Capítulo 32 | Ela

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"Quem foi que disse que dinheiro de traficante vem fácil.
Uns correm comigo outros querem meu fracasso.
Quer me fazer feliz? Deixa as mula passar.
Que hoje a city inteira vai virar
Quebrada de traficante,maconha de monte
Hoje nois ta no frevo, de nike e cyclone
As paty sente o cheiro, quer pagar de amante.
E os boy quer consumir."
3 Um Só (Quebrada de Traficante).

Acordei por volta das 1:30, não consegui dormi muito por causa da ansiedade.
Levanto e vou até a sacada, meus pensamentos vão logo pro meu passado, tudo que venho vivendo desde que virei dono daqui, cada invasão, cada sorriso, cada momento com a Flávia, cada baile, algumas mulheres, nomeando o Rick como sub, as festas, o primeiro roubo de cargas, o primeiro tiroteio, a primeira paixão, as fugas, os carros, tudo, até chegar a Maya... é, desde que ela entrou na minha vida, bagunçou literalmente, fudeu toda a minha mente, me fez perder a cabeça e me fez apaixonar por ela.
Balanço a cabeça na tentativa de me concentrar no meu dever de hoje, já tenho tudo em mente, é só passar as coordenadas pros caras.

Tomo um banho, escovo os dentes, visto uma roupa escura, calço um tênis qualquer, pego o radinho e desço pra cozinha.
Bebo água e percebo que Flávia tá sentada na porta da cozinha perdida em algo lá fora.
Chego até ela e a cutuco.

— Filho da mãe, mata de susto mesmo.

— Deve tá de tpm, que foi?

— Nada.

— Eu te conheço, fala. — ela nega. — Porra Flávia, é o Nego né?

— O Marcos não fez nada, não é nada com ele.

— O que é então?

— Estou tão preocupada contigo.

— Cara não precisa, nada vai dá errado. — limpo algumas lágrimas dela. — Não precisa chorar.

— Tu é a única pessoa que eu tenho, já pensou se algo acontecesse com você, eu não me perdoaria.

— Nada vai acontecer, eu não vou te deixar fiote.

— Eu queria tanto que eles estivessem aqui pra ver o que nóis dois viramos.

— Eles fazem muita falta mesmo. — ela me abraça e começamos a chorar um abraçado no outro.

— Agora vamos parar com isso.— Flávia limpa minhas lágrimas. — Eles estão aqui ó. — aponta pro meu coração. — E nós sempre vamos lembrar e amar eles.

— Sempre. — foi tudo o que eu consegui dizer naquele momento.

Ficamos mais alguns minutos abraçados até uma criatura chegar lá.

— Fala aí família. — o folgado chega.

— Que cê quer?

— Ai amor, larga de grosseria. — faz voz de gay.

— Larga de ser bicha cara, sai de perto.

— Agora maguou também. — eu ri. — E aí baixinha.

— Fala gigante.

— O que cêis tavam fazendo?

— Nada, larga de ser curioso parça.

— Bora? Já tem gente lá na boca.

— Pode pá, vamo.

— Tchau baixinha, até mais tarde.

— Tchau bonecão de Olinda. — ela ri e ele põe o dedo do meio pra ela. — Até.

— Flw, se cuida, qualquer coisa já sabe.

A Sedutora e o Patrão - Trilogia Bandidagem: Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora