Capítulo XVI

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   E lá estava eu no meio de um banho, trancada no meu próprio quarto, não acreditando no que acabara de acontecer. A cena me veio novamente à cabeça:

Eu já ia guardar o manual da Rachel quando do nada eu percebi algo.

DICA 8: JAMAIS tome chá de canela, eles são abortivos.

Eu não acreditava no que eu acabara de ler, por pouco eu não perco meu bebê! E tudo isso por cauda de um simples chá. Será que a Rachel estava enganda? Porque a Hanna disse que eles eram ótimos para grávidas, por isso decidi pesquisar na internet e confirmei que a errada da história era a Hanna, chá de canela é realmente abortivo. Que confusão!

***
  Neste momento estava na cozinha almoçando enquanto a Margot fazia massa de bolo.
- Margot, o que você sabe sobre chá de canela?
- Que são bastante deliciosos.
- Eu estou falando para grávidas!
- Meu Jesus Cristinho, jamais diga isso, chá de canela é extremamente abortivo, você quer perder seu bebê, Isabela?
- Entendi.
Será que a Hanna tinha se enganado? O melhor a se fazer era confirmar com ela depois.
- Por que a pergunta?
- Por nada não.
- Fala logo, menina! - disse com a maior de cara de sem paciência, mas eu não podia dizer o motivo real da pergunta, não agora
- É porque como eu sou super inexperiente no assunto, minha amiga fez uma lista com dicas e lá falava sobre o chá de canela.
- Jamais, tome um desses, viu?
- Pode deixar!
- Isabela? Mais tarde eu te levo para conhecer o pessoal, é que no momento estamos só eu e uma jararaca.
- Jararaca? Como assim?
- O nome dela é Hanna, tem cara de anjo e coração do mal.
- Eu a conheci mais cedo, ela me apresentou a casa.
- Cuidado com ela, digamos que ela seja uma pessoa que é capaz de tudo para conseguir o que quer.
- Tudo bem, vou tomar cuidado sim. Quer ajuda com a louça?
- Olha que eu acabo aceitando, menina! Pode ir, vai assistir televisão, a sala é no final do corredor à esquerda e depois à direita.
- Okay, então.
***
  A sala de cinema era literalmente uma sala de cinema, era tão estranho assistir um filme sozinha naquele tamanho de tela. O escurinho era tão bom que acabei cochilando.
  Acordei com meu celular vibrando, era uma mensagem de operadora. Decidi ir conversar com a Hanna e por sorte ela estava passando no corredor.
- Hanna, espere um pouco. Posso falar com você? - digo alcançando-a.
- Precisa de algo?
- Eu queria agradecer pelo chá que você me fez mais cedo, foi um gesto adorável!
- Que isso, foi super simples, é que eu gostei muito de você! Você quer que eu faça outro?
- Sim, por favor. Se não for te atrapalhar!
- Claro que não, vamos até a cozinha.
  Ela estava caindo no meu plano direitinho, se ela estivesse agindo com má fé ou se realmente tivesse se enganado eu saberia agora.
- Você falou que ele é bom para grávidas mas não disse em que.
- Eu não sei exatamente, mas que esse chá será ótimo para sua gravidez isso é verdade!
Neste exato momento a Margot entra.
- Chá de quê vai ser bom para a gravidez dela?
- De canela! - digo o mais rápido possível
- Mas... - nesse momento levanto uma das sobrancelhas e Margot entende meu sinal
- A Hanna fez um chá de canela mais cedo para mim, só que eu enjoei e não deu para eu tomar, ela dise que vai ser ótimo para mim. - digo enquanto a Hanna está sem reação.
- Ela não quis dizer isso, não é mesmo?
- N-não...
- Ela quis dizer que vai ser ótimo para ela se você perder o bebê.
- Quem você pensa que é para me acusar, sua gorda! - diz Hanna gritando - Eu me enganei, todo mundo erra!
- Você abaixa o tom para falar comigo, sua Jararaca! E você sabia sim sobre o chá porque a Lucy que trabalhava aqui antes tomou chá de canela para abortar!

   Eu estorei. Quem aquela garota pensava que era?

- Sua... - e dei um tapa em seu rosto - Quem você pensa que é? O que eu te fiz para você querer matar meu bebê? Você é louca!

E ela veio com tudo para cima de mim me jogando no chão e me estapeando.

- Seguranças! Seguranças! Corram aqui! Rápido!

Margot e os seguranças conseguiram nos separar.

- Eu te odeio, sua golpista! - esperneava Hanna babando de raiva.

- Você é louca!
- Leva cada uma para o seu quarto, James! - dizia Margot - Elas têm que se acalmarem.
- Quando o senhor Calle chegar ele saberá o que fazer com as duas. Seguranças, levem-nas daqui imediatamente!
  Fui praticamente jogada dentro do quarto e ainda por cima me trancaram, ou seja, não tinha como sair.
  Resolvi tomar um banho para aliviar o stresse, que tipo de garota era aquela? Garota não, porque ela devia ter uns 23 anos. Por qual razão ela queria matar meu bebê? Meu bebê... Que estranho dizer isso, há alguns dias atrás era super estranho a ideia de saber de uma gravidez e agora eu já até falava "meu bebê".
  Voltei à realidade e saí do banho por causa de um estrondo na porta do banheiro, na verdade era só o segurança fazendo toc toc toc.

- O senhor Calle e o senhor Bane estão convocando sua presença no escritório em cinco minutos.

  Por sorte tinha deixado uma roupa limpa ao lado da torneira da pia. Me vesti o mais rápido possível.

- Rápido! - disse o segurança.

- Estou indo! - digo tirando o excesso de água do meu cabelo com a toalha.

  Segui os passos do segurança por aqueles enormes corredores até que cheguei em uma porta dupla que revelava um escritório moderno e clean. Estavam o empresário Bane, o Calle e a louca da Hanna.

- Sentem-se as duas, por favor! - disse Bane com uma expressão séria.

- Quem gostaria de começar a falar?

   Olhei para Hanna que estava com a cabeça baixa.

- Eu! Eu gostaria de falar o que realmente aconteceu.

Grávida de um Super StarOnde histórias criam vida. Descubra agora