, alguns soluços saem copiosamente.
Meus olhos embaçam e sinto mãozinhas nos meus cabelos.— Mamãe. — eu a olho. — Não chola.
— Ah pequena, eu te amo tanto.
Deito com ela na tentativa de a fazer dormir novamente, mas acabamos dormindo novamente.
~
Acordo com beijinhos e uma risadinha ao meu lado.
— Acolda mamãe.
Abro os olhos e é incrível a semelhança dela com o pai, os olhos e o sorriso me impressionam.
— Quelo comer. Tô fominha.
Pego ela, destranco a porta, desço até a cozinha (aonde as meninas estão). Pergunto pelo Felipe. E peço para que elas olhem a Dani enquanto ela comem, assim que acabar pedi para que a levassem no quarto.
Subo novamente para a nossa suíte, tomo banho, arrumo alguns ternos de roupa para ele, para Dani e para mim.
Minhas olheiras dificilmente darei conta de disfarçar.As meninas me entregam a Dani, dizem que precisamos ir ao hospital.
Dou um banho rápido na nossa pititinha, a visto com um vestido roxo, um sapatinho preto e coloco uma tiara roxa.Pego nossos documentos e saímos rumo ao hospital.
Nego e Rick trocam com dois vapores e ficamos na recepção.
Dani logo quer brincar com os primos mas a proibo de fazer qualquer barulho.Ficamos longos minutos esperando e nada. Brian chega e tenta me fazer comer, mas é algo que não consigo de jeito nenhum.
~
Mas algum tempo se passou até finalmente o médico vir conversar conosco.
— Parentes do Felipe Venâncio.
— Mulher.
— Irmã.
— Então o paciente sofreu uma fratura perto do coração... — ele diz mas eu realmente não entendo nada.
— Dá pra traduzir? — Brian diz pegando Júlia no colo.
— Ele vai precisar de fazer um transplante de coração.
— Mas daí depois dessa cirurgia ele volta ao normal? — digo e Dani aninha ao meu pescoço enrolando mechas do meu cabelo.
— Sim, mas tem o período de repouso, que não é pouco.
— Caralho.
O doutor fica esperando alguém dizer algo e minhas forças acabam. Me sento abruptamente no sofá da recepção enquanto os outros ficam em silêncio absoluto.
Lágrimas começam a sair e começo a chorar baixinho.
— Eu irei doar. — a única coisa que consigo dizer.
O Doutor ainda fala mais algumas coisas, mas a verdade é que nada mais me importa.
— Se der certo mesmo, a cirurgia ocorrerá amanhã.
— Eu..eu posso vê-lo.
— Amanhã.
Apenas assinto e me calo, a única coisa que eu quero agora é nossa cama.
Resolvo ir embora, novamente corro para o quarto juntamente com Dani, ela senta na cama, fica calada mas parece entender que há algo errado. Ao lado dela coloco alguns bichinhos para não tenha perigo de cair. Ligo a tv, mas ela nem olha, assim que deito começo a chorar, a pequena se deita ao meu lado e fica me encarando.— Não esqueça de falar ao papai que eu os amei tanto. — digo e ela apenas assenti. — Eu amo vocês.
❤...❤
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A Sedutora e o Patrão - Trilogia Bandidagem: Livro 1
Ficção AdolescenteEla é sedutora, não se apega a ninguém, não sofre por amor e nem se apaixona. Ele é patrão, dono da rocinha, procura não se apaixonar, mas sabe dar o devido valor às mulheres. É cavalheiro, mas também pode ser traiçoeiro. O destino logo se encaminh...