Capítulo 28

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Mateus

Eu sei que a Mari tá mal! Eu também tô! O pai dela me falou que ela tá triste e eu tô mais ainda!

Morrendo de saudades da minha pequena, mas eu tinha que fingir que não lembrava do aniversário dela, e também tava preparando minha surpresa.
Quando eu falei sobre a surpresa pro pai dela, achei que ele iria me fuzilar com os olhos, mas depois ele aceitou e tá me ajudando.

Mandei uma mensagem pra Mari dizendo que tava indo lá. Ela nem me respondeu, mas o pai dela me falou que já acordou e tava terminando de arrumar a mala.

Eles não vão viajar! Quem vai sou eu e a Mari!

Já resolvi tudo, com meus pais e os pais da Mari, até a Ju sabe, e ta ajudando!

Paro o carro na frente da casa dela, saio e toco a campanhia.

- Bom dia, Mateus! - A mãe da Mari fala.

- Bom dia, dona Heloísa! Cadê a Mari?- Pergunto e ela aponta a escada com a cabeça.

Indo em direção ao quarto. Vejo o pai da Mari, na cozinha.

- Bom dia, seu Henrique! -Digo me aproximando.

- Deixei você viajar com minha filha! Entendo que você queira fazer uma surpresa! Mas preste atenção numa coisa, se minha filha disser "não", é não! Se ela não quiser nada, você não vai nem questioná-lá! -Ele diz sério.

- Sim, seu Henrique! Eu não fiz essa surpresa pra ela dormir comigo! O mais importante é o lugar! - Digo e ele assente com a cabeça.

Subo pro quarto da Mari.
A porta está entreaberta e antes de entrar, eu a observo.

Ela tá guardando algumas coisas na mala, chorando. Ela tá chorando! Sinto meu coração se apertar.

Bato na porta e a chamo. A vejo correr pro banheiro e depois vem abrir.

A abraço forte, mas sem machucá-lá. Ela hesita mas depois me abraça na mesma intensidade. Sorrio.

- Eu estava morrendo de saudades de você! - Digo e distribuo beijos na boca, bochecha e pescoço dela. Ela sorri, depois me olha triste. E de novo meu coração se aperta!

- Eu também! - Diz e se senta na cama.

- Vamos almoçar com meus pais hoje? Já que você só vai viajar mais tarde...

- Ok! Vou tomar um banho! - Diz e vai pro banheiro.

Desço e aviso a mãe da Mari que ela foi pro banheiro, e dona Heloísa sobe.

Ela vai lá pra montar a mochila da Mari... Aquela história da mala foi apenas pra ela arrumar as roupas, e a mãe dela vai pegar algumas daquelas coisas, mas necessárias pra passarmos o dia.

Logo ela desce e eu coloco na mochila no carro.

Volto e a Mari tá na sala.

- Onde você tava? - Ela pergunta se virando pra mim.

- Tava te esperando lá no carro!

- Tá! Xau pai, xau mãe!- Ela diz e a mãe dela me olha.

Aceno pros pais dela e saio.

Até os pais dela perceberam que ela meia seca comigo. A Mari é muito intensa, tudo nela é em excesso, tanto o amor quanto o desprezo.

Começo a dirigir em direção ao nosso destino. E o celular dela toca. "Obrigada, amiga!"... Tenho certeza que é a Ju, e que ela deu os parabéns! A Mari olha pra mim como se fosse me dá uns tapas.

Logo ela desliga, e começa a observar por onde nós estamos indo.

- Esse aqui não é o caminho da sua casa!

- E quem disse que nós vamos pra minha casa?

- Você disse! - Ela fala e me olha.

- Eu disse que nós íamos almoçar com meus pais! - Digo e ela se cala.

Dirijo por mais alguns minutos e depois eu paro o carro.

- Porque parou ? Aqui não tem nada! Uma pista deserta!- Ela diz olhando ao redor.

- Põe isso! - Digo e estico uma venda. Ela me olha sem entender.

- Pra que isso?

- Pra você não ver!- Digo como se fosse óbvio.

- E pra onde você vai me levar?

- Isso, já não te interessa!- Digo e ela me olha. Pega a venda da minha mão e coloca no rosto. Dou uma ajeitada só pra conferir.

...

Ela foi o caminho todo calada. Passamos horas na estrada. Só paramos pra comer e ir no banheiro do posto. E eu só tirei a venda dela pra ela ir ao banheiro.

Já estava quase no final da tarde. E chegamos ao nosso destino. Meus pais tem uma casa de praia, e eu costumo ir com bastante frequência.
São casas, uma afastada da outra, tem umas pedras enormes e umas montanhas que do topo, dão uma ótima visão de tudo.

E eu trouxe a Mari pra cá, porque é o lugar que eu mais amo.

A tiro do carro e a venda do rosto dela. Ela abre os olhos com um pouco de difilcudade e depois arregala os olhos, observando todo o lugar.

A Mari ama praia, assim como eu. E claro que eu a traria pra cá, principalmente hoje, no aniversário dela.

- Aqui é lindo!- Ela fala depois de alguns instantes observando o local.

- Aqui é o meu lugar favorito!

- Porque você me trouxe pra cá?- Ela me pergunta. Eu sei o que ela quer que eu responda!

- Deu vontade! - Digo e ela me olha. - Você acha que eu ia esquecer do seu aniversário?

Caminho até ela e colo nossos corpos. Uma lágrima cai dos olhos dela e eu enxugo com o polegar.

- Você ficou tão distante de mim essa semana! E você nem falou nada sobre meu aniversário! Eu fiquei tão triste! - Diz fazendo cara de choro. E eu a abraço mais.

- Eu tava pensando em algo tão especial quanto você! Ficar longe de você foi a coisa mais difícil e torturante que existe! E eu também fiquei meio apreensivo, pra você não me falar sobre teu aniversário! - Digo e ela sorri.

Ela passa os braços ao meu redor e eu selo os nossos lábios. Tava com tantas saudades.

Tiramos as coisas do carro e eu coloquei dentro da casa, enquanto a Mari ficava observando tudo.

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