Capítulo 53

375 40 9
                                    

Mariana

Sigo o seu Heitor pelo corredor da casa dele.

Viemos conversando, ele me falou sobre a adolescência e a época de colégio.

Pessoa mais humorada do que o meu sogro, não existe!

Ele abre a porta do quarto dele e me dá passagem. Vejo a dona Helena assistindo tv, e o Mateus dormindo com a cabeça no colo dela.

Ela me olha e sorri. Me chama com a mão, e eu vou até ela.
Ela está um pouco abatida!

- Já estava com saudades de você! - Diz me abraçando forte.

- Também estava! Você está bem? Tá com uma carinha nada boa!

Ela sorri.

E me explica tudo sobre. Fico um pouco chocada, por ela passar por sessões de quimioterapia, de uma forma calma. É algo tão delicado.
Sei que é uma doença que merece toda a atenção, e apoio dos demais, porém, vindo do Mateus, seria exagero!

O seu Heitor observa nossa conversa sério, perto da janela.

A abraço, e ela retribui.

- Torço por você e sei que logo, logo, não vai mais ter nada aí! - Falo baixinho no ouvido dela.

Ela sorri e me dá vários beijos.

- Minha norinha linda!

- Espero, que não tenha uma norinha feia! - Brinco e ela dá uma risada, um pouco alta, que faz o Mateus acordar.

Ele me vê e sorri.

- Amor!

- Amor, nada! Voltou pra casa, e me deixou de lado! Não lembrou de mim, nem pra me mandar uma mensagem! - Digo, e faço uma careta. Ele revira os olhos, e vêm até mim.

- Para de coisa, Mariana! Não sabia que você já tinha pego o celular de volta! - Ele me dá um selinho rápido. E sussurra um " me desculpa ".

Não o avisei que pedir o celular ao meu pai.

- Tem problema de você jantar conosco, Mari? - Meu sogro pergunta.

- Não! Avisei a minha mãe que estou aqui!

- Então, vamos descer, vou preparar algo pra nós almoçamos! - Dona Helena fala empolgada.

- Mãe!

- Nem começa, Mateus! Vai ser uma comidinha simples! Estou doente, não morta!

Sorrimos.

Fomos pra cozinha e eu ajudei a minha sogra a preparar um arroz branco com peito de frango.
Ela nem precisou fazer muito esforço, colocou o arroz numa panela, no fogo, e o frango numa fritadeira elétrica.

Almoçamos com um papo bastante animado, mas logo depois, dona Helena foi pro quarto descansar, com o marido!

- Mesmo sabendo que ela está quase curada, você não está bem, né? - Pergunto enquanto caminhamos até o jardim.

Sentamos numa cadeira grande e ele me abraça.

- Não vou ficar bem, sabendo que a doença pode voltar, e crescer, comprometendo todos os órgãos dela!

- Mas, isso não vai acontecer!

- Não vai! - Ele diz firme. - E você minha gordinha?

Ele fica de frente pra mim, me olhando, com um sorriso safado e lindo, no rosto.
Bufo, revirando os olhos.

Dois Corações Onde histórias criam vida. Descubra agora