Capítulo 37

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Mariana

- Mari... Era pra eu ter menstruado essa semana! E-e você sabe, eu nunca atrasei! - Ela falou, bastante preocupada.

- Julianaaa! Vocês transaram sem a camisinha?

- Fala baixo, Mari! - Ela diz e coloca a mão no rosto. - Uma vez! No banheiro! O clima tava tão bom que... Esquecemos!

Coço a cabeça, num gesto de preocupação e desespero.

- Já fez o teste de farmácia?

- Não tive coragem!

- Quando eu voltar, trago uns três! E você faz!- Digo e ela assente com a cabeça. - Você vai falar com o Gustavo?

- Não! - Ela responde e me olha.

- Porque não? O Gustavo é responsável o suficiente, pra te ajudar nessa situação! Se você estiver realmente grávida, ele tem o direito de saber, e te ajudar! Ele é o pai, Juliana! O que está acontecendo com você? Sempre foi tão forte, e destemida...

- Eu tenho 17 anos, Mari! Eu não me imagino, com uma criança nos braços! - Ela diz, quase sussurando e as lágrimas descem pelo rosto dela. Sinto meus olhos lagrimejarem. - Imagina, se vêm gêmeos?

A abraço forte, e ela retribui na mesma intensidade. Ela soluça, e as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

- Eu te ajudo, Juliana! E o Gustavo também! Com certeza ele não te deixaria na mão!

- Mas, os momentos mais difíceis sobra para mãe, Mari! - Ela fala baixinho, com a cabeça apoiada no meu ombro.

- E os mais lindos também! - Digo e ela me olha.

- Nesse momento, eu sinto medo! A reação da minha mãe, quando descobrir... Meu Deus!- Ela diz e passa as mãos pelos cabelos ruivos.

- Têm seu pai, ele... - Ela me interrompe.

- Meu pai não têm voz firme, Mari! Se minha mãe quiser me matar, ele não vai poder fazer nada! - Ela chora descontroladamente.

- Eu vou ficar aqui com você, eu desmarco com o Mateus, e ...

- Não! - Ela me interrompe. - Você tem que me trazer os testes! Eu preciso saber!

- Tá bom! Converso com o Mateus, compro e venho! - Digo e dou um beijo na testa dela. - Prometo vim logo! Fica bem!

Ela deita e eu saio do quarto.

- Beijo tia, beijo tio! - Digo passando pela sala, onde os dois estão vendo TV!

- Beijo! - Falam em uníssono.

Ando pela calçada, e um carro anda devargar ao meu lado.

Apresso o passo e o vidro abaixa.

- Oi Mari, sou eu! - Paro e o olho.

- Faz isso não, Enzo! Pensei que era um tarado! - Digo séria, com um tom brincalhão, e ele gargalha.

- Pra onde tá indo? Posso te dá uma carona? Vai que apareça um tarado?! - Fala sorrindo.

- Tô indo na praia, encontrar meu namorado! - Digo e sorrio sem mostrar os dentes.

- Você o perdoou? Que bom! Entra! Eu te levo!

Penso um pouquinho e entro! Vai que apareça um tarado, mesmo?
E de carro é mais rápido! Preciso voltar logo! A Juliana têm que fazer os testes!

- Vou conversar com o Mateus, agora! - Digo o respondendo. - Você não tem namorada?

- Tenho não! Sou muito romântico, ao ponto de querer namorar, com a garota certa, sabe?! - Ele diz sorrindo, feito bobo.

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