O anão irritante

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    -Mas que diabos... – Acendi minhas chamas em minha mão direita.
Eu estava numa espécie de templo, haviam várias escritas antigas que, por sinal, eu não entendi nada. Tinha desenhos de uns cachorros em forma de humano e umas coisas loucas ai.
-Que lugar estranho. – Pisei num lugar que afundou. – Espero que não venha uma pedra gigante rolando até mim.
Pelo contrário, eu é quem saiu rolando por aí. O chão se inclinou e eu cai mais ainda.
Bati a cabeça em algo bem parecido com um túmulo. Bom, aquilo era um túmulo.
-Vai me dizer que agora vai sair uma múmia daqui? – Falei com raiva.
Algo começou a se levantar do túmulo.
-Fala sério... – Eu comecei a me afastar.
Um carinha muito baixinho, gordo e barbudo saiu lá de dentro.
-O que você está fazendo aqui!? – Sua voz era muito fina e ele segurava um chocalho.
-Anão? – Perguntei?
Ele saiu correndo até mim e chutou minha canela, me fazendo cair.
-Quem é o anão aqui? – Ele se sentiu o maioral.
Tentei chutá-lo, mas, ele foi mais rápido e desviou.
-Eu vou perguntar de novo! – Ele apontou seu chocalho para mim. – O que você está fazendo em meu templo?
-Seu templo? – Perguntei.
-Você não sabe quem sou eu? – Ele me olhou como se eu realmente soubesse.
-Não. – Falei seco.
-Eu sou Bes! O Deus da alegria! – Ele começou a chacoalhar como se eu realmente fosse rir.
-Isso era pra ser... uma piada? – Olhei para ele com cara de indignação.
-E o que você entende de Deuses, rapaz?
-Que você está mais para BESta! – Levantei e comecei a olhar para cima, procurando por uma saída.
-Escuta aqui, humano. – Ele estava voando na minha cara. – É por causa de vocês, seres humanos, que nós, Deuses, estamos diferentes.
-Que Deus o que! – Ignorei ele. – Acho que você ficou loucão aqui em baixo.
-Eu nunca desejei mal á ninguém, sempre estive fazendo as pessoas rirem e, mesmo assim, vocês me esqueceram. – Ele abaixou a cabeça. – Por isso estou aqui, enterrado num deserto à mais de mil anos!
-Existem muitos Deuses. – Falei. – Porque eles iriam querer lembrar de um anão gordinho e irritante como você? – Perguntei.
-Porque eles iriam querer um Despertante como você? – Ele me olhou seriamente.
-Como... – Fiquei assustado.
-Sou um Deus garoto. – Ele começou a chacoalhar seu brinquedo. – Sei de tudo que está acontecendo lá fora.
-E porque você está aqui? – Perguntei.
-Já disse! Todos os Deuses mudaram. Não são mais como eram.
-Mudaram como? – Perguntei.
-Desistiram de vocês, humanos. – Muitos estão vivendo em topos de montanha, onde sabem que ninguém vai chegar lá, outros estão se escondendo em florestas ou algo do tipo.
-Mas por que?

    -Porque os humanos estão acabando com o mundo que demos duro para criar.
-Olha... – Eu fiquei sério. – Sei que muita gente é ruim nesse mundo. Sei que ninguém faz coisas boas o tempo todo. Sei que esquecemos dos Deuses em nosso dia a dia, mas, é por causa desse fato e pelos outros que nós não deixamos de ser humanos! Vocês são Deuses, criaturas perfeitas, nós, seres humanos, nós erramos.
-Tá mas... – Ele estava sem palavras.
-E tem mais. – Comentei. – Sempre existe pessoas boas no mundo, mas, vocês só procuram ver o lado ruim da coisa.
-Eu já cansei de você! – O anão estava bravo. – Volte para seu mundo!
-Olha, se eu soubesse o caminho eu já teria ido. – Comentei.
Ele levantou a mão e estalou os dedos. Em um segundo, eu estava deitado na superfície, comendo areia.
-Greed! – Luna chegou desesperada até mim.
-Areia é muito ruim, não provem. – Falei.
-Idiota! – Luke começou a me esmagar com seus pés. – Como você consegue se afundar na areia?
-Vai saber? – Disse.
Não tinha motivos para falar o que aconteceu, até porque ninguém acreditaria que eu estava com um Deus.
***************No templo***************
-Fazia tanto tempo que eu não falava com um humano que eu acabei esquecendo o porquê de nós protegermos eles. – O anão falou para ele mesmo. – Eles nunca desistem de suas ambições.

   

As aventuras de Greed: O despertarOnde histórias criam vida. Descubra agora