Grávida de um Super Star

Capítulo XXVII

   Com sete meses de gravidez muita coisa já havia acontecido comigo durante minha gestação. Mas essa, essa foi uma das piores.
   E lá estava eu sentada na mesa que colocaram em meu quarto tomando um copo de água com açúcar que a Margot me dera.

" Hoje eu estou fazendo sete meses. Pensei. Meu pequeno Henrique logo, logo chegará. Fui para a sala de jantar tomar iogurte pela manhã quando Calle e o seu empresário entram batendo os pés.

- Eu não acredito no que você fez! Você achou mesmo que nunca descobriríamos isso? - Bane grita comigo.

- O que está acontecendo aqui? - digo apavorada.

- Não se finja de boba, garota!

  Eu olhava para o Calle buscando uma explicação mas ele estava sentado no chão com a cabeça entre as mãos.

- Mas eu não sei de nada.

- Então olhe por si mesma! - e me entregou um papel.

  Era um extrato bancário de transferência para minha conta. NA MINHA CONTA?!

- Mas isso é mais de 100 mil! Mas como assim? Esse dinheiro vem da conta do Calle!

- Agora se lembrou então? Eu esperava tudo de você, menos isso! Transferir mais de 100 mil para sua conta e achar que ninguém descobriria.

- E-eu juro! Eu nunca faria isso, e também eu não preciso roubar de ninguém! - o pavor estava me consumindo.

- Senhorita White, como não podemos quebrar o contrato, você está proibida de sair do seu quarto, e a Margot irá levar suas refeições diárias. Irá sair somente para ir ao médico, e se precisar de algo peça para o motorista.

- Mas...

- Levem-na daqui! - e fui arrastada pelos braços.
 
  Calle me encarava com um olhar frio e sem reação. Eu queria poder dizer que nunca faria isso mas sei que seria inútil.

- Isabela! - a Margot entra com um copo d'agua com açúcar.

- Margot! Eu não fiz isso! - digo chorando.

- Eu sei que não! - e me entregou o copo - Eu te conheço o suficiente para saber que não foi você quem transferiu o dinheiro.

- Obrigada por acreditar em mim! - tento sorrir.

- Mas se não foi você, alguém fez isso! - Margot diz super desconfiada.

- Mas quem?"

  E voltei à realidade com a Margot me cutucando.

- Menina eu vou descobrir quem fez isso com você! Primeiro temos que pensar em quem gostaria de te prejudicar.

- Tem a Hanna mas ela pega mais pesado, então ela não.

- Todo mundo é suspeito mas também acho que ela não.

- Já sei! Talvez isso tenha ligação, escuta só. - digo - Quando a minha mãe veio, ela disse que um rapaz havia lhe contado sobre minha gravidez e logo depois aparece essa transferência para a minha conta. Certeza que a pessoa quem fez isso sabe dos meus problemas com minha família, do Calle, da gravidez e tudo mais.

- Sim, é uma pista! - Margot anota tudo numa caderneta - Pista dois: 90% que seja homem.

- Aonde você arrumou essa caderneta? E qual a pista um?

- Do meu bolso, oras! A pista um é que a pessoa te conhece bastante porque arrumou o número da sua conta. Mas vamos ao que interessa, como você não pode sair daqui eu vou até o banco saber sobre isso e te aviso caso eu descubra algo. Fica com o celular perto!

- Está bem, obrigada de verdade! - sorrio para ela.

- Não venha com sentimentalismo, menina! - diz retribuindo o sorriso.

°°°°°°

   E lá estava eu na sacada do quarto olhando para o jardim e pensando em como tudo acontecia de uma vez na minha vida. Será que a Margot havia descoberto algo? Apesar de meus pais serem durões, eles sempre me deram do bom e do melhor e mesmo agora eu me sustentando, nunca precisei roubar nada. A pessoa que tramou contra mim tem que ter muita raiva para comigo. Até que me senti toda molhada. Minha bolsa estourou! Pensei. Mas quando olhei para baixo não era água. Era sangue.

- Isabela! Isso é sangue! - digo para mim mesma - Seguranças, me ajudem, por favor! É urgente! - grito através da sacada - Calma, Isabela, eles vão te levar para o hospital! - digo tentando me acalmar enquanto o chão deixava de ser branco e se tornava vermelho assim como as minhas pernas.

  Um dos seguranças me carregou em seus braços ensopada de sangue. Fiquei acordada o caminho todo pensando no que estava acontecendo, era tão... eu não sabia explicar.
  Chegamos super rápido no pronto socorro e só lembro de me colocarem na maca e vários enfermeiros ao meu redor me levarem rapidamente, depois disso apaguei.

°°°°°°

  Eu estava num estado em que o cansaço era tão grande que eu não conseguia abrir os olhos, apenas ouvia.

- Patrãozinho, ela não roubou seu dinheiro! - era a voz da Margot - Você precisa acreditar nela, a minha menina gosta tanto de você até o nome do filho de vocês ela pensou no seu pai. E o que eu conheço dela já me provou mais de uma vez que ela não é esse tipo de pessoa!

- Margot, eu estou confuso! E eu precisaria de provas para livrar o nome dela!

- Mas eu tenho.

- Tem? Mas foi hoje que nós descobrimos!

- Pois é. Eu fui no banco e descobri que a transferência foi feita no dia em que a família dela foi até a sua casa, na semana passada. E a Isabela contou que a mãe dela falou que um rapaz tinha lhe contado sobre a gravidez, ou seja, poderia ter uma ligação.

- Espera, você está achando que a pessoa que talvez tenha tentado incriminar a White seja uma pessoa próxima? - Calle diz.

- Sim. E quando os seguranças me mostraram as gravações, realmente era a Isabela, assim, tecnicamente, eu sei que não é ela porque no horário da gravação, a verdadeira Isabela estava discutindo com os pais dela.

- Como você sabe que é o mesmo horário?

- Porque antes de eu ir falar com os pais dela, eu tinha feito um bolo e olhei as horas e também consta no sistema que a digital da Isabela deu erro e mesmo assim aconteceu a transferência. Nisso, eu pedi para falar com o rapaz que atendeu a falsa Isabela mas os seguranças me contaram que aquele foi o último dia dele porque ele se demitiu e como constou que mesmo com a digital dando erro ele prosseguiu os superiores tentaram achá-lo mas ele sumiu do mapa e descobriram que seu nome era falso.

- Isso é história de filme! Eu... Eu não acredito.

- E outra coisa, todas as filmagens, fotos, tudo que mostrava o rosto do funcionário foi apagado misteriosamente.

- Margot isso vai muito além do que eu imaginava! Nós temos que falar com o Bane.

  Ouvi até essa parte mas o cansaço me venceu.

  E adormeci com um alívio de que o Calle sabia que eu era inocente.