Robert: Nada? - Perguntou, observando Alfonso. O moreno parecia ter dificuldade pra falar.
Alfonso: Nem um músculo. - Respondeu, só os olhos se movendo, do rosto de Anahí, que estava em choque, pro de Robert - Não sinto nada. A essa altura pensei que o senhor já saberia. - Disse, tentando por um pouco de deboche na voz rouca e fraca. - Mas eu sinto dor, se isso te conforta.
Anahí: Robert, o que é isso? - Perguntou, apavorada.
Robert: Dor onde? - Perguntou, profissional.
Alfonso: Na cabeça, principalmente. - Admitiu.
Anahí: Onde você vai? - Perguntou, se alterando, ao ver Robert se virar. Estava apavorada.Robert: Não grite aqui dentro! - Lembrou, olhando os aparelhos - Eu vou buscar minha equipe. Se não puder se controlar, venha comigo. - Avisou. Alfonso, sem poder virar o rosto pra olhar o outro, olhava pra frente.
Anahí: Não. Tudo bem. - E Robert saiu.
Anahí se virou pro marido. Alfonso olhou pra ela, e viu os olhos azuis amedrontados, e vermelhos pelo choro. A mascara que ela usava já tinha umas marcas molhadas. Ela ergueu a mão, e ele viu a mão dela ir de encontro ao seu rosto, sem tocar nos tubinhos do oxigênio, mas não sentiu seu toque direito. Parecia que seu rosto estava adormecido. Ela não disse nada, apenas ficou ali, acariciando-lhe o rosto, as lagrimas caindo. O toque dela foi se tornando cada vez mais vivo, mas ainda não no normal. Alfonso não entendia porque ela continuava com isso.
Anahí: Não sente? - Perguntou, e ele franziu o cenho.
Alfonso: Só um pouco. - Disse, concentrando-se com tudo no toque dela em seu rosto. Ela ia tocando, e parecia que aos poucos a sensibilidade voltava.
Anahí: A mão? - Perguntou, um soluço de choro vindo a tona. Alfonso percebeu, com um choque, que a outra mão dela estava no seu dedo livre do gesso. Ele não saberia se ela não avisasse.
Alfonso: Não. - Respondeu, raivoso.Aquilo era horrível. Era a pior coisa pela qual ele já tinha passado. Era pior que dor. Ele tentou erguer o ombro, fez todo o esforço possível, mas não conseguiu se mover.
Alfonso: Pare de chorar. - Disse, vendo as lágrimas, silenciosas como Robert ordenara, caindo livremente por seu rosto.
Anahí: Sua cabeça dói muito? - Perguntou, preocupada.
Alfonso: Dói. Mas é bom. Pelo menos isso eu consigo sentir. - Debochou.
Anahí: Vai passar. Robert vai dar um jeito. - Prometeu, mas estava insegura.
Alfonso: E você quer que passe? Não prefere me ver assim, Anahí? Pagando de vez pelo que eu fiz? - Perguntou, cético, os olhos acusando-a.
E você pode dizer a todos,
Que esta é sua canção.
Anahí: Pelo amor de Deus, o que você está dizendo? - Perguntou, incrédula. Alfonso estudou-a por minutos, mas não respondeu. Foi ai que Robert voltou.
Robert: ... Eu desconfiei, por isso pedi as radiografias, mas era muito incerto, e onde diabo está Anna? - Perguntou, enquanto andava. Duas pessoas o acompanhavam, um homem e uma mulher.
Assistente: Ela ligou. Disse que está tentando voltar. - Respondeu.Robert: Ah, está tentando, Deus a abençoe. - Disse, irônico. - Anahí, é melhor que saia agora.
Anahí: Não. - Disse, olhando-o. - Eu me afasto, eu fico quieta, eu juro. - Prometeu. Alfonso a olhava, o rosto impassível.
Pode ser bem simples,
Mas agora que está pronta... ♫
Robert: Que seja, então se afaste. - Disse, e Alfonso sentiu a mão de Anahí sair de seu rosto, e ela sumiu de seu campo de visão. Ele não gostou.
Robert se aproximou, e Alfonso viu a mão fria, coberta pela luva do médico ir até sua nuca. Não sentiu nada, mas pelo movimento Robert dedilhava uns pontos de sua nuca. Ele franziu o cenho.
Alfonso: Quer tirar a mão de mim? - Perguntou, indignado e exasperado. Robert ergueu uma sobrancelha, os olhos verdes olhando-o, de modo penalizado e cômico.
Robert: Acho que você não está em estado de exigir nada agora. - Respondeu, levando os dedos até a raiz do dedo de Alfonso, a procura de algum trauma, alguma anormalidade. Seus dedos encontraram o curativo, e ele parou.
Alfonso: Ótimo. Me mande flores. - Disse, debochado, tossindo em seguida. Ele teve o ímpeto de erguer a mão pra pôr na boca ao tossir, mas não conseguiu.
Robert: Verifique o curativo. - Ordenou, e seu assistente o obedeceu, indo até Alfonso, e apanhando sua cabeça com cuidado. - Busque o carrinho das medicações. - Disse, e a assistente mulher foi saindo - Aproveite e ligue pra Anna, pergunte a ela quantos anos ela precisa pra chegar até aqui. - Disse, verificando os aparelhos.
Anahí afogou um gemido quando o assistente removeu a atadura da cabeça de Alfonso. O cabelo dele, antigamente um pouco grande, nada demais, agora estava raspado em maquina dois, se Anahí não se enganava.
VOCÊ ESTÁ LENDO
P.S.: Eu Te Amo (Livro 02)
FanfictionObra original e completa. Não disponível para download ou adaptações. Todos os direitos reservados.