Grávida de um Super Star

Capítulo VIII

  Contei tudo à Rachel quando cheguei em casa.

- Não, espera aí! O que está acontecendo? - Rachel estava tão em choque quanto eu.

- Agora tudo faz sentido!

- Como assim?

- Na noite da boate, depois que você e aquele homem foram para outro lugar, eu fiquei zonza e depois disso, eu não lembro de mais nada! Eu devo ter sido drogada por alguém! - digo colocando minhas mãos sobre a cabeça.

- Isa, se isso for realmente verdade, você meio que foi estuprada por qualquer um! Mas quem é esse alguém?

- Ela falou sobre um tal ídolo dela! Mas quem será? Eu perguntei quem era mas ela não disse. Imagina se isso sai em rede nacional?

- O teste!

- Quê?

- Sim, o teste! Eu vou no hospital agora buscar o seu teste de gravidez! - ela dizia.

- Eu também vou!

- É melhor você ficar, quem sabe ela não liga para você?

- Pode ser, mas vai rápido, por favor! - digo e ela sai.

  Eu não sabia o que fazer, apenas deitei no sofá. Eram tantos pensamentos na minha cabeça que eu não conseguia pensar direito, na verdade, eu não conseguia fazer mais nada.

...

  Depois de um tempo Rachel chegou.

- Ela ligou? - diz se sentando.

- Não. Mas e aí? Você viu o resultado?

- Não.

- Então deixa eu ver.

- Não.

- Como assim?

- O teste não está mais lá. Como nós não pegamos naquele dia, eles nos enviaram pelo correio, mas agora eles não sabem quando chega.

- Eu não acredito que isso está acontecendo comigo! - digo.

  O telefone toca.

- É, ela! - dizemos juntas.

... Alô!...
... Senhorita, White! Tem algo para você na portaria, chegou já tem algum tempo, mas o porteiro da tarde havia esquecido de te entregar!...
... Obrigada!...

  Era o porteiro.

- Tem algo para mim na portaria. Eu já volto, Rachel!

  Fui até a portaria. O porteiro me entregou um envelope sem nada escrito e disse que havia chegado no dia anterior.

- O que era? - diz Rachel desanimada.

- Um envelope. - abri o envelope pardo e dentro havia outro com o nome do hospital onde eu fiz o teste. - Eu... Eu não sei se quero abrir.

- Abre logo, Isabela!

  Eu abri. Meus olhos percorreram por todas as palavras sem importância, até que uma delas fez com que meus olhos parassem.

- E então?

- É... Positivo!

- O quê? - Rachel solta um grito.

  Eu me sento, já não tinha forças nos meus pés. Eu queria chorar.

- Isa, amanhã nós vamos na boate e descobrir o que aconteceu e com quem você ficou. Agora é melhor a gente ir dormir.

  Era tão surreal. Aquilo parecia um filme. Eu estava grávida. Não que eu não quisesse ficar grávida, mas não era o momento ideal, eu nem tinha planejado isso. Como eu iria criar uma criança? Como isso pode acontecer? Eu sempre me cuidei! E agora? O que acontecerá? A minha carreira, a minha vida... Eu custo cuidar de mim, como vou cuidar de dois? Não adianta chorar pelo leite derramado, a única solução é assumir... Eu não tenho o direito de tirar a vida de alguém... E esse alguém está dentro de mim. Após esses milhares de pensamentos, acabei dormindo.

...

  Após o trabalho, Rachel e eu estávamos à caminho da boate onde fomos há uma semana.

- Será que vão nos atender? - digo.

- Eles devem nos atender! - diz batendo no portão.

  Uma mulher abre.

- Olá, o que gostariam? - disse desconfiada.

- Eu sou a Isabela e essa é a Rachel! É algo muito particular, será que poderíamos conversar num lugar mais reservado, por favor?

- Entrem!

  Ela nos levou à uma sala pequena, com uma mesa de escritório, uma penteadeira de maquiagens e várias estantes.

- Sentem-se! Eu sou a Jane! - disse estendendo a mão em direção à duas cadeiras - Em que eu posso ajudá-las?

  Respirei fundo. E contei a minha história.

- Olha, eu tenho que ver se os seguranças não apagaram os vídeos! Me acompanhem, por favor!
  Quando chegamos à uma porta com uma placa escrito: "Segurança", ela parou.

- Independentemente do que virem nas câmeras, vocês devem me prometer que em momento algum vão deixar que exponham o nome da minha boate.

- Eu prometo, de verdade! - digo, sendo sincera.

- Entrem!

  Era uma sala escura cheia de monitores das câmeras. Ela sentou-se e começou a teclar.

- Vocês tem certeza que foi nesta data?

- Sim! - dissemos juntas.

- E o horário? - falou mostrando uma tela cheia de horários.

- Nós chegamos mais ou menos neste daqui, não é, Isa?

- Sim.

  Ela começou a mostrar o vídeo, e víamos apenas pessoas desconhecidas dançando, bebendo, beijando. Não havia nada que nos interessasse.

- Espera! Essas daqui são vocês, não são? - disse, por sorte as câmeras eram adaptadas para o escuro.

- Sim.

- Vamos ver. Agora vocês vão para... - ela digita algo e muda de câmera - O bar. Pegam as bebidas. Epa, epa, epa! Olha isso daqui!

  Ela volta o vídeo e eu me vejo juntamente com Rachel, estava tudo normal, até que a moça pausa o vídeo.

- Veja isso! - ela aponta para um homem colocando algo na minha bebida.

- Foi por isso que eu não me lembro de nada! - digo.

- Provavelmente isso é alguma droga para você "se soltar".

- Por favor, continue. - diz Rachel observando a tela.

  Vimos Rachel saindo com o homem e eu ficando sozinha e dançando. Agora eu saberia o que realmente aconteceu.
  Eu sento numa poltrona perto da pista de dança. De repente, começo a dançar, dançar muito, até que surge um homem que fica frente à frente comigo, nós dançamos juntos, ele diz algo ao meu ouvido, logo depois saímos de cena.

- Eu não estou achando vocês dois. Você realmente não se lembra do que aconteceu? - disse Jane.

- Não.

- Não tem mais nenhum lugar com câmera? - diz Rachel apreensiva.

- Na verdade tem, mais um. Só que ele teria que ser VIP para entrar.

- Com certeza o homem do vídeo não é VIP, mas vamos ver, né? - disse Rachel.

- Espera! - digo - Que tipo de quarto é esse?

  Ela não respondeu. Apenas se virou e clicou no play.
  Nada. Só havia um quarto gigante, com uma cama de casal - gigante também, havia uma banheira de hidromassagem e uma mesa com champagne e... Preservativos? Ai meu Deus! No que eu tinha me metido?

- Aqui! - eu me vejo junto com o homem que até agora não deu para ver o rosto.
  Nos beijamos e deitamos na cama. Ele tira a minha blusa e aí eu vejo o seu rosto. Ele é nada menos que...

- Pausa o vídeo, por favor!
  Digo com lágrimas nos olhos.