Capítulo XXXIII

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   A visita era a Alexis. Ela era alta, magra, loira, era linda.

- Quem é você? - ela diz apontando para minha barriga.

  E na hora o Calle vê a cena e vai até ela colocando a mão em seus ombros.

- Ela é... Ela é minha prima! Isso minha prima! - ele diz gaguejando e tirando-na dali.

  Eu sabia que ele tinha feito o certo mas tinha sido doído ouvir aquilo.

- Sabe quem era a tal visita? - digo para a Margot que estava colocando lasanha em meu prato.

- Quem?

- Alexis. - e expliquei toda a história.

- Nossa, menina, sua vida é tão complicada que a minha pode ser considerada mil e uma maravilhas!

- Margot, coloque mais um prato, por favor. Temos visita essa noite. - o Bane entra na companhia da Alexis e do Calle.

  "Era só o que me faltava". Pensei.

- Alexis, conta para a Isabela o quanto você é viajada! - Bane diz provocando.

- O que você é do Bryan mesmo? - ela diz.

- Prima. - digo olhando para o Calle.

- A White também é bastante viajada, não é mesmo? - Calle diz.

- Mas a visita é a Alexis, Bryan.

- Me diga, Isa... Isabela seu nome, não é? O que você faz da vida?

- Sou escritora. Sim, Isabela White.

- Engraçado, eu nunca ouvi falar de você.

   Alexis era o tipo de mulher que se achava o centro do universo e que só sabia falar sobre ela mesma, o que ela tem e o quanto a sua última viagem para Milão foi maravilhosa.

- Pode repetir a pergunta, por favor? - digo.

- É que eu nunca ouvi falar de você. - ela ri.

- Com certeza você nunca ouviu mesmo. É que o meu nome não costuma aparecer em revistas de fofocas. É só isso que você lê, não é mesmo? - digo dando um sorriso debochado.
 
  Quando disse isso, o Calle quase cuspiu a comida que estava mastigando.

- Engraçada você! - ela ri falsamente.

- Alexis, conta da sua última viagem para a Isabela, aquela que vocês ficaram juntos.

  E no mesmo instante meu olhar e o do Calle se cruzaram.

- Foi ótimo, deve ter uns seis meses, não é? Ficamos em um resort e o Bryan estava todo romântico!

  E ela ficou lá contando os detalhes da viagem.

- Já chega, não é? Precisamos terminar de assinar aqueles papéis. - diz Calle.

  E o jantar acabou-se com meus pensamentos mais confusos do que tudo. Enquanto eu ajudava a Margot a lavar as louças fiquei pensando em como o Bane era cruel.

- Menina, entra no quarto do patrãozinho e pega uma bandeja com frutas que eu deixei em cima da mesa, por favor.

  Quando abri a porta do quarto dele vi a cena: Calle deitado na cama, Alexis por cima e eles se beijando. Resolvi não dizer nada, apenas sair mas acabei deixando meu celular cair no chão e os dois me viram.
   Saí o mais rápido que pude, quase correndo com o Calle gritando atrás de mim. Entrei no meu quarto e tranquei a porta, eu só queria ir embora dessa casa e voltar para Nova Iorc. Deitei em minha cama enquanto inúmeras lágrimas escorriam, eu não sabia se sentia tristeza, raiva... Era uma mistura de sentimentos que eu tinha por ele. E dessa vez era real. Eu iria esquecê-lo, não importava o preço, eu ia para de gostar do Bryan Calle.

°°°°°°°°

  No dia seguinte eu tinha decidido (no banho) que dessa vez eu não ficaria socada no quarto como das outras vezes, eu iria me superar.
  Tomei um banho demorado, lavei meu cabelo e sequei, passei corretivo, rímel e batom (cor de boca) coloquei uma calça legging, uma camisa jeans de manga longa e passei perfume. Naquela hora eu tinha decidido voltar a ser a verdadeira Isabela White, uma mulher bem sucedida, que está sempre bem vestida, que não deixa que os outros lhe pisem. Essa era eu e era o que eu seria a partir de hoje.

- Bom dia, Margot! - digo sorrindo - Hoje eu acordei com tanta fome!

- Uau, que bom humor! O que aconteceu? - ela diz se juntando a mim para comer misto quente.

- Eu percebi que eu não sou essa pessoa que eu fui durante estes meses, eu sou uma mulher alto astral que não se abala com o vacilo dos outros. - digo dando uma mordida.

- Mas menina, o patrãozinho...

- Não! Não quero saber dele! Eu só quero aproveitar o momento que me resta com você e que logo o Henrique virá.

- Se você diz...

°°°°°°°°

   Eu tinha procurado pela Hanna na casa inteira.

- Que bom que te achei! - digo para ela.

- O que foi? - ela diz enquanto limpava a janela.

- Você tinga razão.

  Ela se engasga.

- O que disse?

- Que você tinha razão. O Calle não gosta de ninguém, ele apenas ilude e usa os outros.

- Eu te falei mas você não ouviu. que bom que se deu conta! - ela diz com um sorriso sincero nos lábios.

   Por mais que a Hanna tivesse feito coisas terríveis, eu não tinha mágoa dela e sobre o que ela tinha dito do Calle, ela sempre teve razão.
  Enquanto eu lia um livro meu na sala, fui interrompida por Bryan Calle.

- White, será que podemos conversar? - ele diz sentando ao meu lado.

- Claro que sim! - decidi que agiria como se nada tivesse acontecido.

- Sobre ontem eu juro que eu não sabia que ela viria, e o que você viu no meu quarto ela que me agarrou. Eu juro para você!

- Olha, Bryan Calle, não precisa mentir, está bem? Eu te perdôo.

- Mas eu não fiz nada!

- É claro que não! Eu quem fiz tudo errado. Eu fui naquela maldita boate, eu aceitei ter vindo para cá, eu te beijei, eu me declarei para você, eu me apaixonei por você! Esse foi o erro. A única coisa boa que teve nisso tudo foi o meu filho. Porque de resto, você só me fez sofrer.

- Mas White...

- Mas nada, eu sei que a casa é sua mas não converse comigo, nunca mais. - e saí.

  E saí tentando agir como se eu o tivesse superado.

 

Grávida de um Super StarOnde histórias criam vida. Descubra agora