Capítulo XVIII

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  Contei o que realmente aconteceu, detalhe por detalhe e no final, o empresário Bane e o Calle me olhavam como se eu estivesse delirando.
- Agora é a minha vez de contar o que aconteceu. - diz Hanna com a maior cara de sínica - O que essa daí disse é verdade mas eu não sabia que o chá podia matar o filho dela, eu me enganei e todo mundo se engana, não é mesmo? Por qual motivo eu iria querer fazer algo tão ruim assim? - diz se fazendo de santa.
- Mentirosa! Você sabia sim! - digo não suportando aquele cinismo todo.
- Senhorita White, controle-se! - fala Bane impaciente.
- Eu acredito em você, Hanna! Por que você iria querer matar o bebê da Isabela? - Calle diz segurando a mão dela.
- Como assim? Quem não tem nenhum motivo para mentir sou eu! É o meu primeiro dia aqui, por que eu iria querer arrumar confusão logo de cara?
- Por isso mesmo, é o seu primeiro dia aqui, a Hanna eu conheço há muito mais tempo. - fala Calle.
- Eu... Eu não estou acreditando no que eu estou ouvindo!
- Senhorita White, peço que saia daqui imediatamente e por favor, não arrume mais confusão! - Bane fala apontando para a saída.
Eu não acreditava no que tinha acontecido, eles preferiram acreditar na garota com a maior cara de sínica do que em mim que não tenho, ou melhor não tinha motivo algum para desconfiar dela.
Pelo jeito daqui para frente o melhor que eu poderia fazer era ficar o mais esperta possível com o pessoal dessa casa, até com a Margot que quando eu mais precisei ela sumiu. Eu estava cansada, com saudade de casa e naquele momento me veio uma dor no peito, uma tristeza por isso decidi que o melhor a se fazer era ouvir uma voz amiga.
... Alô, Rachel?
... Oi, amiga! Me conta todos os detalhes!
... Então...
... Não, espera aí! Estou sentindo uma vozinha triste no telefone?
... É que aconteceu tanta coisa hoje e eu estou com vontade de ir embora, não quero mais ficar aqui.
... Calma, passa rápido! É uma pena a gente não poder se encontrar pessoalmente mas enquanto isso a gente conversa pelo Face Time. Mas me conta, o que aconteceu?
E contei tudo com detalhes.
... Essa zinha fez o quê?!
... Pois é, e ninguém acreditou em mim.
... Isabela como que você dá conta de ficar aí? Se eu pudesse ir aí eu quebrava essa jibóia no meio! Que #$%&@$*!
... Eu quero muito ir embora mas vou aguentar os nove meses aqui! Eu preciso!
... Eu ainda não me conformei com o que essa maluca tentou fazer!
... Pelo menos a gente agora já sabe quem é ela de verdade mas vou ficar esperta.
... Você vai conseguir ficar os nove meses aí sim, e eu estarei aqui sempre pronta para te ajudar. Mas agora eu preciso ir, tenho que terminar de fazer aquela matéria sobre o desfile que teve da Dolce Gabanna.
... Você está bem então?
... Estou sim. Acho que vou começar a correr como você sempre fazia.
... Faz mesmo, é ótimo. Mas vai lá terminar sua matéria, um Beijo Rachel!
... Beijo Isa.
Estava assistindo uma série quando ouvi alguém bater na porta.
- Isabela, o jantar está pronto. - era a Margot.
- Não estou com fome. - e fechei a porta.
  Estava chateada com ela também, acho que às vezes (ou sempre) eu confio demais nas pessoas, e lá estava eu achando que teria uma amiga para conversar aqui mas pelo jeito não. É incrível como as pessoas só pensam em si mesmas e eu sinceramente não sei qual o motivo que levou a maluca da Hanna a querer matar meu bebê, e mesmo se eu tivesse feito algo, a Coraline ou o Henrique não tinha nada haver com a situação. A partir de amanhã eu agiria diferente, seria mais seca com as pessoas e confiaria somente na Rachel, durante o dia eu faria o possível para evitar ficar nesta casa e voltaria apenas para dormir, enquanto isso os nove meses passariam super rápido e no final eu sairia deste lugar com meu filho no colo e viveríamos felizes no nosso apartamento em Nova York, eu, a Rachel e o nosso bebê.
***
Acordei e decidi que eu precisava sair. Sair o mais rápido possível daqui, por isso nem passei na cozinha para tomar café da manhã. Chamei um táxi e fui passear pela famosa Los Angeles.
Como eu precisava comer decidi ir num café super fofo.
- Oi, quero dois donuts de baunilha e um chá de camomila, por favor! - digo para uma senhora no balcão - Você pode embalar, por favor? 
- Aqui está. Tenha um bom dia!
Quando eu me virei para ir embora do café surgiu um ser do nada e acabei derramando meu chá na sua calça. Se existia alguém mais desastrada do que eu? Com toda a certeza do mundo que não.
- Eu... Eu sinto muito, deixa eu pegar um papel para você se limpar! Nossa, como eu sou desastrada! - digo pegando vários guardanapos.
- Ei, moça! Fique calma, está tudo bem, depois eu me limpo. Ainda bem que não me queimou. - disse sorrindo.
   Foi aí que eu parei e prestei atenção no moço que eu tinha trombado. Ele era alto e mostrava lindos dentes branco num sorriso encantador e era super parecido com aquele ator Matthew Daddario.
- Bem, eu preciso ir. Desculpe de novo! - digo indo embora super sem graça.

   Mas algo acontece. Ele segura delicadamente meu braço impedindo que eu saia.

- Como você derrubou chá em mim, que parece ser de camomila, acho que você está me devendo seu numero de telefone. - diz sorrindo.
- Tchau.

   Digo isso e vou em direção à porta, que, estando nela olho para atrás e sorrio para o moço bastante lindo.
  Algum tempo depois estava numa feirinha comprando um mapa de Los Angeles e uma claquete para guardar de recordação quando de repente meu celular vibra:

"Isabela, você vai almoçar aqui? Porque o almoço já está pronto."
       - Margot.

Como que ela tinha conseguido meu número? Às vezes eu tenho a impressão de que o Calle ou o seu empresário saíam contando tudo para os seus funcionários, porque ontem todo mundo sabia que eu estava grávida daquele imbecil de pessoa. Mas voltando a mensagem decidi não responder, eu não tinha que dar satisfação à ninguém. O melhor a se fazer era continuar com meu tour por Los Angeles - que pelo visto levaria mais alguns dias para eu visitar o resto dos lugares.

Grávida de um Super StarOnde histórias criam vida. Descubra agora